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Déficit estadual pode chegar a R$ 1,4 bilhão até o fim do ano

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O déficit na folha de pagamento do governo estadual pode acumular um montante de R$ 1,4 bilhão, até o final do ano, caso não sejam tomadas medidas para frear a sangria. O número foi divulgado durante audiência na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado), na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), na manhã desta quinta-feira (13). Somente no primeiro quadrimestre (de janeiro a abril), o déficit foi de R$ 406 milhões, segundo auditores fiscais da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda) presentes na audiência.

O presidente da CAE, deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD), cobrou que o Governo do Estado apresente, urgentemente, um plano de ação para evitar o risco de atraso no pagamento da folha dos servidores estaduais a partir do segundo semestre. “A situação é muito preocupante. É preciso um plano de ação imediato para a redução de gastos, para o Estado caber em seu orçamento. Se nada for feito de forma enérgica, teremos um futuro muito difícil e que já está bastante próximo”, alertou o presidente da CAE.

O secretário da Sefaz, Alex Del Giglio, não compareceu à Audiência Pública por cumprir agenda em Brasília, conforme informou sua assessoria. Também participaram da reunião os deputados Serafim Corrêa (PSB), Saullo Vianna (PPS) e Dermilson Chagas (PP). 

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) reafirma a necessidade de um pacto de governança entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para frear esse déficit.  “Esse seria o caminho do pacto, para ajustar tudo isso. A questão da saúde, o obrigatório é utilizar 12% do orçamento e estamos gastando 23%. Tem alguma coisa errada aí, que ao meu ver, é a excessiva terceirização que tem que ser repensada.  Outro problema é a migração do TJ, MP  E TCE. Se isso não acontecer até o dia 8 de julho, nós vamos perder o CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária)  e não conseguiremos fazer mais nenhuma negociação com o governo federal.  Isso é algo que está acontecendo e eu não estou vendo o Estado, sentarem em torno da mesa para encontrarem uma solução”, disse Serafim.

De acordo com o analista do Tesouro Estadual, Luis Otávio, a situação do Amazonas é crítica.  “Não trago uma visão otimista, nem pessimista e sim realista e técnica, para que o poder legislativo submeta à sua análise essas informações e mediante essa análise, junto com poder executivo, e nós esperamos isso ocorra, busquemos uma solução”, enfatizou.
De acordo com o analista, o estado desequilibrado não tem capacidade de investimento, tendo que recorrer a terceiros, o que gera custo alto de juros e encargos que não retornam para a população e geram um estado desequilibrado que prejudica a manutenção da máquina e o pagamento de pessoal. Luis Otávio comparou a situação fiscal do Amazonas ao estado terminal de um paciente com pneumonia, necessitando de cuidados urgentes.

O deputado Serafim Corrêa defende até mesmo empréstimos para sair do vermelho. O problema é que o Amazonas está na lista de devedores do Cadastro Único de Convênios – CAUC, devendo tributos e contribuições previdenciárias à União.
 “O CAUC é uma espécie de SPC/Serasa de estados e municípios e com o nome nessa lista de pendências é impossível realizar empréstimos ou movimentações financeiras. Eu estou fazendo essa observação porque isso trava o estado que não vai poder fazer operações de crédito, entre elas aquele de R$ 400 milhões, que nós, deputados, aprovamos aqui com toda a boa vontade.  O  estado não vai poder cobrir despesas de capital para liberar o orçamento para o custeio, então tudo isso é um complicador”, analisou o deputado.

Serafim ainda apontou caminhos para a resolução das questões apresentadas pela Sefaz. O parlamentar defende desde 2015 um pacto de governança entre os poderes. Existem distorções com despesas e pagamento de pessoal que não são compatíveis.  Segundo ele, deve haver uma conversa entre os presidentes da Aleam, o governador, o presidente do Tribunal de Contas, Ministério Público Estadual e Tribunal de Justiça.
 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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