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Plano Dubai repercute com mais críticas na Câmara dos Deputados

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O dia seguinte ao anúncio do “Plano Dubai” foi movimentado na Câmara dos Deputados. O tema monopolizou os debates em uma audiência sobre outro assunto na Cindra (Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia). E a Cdeics (Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços) já anunciou que vai convocar, juntamente com a Cindra, uma audiência pública para tratar da questão.

Anunciado durante entrevista do titular da Sepec (Secretaria de Produtividade, Emprego e Produtividade), Carlos Alexandre da Costa, a um jornal de veiculação nacional, o “Plano Dubai” seria um novo projeto de desenvolvimento para a Amazônia que contemplaria cinco polos econômicos – biofármaco, turismo, defesa, mineração e piscicultura – em substituição à ZFM.

“É, de novo, um plano de cima para baixo, sem discussão com a sociedade, sem debate com os Estados da Amazônia. A questão central é saber que plano é esse. Atualmente, a Zona Franca é a maior fonte de recursos, emprego e renda para o Amazonas e tem forte influência na Amazônia, além de contribuir para o país”, ressaltou o deputado federal José Ricardo (PT-AM), autor do requerimento para a convocação da audiência com o titular da Sepec.

Presidente da Cdeics, Bosco Saraiva (Solidariedade-AM), defendeu a aprovação do requerimento ao explicar a trajetória dos ciclos econômicos da Amazônia, desde o período da borracha, passando pela ZFM, até a urgência do desenvolvimento de uma nova matriz econômica para a região.

“Toda essa discussão está sendo feita com certa irresponsabilidade para com novos investidores e com aqueles que já trabalham no modelo, porque muito se fala sobre uma nova proposta para a ZFM, mas não se sabe que proposta é essa”, lamentou.

Vontade política

Em seu discurso na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta (12), em referência ao “Plano Dubai”, o deputado federal Sidney Leite (PSD-AM), afirmou que é muito simples dizer que é possível criar alternativa econômica, quando não há nem vontade política nem esforço de querer fazê-lo. Para o deputado, o que se vê é um tratamento discricionário para pior com o modelo econômico que sustenta o Amazonas há mais de 50 anos.

"Esse Plano Dubai é mais uma falácia de quem não tem compromisso para com a Amazônia. Dubai deve ser o nome para transformar a nossa região num deserto de homens e mulheres que garantem a preservação do bioma amazônico", desabafou.

No entendimento do deputado federal e membro titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado na Câmara, Capitão Alberto Neto (PRB-AM), o “Plano Dubai” é um desdobramento natural da Reforma Tributária, que chega para “colocar um fim na ZFM”.

“O plano para substituir a Zona Franca de Manaus está nesses segmentos econômicos citados: bioeconomia, turismo, entre outros. Sabemos que, até chegarmos ao que propõe o ‘Plano Dubai’, ainda temos 50 anos de ZFM pela frente, que devem ser respeitados. Pretendo brigar por isso e, paralelamente, construir um plano para substituir o modelo, só quando a hora chegar”, encerrou.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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