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Cursos de tiro têm demanda dobrada após decreto de Bolsonaro

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Após a assinatura do decreto que regulamenta a posse, o registro é a comercialização de armas de fogo no país pelo presidente Jair Bolsonaro, cresce a demanda pelos cursos oferecidos pelos clubes de tiros no Amazonas. Essa procura dobrou de acordo com representantes entrevistados pelo Jornal do Commercio. Eles atribuem a grande procura por conta da maior facilidade para se obter uma arma.

Proprietário do CTA (Clube de Tiro do Amazonas), Dagmo Varela Cunha explica que a crescente procura é bem dividida. O clube oferece curso básico de capacitação para quem pretende se habilitar à compra de uma arma. Também atende quem quer se filiar ao clube para a prática de tiro esportivo. Apesar de o decreto não exigir o curso de tiro, para Dagmo Varela o interessado precisa saber atirar e o curso é essencial afim de que consiga atestar capacidade técnica para usar o equipamento de defesa junto aos instrutores credenciados da Polícia Federal. “O curso é exatamente para quem vai passar pelo teste de capacitação técnica, cobrado pela Polícia Federal, para adquirir uma arma. Não adianta investir no teste de capacitação sem antes passar pelo curso básico. Se não estiver apto, qualquer falha vai impedir o cidadão de comprar o objeto. Por fim, acaba tendo um prejuízo de gasto porque o teste têm custos”, orientou.

Segundo Varela, entres os perfis que mais procuram os estabelecimento estão as pessoas ligadas à segurança, quantidade ligeiramente maior, mas também um público diversificado entre médicos, empresários, funcionários públicos epromotores.

No clube, os alunos aprendem sobre segurança, defesa e manuseio da arma de fogo. Algumas regras também são adotadas especificamente para o tiro esportivo. Esse aluno tem várias vantagens quando se filia ao clube. “Adesão de mais de 16 tipos de armas, armas de calibre restrito e maiores, além do aluno participar de competições e torneios”. Outros cursos oferecidos pelo CTA são curso prático de tiro desportivo, curso de balística, curso de recarga de munição, além de teste de capacitação para registro de porte de armas. O curso básico de tiro tanto para a posse de arma como para se filiar ao clube custa de R$400 a R$800.

O alto índice de criminalidade motivou o gerente de vendas Ronaldo Lima, 36, a procurar um dos clubes de tiro. Ele diz que nunca passou pela sua cabeça praticar o tiro, mas depois de ser incentivado por alguns conhecidos decidiu investir. “Já tem quase um ano que eu comecei. No início, fiz cursos, depois me associei. Daqui a algum tempo a minha ideia é participar dos torneios. Isso é uma das vantagens de se tornar um associado”, contou.

O associado e instrutor de tiro da ACTAO (Associação e Clube de Tiro da Amazônia Ocidental) Rodrigo Moura, também observou um aumento na procura pelas atividades do clube, tanto para o acesso a armas de fogos para prática desportiva, como para defesa. Ele conta que o espaço está aberto para todos os tipos de pessoas, mas desde que não estejam respondendo a processo criminal. Para se tornar associado do clube, precisa ter acima de 18 anos e não estar respondendo a  nenhum processo criminal. O valor praticado para quem pretende se associar ao clube é de R$ 850 anualmente. Rodrigo reitera que o associado tem direito a todas as dependências do clube, além de ter acesso a várias armas. Os clubes de tiro são fiscalizados pelo o Exército que exigem dos estabelecimentos normas de armazenamento de armas e munições, e uma série de avaliações e documentos.

Instrutor

Instrutor de tiros credenciado pela Polícia Federal há 12 anos, Paulo Rangel esclarece que ainda existe muita desinformação sobre o processo para a posse de armas. “Existe um desconhecimento total em torno disso. O processo é correto e altamente criterioso. Não emitimos laudo para quem não está apto a comprar uma arma. A PF, exige que o interessado passe por teste de aptidão técnica e orientamos que, depois, a pessoa faça o curso, para ter a prática de tiro".

Segundo Paulo, o teste consiste em duas etapas, a primeira, com uma prova escrita, com 20 questões, normatizadas pela PF, que envolve temas sobre peças, sistema de funcionamento e legislação normatizada pela PF. A segunda etapa, parte prática, envolve o teste de tiro, que depende de cada arma com suas respectivas exigências; rifle, pistola, espingarda. Nesta segunda etapa, são contabilizados os alvos, a distância, o tempo e o comportamento da pessoa. “São as normas de segurança. O trato com a arma é crucial no processo. Qualquer negligência neste sentido é considerado descumprimento de regra e automaticamente a pessoa é desqualificada”, explicou Rangel, lembrando que antes das referidas etapas existe o teste de aptidão psicológica, aplicados por psicólogos da instituição.

Os testes possuem um investimento que gira em torno de R$ 300, incluem uma taxa, além de custos com munição e armas, fornecidas pelo instrutor ou pelo clube. Lembrando que todo o processo do teste é acompanhado pela Polícia Federal.

O Amazonas possui três clubes de tiro: 

ACTAO – Associação e Clube de Tiro da Amazônia Ocidental – Rodovia BR-174, km 21 – Ramal do Pau Rosa, km 01 – S/N – Manaus/AM  Telefone: (92) 99136-0155

C.T.A – Clube de Tiro do Amazonas – Rodovia Manoel Urbano, km 04 – S/N – Iranduba – (92) 99132-3062 / 99319-4694

C.A.T.E – Clube Amazonense de Tiro Esportivo – Lago Azul (92) 99357-1993

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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