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Curso ‘Jovens produtores’ abrem caminhos no teatro

O Grupo Jurubebas de Teatro irá realizar o curso ‘Jovens produtores’, direcionado para aquelas pessoas que desejam entrar no mundo dos espetáculos.

“O curso nasceu da necessidade de formação de novos produtores teatrais para atuação em Manaus. A profissão de produtor cultural/teatral ainda não é reconhecida formalmente pela legislação brasileira, ainda assim, esses profissionais são essenciais para a engrenagem girar e a economia criativa seguir em frente”, explicou Felipe Maya Jatobá, ator, diretor teatral e produtor cultural, formado em Teatro pela UEA, com mais de dez anos de atuação na cena local.

O ‘Jovens produtores’ será dividido em três módulos: ‘Da pré à pós-produção em teatro’, ministrado pelo ator, diretor teatral e produtor cultural carioca, mestre em artes cênicas pela Unirio, Rohan Baruck; ‘Mercado, sustentabilidade e circulação’, ministrado por Felipe Maya; e ‘Elaboração de projetos culturais”, com Wellington Dias, ator, diretor e produtor cultural amapaense, mestre em direção teatral pela Ritcs School of Arts/Erasmus Hoggescholl University, de Bruxelas/Bélgica.

O projeto do ‘Jovens produtores’ foi contemplado no edital ‘Manaus faz cultura 2022’, da Prefeitura de Manaus e será executado em dois bairros: Morro da Liberdade, com aulas às quartas, quintas e sextas, no horário da manhã, na sede da Associação das Donas de Casa do Morro; e Educandos, às quartas, quintas e sextas, à tarde, no Centro de Referência e Apoio à Mulher, da Sejusc. O curso é gratuito e dará prioridade às pessoas com menos de 30 anos. Serão duas turmas com 30 alunos cada. As inscrições encerraram no dia 5 de março. 

O Grupo Jurubebas de Teatro é um dos mais atuantes, dos últimos anos, em Manaus

Grupo Jurubebas

O Grupo Jurubebas de Teatro é um dos mais atuantes, dos últimos anos, em Manaus. É formado por um coletivo de artistas e pesquisadores que levam seu trabalho onde o acesso ao teatro é difícil, mas também viajam para o resto do Brasil.

“Ao viajar para o interior do Amazonas sempre constatamos a vontade do público de que as atividades artísticas, em especial o teatro, seja mais presente. Ainda em Manaus, nas zonas rural e ribeirinha, também vemos o apreço popular pela linguagem e o desejo de que essas ações sejam mais acessíveis. O grupo ainda participa de festivais nacionais de teatro”, revelou.

“As viagens para o interior só são possíveis graças aos editais da prefeitura e do governo do Estado, ou cotas de patrocínio de empresas privadas. Ambas as possibilidades são difíceis, mas nos últimos cinco anos temos conseguido apoio das secretarias de cultura. Já os festivais nacionais, em sua maioria, oferecem cachês que cobrem alguns custos, mas nem sempre isso é possível, então tiramos dinheiro do nosso próprio bolso para cobrir as despesas”, disse.

Felipe Maya Jatobá já passou por alguns grupos importantes em Manaus, mas foi a partir da UEA que, segundo ele, veio um entendimento melhor sobre o profissional do teatro.

“O teatro tem me proporcionado as maiores experiências pessoais e profissionais. Passei por três fases: o Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro e meus primeiros passos; as companhias profissionais e meus primeiros trabalhos; e a academia, com minha formação recente”, falou.

Três espetáculos

Atualmente Felipe dirige três espetáculos: ‘Tucumã & Buriti – as brocadas do Tarumã’, um espetáculo de rua, onde divide a direção com Jean Palladino, destaque no Sul, durante o 50º Fenata (Festival Nacional de Teatro), o festival mais antigo do país realizado em Ponta Grossa/PR; ‘Desassossego’, peça vencedora de cinco prêmios nacionais em Manaus, Brasília e São Paulo; e ‘Quarto azul’, seu espetáculo mais antigo, que já circulou por todo o Brasil, alcançando quase dez mil pessoas em cerca de 15 festivais, além de ter conquistado dois prêmios de Melhor Ator. Em abril Felipe estará no Festival Internacional de Teatro, em Guaranésia/MG.  

“Esses trabalhos abrem caminhos para que outros grupos e companhias de Manaus se animem a mostrar seus projetos”, ensinou.

Sobre a Lei Rouanet chegar ao Amazonas, ele detalhou.

“Existe certa dificuldade de captação de recursos em Manaus devido alguns incentivos fiscais que as empresas recebem, mas não é impossível, basta que as empresas aptas olhem para artistas locais e proporcionem a grupos como o nosso a captação para investimento, afinal, as produções teatrais também geram muitos empregos”.

Para quem deseja ser profissional do teatro, Felipe fala do alto de suas experiências.

“Entre para o teatro se estiver disposto a amar o teatro. O teatro, para mim, é um relacionamento. Há amor, mas também há dor, sacrifício, momentos felizes, momentos tristes, embates épicos, emoções a mil, mas só é possível para quem estiver disposto a lutar por ele, pelo relacionamento com ele, pela vida com ele. Assim o teatro é”, finalizou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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