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Contêineres provam o seu vasto potencial para negócios

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Até o final da década de 1960 o container era praticamente desconhecido no planeta, mas a revolução causada por essa imensa caixa de metal foi tão grande que hoje, com pouco mais de 50 anos, containers podem ser vistos em portos do mundo todo, transportando cargas em seu interior. E a utilidade deles não para por aí. Seguindo uma nova tendência, agora eles estão sendo transformados em locais de trabalho, escritórios e até residências.

Em Manaus há apenas duas semanas, a Manaus Containers é o escritório local da Itajaí Containers, de Santa Catarina, empresa especializada na venda e em projetos de modificação de containers para as mais diversas utilidades.

“É a maior empresa nesse segmento, no Sul”, completou Valéria Rodrigues, supervisora de vendas da Manaus Containers.

“A empresa tem apenas seis anos e seu CEO é Fábio Bismarck. Ele trabalhou em outras empresas do setor até que resolveu montar a sua própria”, esclareceu.

Enquanto estiver servindo para sua utilização original transportando cargas, dependendo do tipo de carga, o container pode ter uma vida útil entre 20 e 25 anos. Depois disso, amassado, enferrujado e envelhecido, é quando começa a ter outras utilidades após passar por um completo banho de restauração.

“10% dos clientes compram nossos containers no estado, e eles mesmos se encarregam de fazer as modificações. Os 90% restantes querem que ele seja modificado por nós e buscam nossos serviços”, disse. “Esses containers vêm de empresas de cargas, principalmente de navegação, que os utilizam muito, por isso se desgastam, então elas os estão sempre trocando por novos”, explicou.
 
Condomínios e shoppings
Inicialmente utilizados em canteiros de obras para alojamento de operários, logo se percebeu que os containers também poderiam servir para escritórios, com todo o conforto inerente a um chefe, como ar condicionado, móveis, bebedouro e até banheiro. De escritório para os mais variados tipos de comércio, como bares e restaurantes, e recentemente para habitação, foi um pulo.

“Ao escolher um escritório, o cliente terá não só um projeto de modificação do container, mas também um projeto de interiores feito da maneira que ele desejar”, falou Fábio Birmarck. “Quanto a montar um negócio, e pode ser qualquer tipo de negócio, este ficará mais estiloso e com a vantagem de poder ser transportado para outros lugares. Já quem deseja morar num container tem a mentalidade aberta, moderna, que aceita o novo e está disposto a investir em um projeto diferenciado que expressa um estilo de vida contemporâneo”, completou.

“E nossa empresa dá um laudo de habitabilidade porque não sabemos o que determinado container transportou. Pode ter sido alguma carga tóxica, por exemplo. Então, no momento em que ele está sendo modificado, todos as suas partes recebem tratamento especial para que não cause nenhum tipo de problema a quem vai usá-lo”, garantiu.

“Temos um escritório de arquitetura e engenharia que dá esse tipo de suporte aos clientes. Esse mesmo tipo de suporte será dado em nosso escritório de Manaus. Por esses dias chegará, de Itajaí, uma equipe com eletricista, soldador, técnico em hidráulica e piso. Hoje os ambientes produzidos por nós vão de um simples container até espaços de alto padrão como condomínios e shoppings”, informou.

“Atualmente vendemos e modificamos uma média de 700 containers/mês, em todo o país. Após esse trabalho de modificação, o container passa a ter uma média de 70 anos para ser utilizado”, revelou.

A Manaus Container fica no edifício Fórum Business, 3º andar, sala 306, av. André Araújo, 97 – Adrianópolis – fone: 4141-3434/
 
Um genial empreendedor
O inventor do container foi o americano Malcom McLean. Após terminar os estudos, Malcom juntou dinheiro para ingressar no ramo de transportes rodoviários, comprando um caminhão. Durante uma entrega, ele viu como eram realizados os carregamentos e descarregamentos das cargas, de maneira totalmente braçal.

Com o tempo o empreendimento de McLean foi crescendo e ele chegou a ser um gigante do setor, possuindo mais de 1.800 caminhões e 37 terminais de transportes espalhados pelos Estados Unidos.

Foi aí que ele teve a ideia de criar um trailer de tamanho padrão, que poderia ser transportado em centenas de unidades através dos mares, ao contrário dos caminhões que podiam transportar apenas um ou dois ‘trailers’ por viagem.

Em 1955 McLean vendeu a sua empresa de caminhões e comprou uma nova empresa, no ramo de navegação.

A partir deste momento ele começou a testar formatos de containers até encontrar aquele que daria certo. O container que mais o agradou era forte, padronizado, empilhável, fácil de carregar e descarregar, além de ser seguro. Com os containers prontos, ele adquiriu um navio petroleiro e o modificou para suportar até 58 containers.

Até aqui, os containers eram de 33 pés, diferente dos containers utilizados hoje, que são de 40 e 20 pés, os Standart, lançados em janeiro de 1968.

Em 1970 a empresa de Malcom McLean já era uma potência, contendo 36 navios porta-containers e 27.000 containers, além das dezenas de conexões em portos espalhados pelo mundo.

Especialistas dizem que a invenção dos containers foi um dos maiores condutores da globalização mundial nos últimos 60 anos.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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