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Cliente de baixa renda é maioria nos bancos

Na esteira do aumento da renda e do poder de compra das classes C, D e E, o mercado registra uma nova onda de bancarização e de acesso a serviços financeiros antes restritos ao topo da pirâmide da população brasileira. Para se ter uma ideia do potencial que os estratos representam, basta analisar os últimos dados da pesquisa Datamaioria (Data Folha/Data Popular). Esta revela que, do total de pessoas que têm conta em banco atualmente, 59% estão na classe C e outros 23% estão na D e E. Em relação ao cartão de crédito, o panorama é semelhante –de cada cem usuários do chamado “dinheiro de plástico”, 60 pertencem à classe C e 22, às classes D e E.
Embora animadores, os números ainda não refletem relação harmoniosa dos emergentes com o crédito formal. “A maioria tem seu jeito próprio de organizar as finanças. Querem que alguém ensine a comprar de forma inteligente, e não ouvir que não podem comprar. É um desafio para os bancos”, aponta Renato Meirelles, sócio diretor do Data Popular e especialista no comportamento do consumidor de baixa renda.
Um exemplo dessa divergência de visões entre os bancos e seus novos clientes é o fato de 80% das pessoas das classes C, D e E não se sentirem confortáveis em pedir empréstimos a uma instituição financeira. “Esse público não consegue entender como funciona a cobrança de juros e gostaria mesmo é de pagar tudo à vista para não se endividar. Ao mesmo tempo, ninguém quer deixar de comprar um produto quando entende que o gasto pode funcionar como investimento”, explicou.
Em sua avaliação, as campanhas que abordam o uso consciente do crédito acabam transformando um empréstimo em concorrente das compras, e não numa ferramenta para facilitar o consumo. “Para falar com o público de baixa renda, a mensagem deve ser: ‘comprar bem para comprar sempre’”, disse.
Os emergentes não se envergonham quando é preciso recorrer a outras fontes de crédito. Tanto é que 27% da classe C e 45% da D já fez alguma compra fiada nos últimos seis meses, enquanto 22% da população da classe C e 25% da D já emprestou o cartão de crédito para compras de familiares.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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