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As cooperativas do leste europeu (2)

Outubro de 1917 e Novembro de 1989 são meses que marcaram mudanças profundas no panorama da atuação das cooperativas localizadas no Leste Europeu.
Na Republica Eslovaca, o menor desses países, a exposição anual, COOPEXPORT 97, instalada em Nitra, apresentou a diversidade da produção das cooperativas de cristais, jóias, vestuário, máquinas e equipamentos agrícolas. A União das Cooperativas de Consumo da Eslováquia, congregava 41 cooperativas com 300 mil associados, administrando 3.000 lojas diretamente, 4.000 alugadas e faturamento, em 1996, de 400 milhões de dólares. A Cooperativa de produção industrial de Nitra, com ISO 9000, fabricava componentes eletro – eletrônicos para automóveis e seringas para aplicação de insulina, exportadas para os EUA. A cooperativa agrícola, PD ZAVAR atuava com cerca de 860 associados. Na mudança do regime político, os produtores passaram a ser donos das terras, mas as áreas eram tão pequenas que preferiam arrendá-las para serem administradas diretamente pela cooperativa. O desafio era diminuir os impostos e se fortalecer no comércio exterior.
Na Hungria, cerca de 30% da população estava associada a algum tipo de cooperativa em 1997. A partir de 1938, eram mais de 3.000 cooperativas de consumo, número exagerado para as dimensões do país. Havia caído para 250 e a tendência era continuar caindo. O responsável pela redução era a chegada dos grandes grupos de supermercados na esteira da abertura econômica. O Conselho Nacional das Cooperativas era composto por 6 Federações: cooperativas de consumo, crédito, habitação, industriais, agrícolas e a União Nacional dos Proprietários Agrícolas. As habitacionais, industriais e agrícolas somavam 4.000. A partir de 1990, o governo fez pressão para enfraquecer as cooperativas, porque entendia que elas eram produto do regime comunista. Em 1992 foi aprovada Lei que obrigou as cooperativas a acabar com a filiação obrigatória. As cooperativas de crédito estavam sendo absorvidas pelo D.G. Bank. A Federação Regional de Eger congregava 40 cooperativas agrícolas, trabalhando 150.000 ha., faturando 80 milhões de dólares tendo de 20 a 30.000 associados, conseqüência do minifúndio. As habitacionais eram 1.500 e também se encontravam em crise com a falta de financiamento e o custo dos encargos para imóveis novos.
Na República Tcheca a União das cooperativas de Consumo era composta por 4 outras Uniões Nacionais: agrícolas e de empreendimentos, de crédito, habitacional e de produção( industrial e artesanal ).Em 1995 a União criou a cooperativa de compras, Coopcentro, que abastecia 75% das necessidades das suas filiadas. As cooperativas de habitação congregavam 750.000 associados; as de consumo 700.000, as de produção industrial 90.000. No panorama da produção agrícola cerca de 250.000 pessoas trabalhavam na agricultura. Desde a mudança do regime este setor estava passando por muitas dificuldades de adaptação.
Na Rússia, Moscou e São Petersburgo, as cooperativas singulares estavam integradas por 80 Uniões Regionais e estas a CentralSojus em, basicamente, três segmentos: consumo, agrícola e produção. As agrícolas estavam mais recentes, as de consumo mais antigas. Eram mais de 4.000 cooperativas de consumo com 15 milhões de associados, a maioria delas presentes nas áreas rurais, através de mais de 1.000 lojas e 800.000 trabalhadores. O faturamento em 1996 tinha sido de 5 bilhões de dólares e atendiam a 55 milhões de consumidores. Essas cooperativas adquirem os produtos diretamente dos produtores rurais, mantém 19 Universidades e 60 colégios, antes pertencentes a estrutura do Estado. Também em 1992 foi aprovada Lei específica para as cooperativas de consumo e a chegada da concorrência estava sendo motivo de preocupações.
Os representantes nacionais do sistema cooperativista, em todos esses países, estavam se reorganizando para superar as dificuldades no mundo novo da disputa e da concorrência cujo desequilíbrio era esperado.
No final do mesmo ano de 1977, chegou ao Brasil uma Missão Russa e outra Eslovaca, que visitaram cooperativas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro Paraná, Ceará e Pernambuco. Nossa Missão estava cumprida.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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