Pesquisar
Close this search box.

Amazonas segue como maior produtor brasileiro de matrinxã

O Amazonas avançou 12,55% na criação de matrinxã, entre 2019 (1,76 mil toneladas) e 2020 (1,99 mil toneladas), conseguindo se manter na liderança do ranking nacional. Cinco dos dez municípios que encabeçavam essa lista eram amazonenses: Rio preto da Eva, Manacapuru, Manaus, Presidente Figueiredo e Iranduba. Mas, apesar do crescimento e da liderança, o Estado perdeu participação na oferta brasileira total, entre um ano e outro, de 60,9% (2019) para 55,3% (2020).

O desempenho foi favorável também para a aquicultura de tambaqui, que subiu da sexta para a quinta posição em todo o país, ao crescer 3,81%, na comparação de 2020 (6,21 mil toneladas) com 2019 (5,98 mil toneladas), mantendo fatia de 6,2%. O inverso se deu no caso da produção de pirarucu, que viu sua oferta cair 14,52% de 168,40 (2019) para 143,95 (2020) toneladas, embora tenha se mantido na quarta colocação, com 7,6% do total. É o que revelam os dados da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) 2020, do IBGE.

Em todo o país, o valor de produção da aquicultura foi de R$ 5,96 bilhões, alta de 14,9% em relação a 2019. A criação de peixes em cativeiro (piscicultura) também avançou 4,3%, totalizando 551,9 mil toneladas em 2019. Os três principais Estados produtores não mudaram: Paraná, com 25,4% do total nacional e 140,2 mil toneladas. Foi seguido por São Paulo (10% ou 55 mil toneladas) e Rondônia (8,7% ou 48,3 mil toneladas). As unidades da federação com menor produção foram Amapá (906 toneladas), Rio de Janeiro (1,2 mil toneladas) e Sergipe (1,4 mil toneladas).

Nova Aurora (PR), segue como principal município produtor, responsável por 3,6% da produção nacional e 14,1% da produção do Paraná. Em todo o país, a Tilápia continuou sendo a principal espécie, com alta de 6,1%, e respondendo por 62,3% do total de peixes produzidos ou 343,6 mil toneladas. A região Sul respondeu por 48,2% do total da espécie produzido no país em 2020. O Tambaqui é a segunda espécie mais produzida, com 100,6 mil toneladas, provenientes principalmente da região Norte (73% do total) – e com 6,2% oriundos do Amazonas. 

Produções oscilantes

Em 2020, a aquicultura do Estado produziu 8,4 mil toneladas de peixes, cerca de R$ 80,7 milhões, e ficou na 18ª posição do ranking nacional. A produção de curimatã (ou curimbatá) caiu 69,3% entre 2019 para 2020, totalizando 9,9 toneladas, no valor de R$ 138 mil. Em contrapartida, as produções de peixes importantes, como o matrinxã (+10% e R$ 20 milhões) e o tambaqui (+3,2% e R$ 58,7 milhões), além dos alevinos (+24,5%, 32,3 milhões de unidades e R$ 4,7 milhões) registraram altas. Completam a lista, com dados declinantes, o piau, piapara, piauçu e piava (11 toneladas e R$ 226 mil), pirapitinga (23 toneladas e R$ 300 mil) e pirarucu (144 toneladas e R$ 1,5 milhão).

Os peixes que mais contribuíram para piscicultura amazonense foram o matrinxã e o tambaqui. No primeiro caso, o Amazonas segue na liderança. No segundo, só ficou atrás de Rondônia (39,7 toneladas), Maranhão (11,6 toneladas), Roraima (11,2 toneladas) e Pará (8,4 toneladas). Vale notar que, a despeito da alta ante 2019, a oferta de ambos os pescados vem oscilando, nos últimos seis anos. Em 2015, a criação de matrinxã totalizou 7,94 mil toneladas no Estado – quatro vezes mais do que em 2020 – e a de tambaqui, 14,45 mil toneladas – mais de duas vezes superior, na mesma comparação.  

Entre os dez maiores municípios produtores nacionais de matrinxã, cinco são amazonenses. Rio preto da Eva ocupa a primeira posição, com 800 toneladas, e Manacapuru está no segundo lugar, com 375 toneladas. Manaus (315 toneladas) aparece na quarta colocação em todo o país, sendo seguido por Presidente Figueiredo (sétimo, com 91 toneladas) e Iranduba (nono, com 65 toneladas). Em relação aos municípios produtores de tambaqui, Rio Preto da Eva (1.000 toneladas) e Iranduba (995 toneladas) estão entre os 20 municípios com as maiores produção do Brasil – e com fatia de 1%, cada um.

Com 144 toneladas em 2020, ou 7,6% da produção total do país, a produção aquícola amazonense de pirarucu colocou o Estado na quarta colocação entre os maiores produtores, atrás de Rondônia (980 toneladas), Pará (295 toneladas) e Tocantins (202 toneladas). Coari (50 toneladas) e Codajás (35 toneladas) estão entre os 20 municípios com as maiores escalas de produção do pescado, em todo o território nacional.

“Custo da ração”

Em sua análise para a reportagem do Jornal do Commerio, o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, reforça que, em termos de animais e produção de origem animal, os maiores destaques no Amazonas em 2020 vieram da aquicultura, com destaques ainda em matrinchã, pirarucu e tambaqui. Segundo o pesquisador, a atividade tem potencial e mercado, mas enfrenta dificuldades estruturais de expansão. 

“A piscicultura amazonense possui uma forte demanda local. No entanto, o alto custo da ração, limita em muito a produção Com isso, o Estado tem de importar peixes de outros locais para atender o consumo interno. O último Censo Agropecuário do IBGE verificou a existência de muitas lâminas d’água sem qualquer criação”, finalizou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar