Pesquisar
Close this search box.

AM busca autossuficiência em fibra

Embrapa e Ufam dão início a estudos de melhoramento genético às sementes de malva

Um projeto de pesquisas desenvolvido pela Embrapa-AM e pela Ufam dá início a estudos de melhoramento genético às sementes de malva produzidas no Estado. O programa, que também vai analisar meios para a adequação do plantio ao sistema produtivo mecanizado, tem como proposta tornar o Amazonas autossuficiente quanto ao suprimento das sementes de juta e malva. O setor têxtil importa parte da fibra utilizada, devido à baixa produção estadual.
De acordo com o pesquisador da Embrapa e coordenador do projeto, Edson Barcelos, os primeiros resultados das pesquisas devem ser visualizados a médio e longo prazo, ou seja, em até 5 anos. Ele explica que no primeiro momento os estudos terão como foco meios para o aumento na produção de sementes, e isso, segundo o pesquisador, estará diretamente ligado à introdução da mecanização no sistema do cultivo. O segundo passo, será o melhoramento da qualidade da fibra de malva. “A ideia é dotar o Estado de material para a produção de sementes e depois melhorar, paulatinamente, a qualidade da fibra. Não sabemos se isso é possível mas vamos fazer avaliações para saber se existem fibras de diferentes qualidades dentro da malva para a partir disso selecionar as que melhor atendam às características da indústria”, informa. “Temos expectativas de que futuro consigamos desenvolver uma semente melhorada que além de ser mais produtiva tenha uma fibra de melhor qualidade”, completa.
No projeto, a Embrapa é responsável pelo setor de melhoria genética da produção de sementes, enquanto a Ufam está incumbida pela capacitação e desenvolvimento de equipamentos. O projeto ainda conta com a parceria da Sepror (Secretaria do Estado de Produção Rural), Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas), do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Amazonas e do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia). “Estamos costurando esse arranjo para pesquisas tanto para a produção de sementes como para a outros temas de interesse do setor como o sistema de produção e o processo mecanizado da fibra, dentre outros”, explica o pesquisador.
Segundo o coordenador, a futura aquisição do maquinário para o processo de maceração da fibra deverá ser viabilizado por doações ou por financiamentos a médio e a longo prazo. “São agricultores de baixa renda que precisarão ter uma linha de subvenção. Vamos buscar recursos para que isso aconteça assim que tivermos a aprovação desse equipamento”, informa.
Barcelos informa que as atividades estão em fase inicial para a Embrapa mas que a Ufam já tem trabalhos em desenvolvimento. Todo esse material será atualizado em conjunto.
O trabalho conta com uma equipe composta, inicialmente, por quatro professores da Ufam, três pesquisadores da Embrapa e cerca de dez técnicos pesquisadores. Esse grupo será somado a uma equipe de aproveitamento de subprodutos.
De acordo com o secretário da Sepror, Valdenor Cardoso, a parceria feita com a Embrapa tem o intuito de trabalhar não só a semente de malva mas também outros grãos como o de abacaxi, guaraná e juta.
Para ele, a falta de sementes no Estado é resultado de uma cadeia histórica que traz à tona a desorganização e a falta de investimentos, fatos que acontecem desde a década de 60. “Aqui não plantamos e não colhemos sementes porque o sistema de produção do plantio não foi organizado. Toda atividade seja agrícola ou não precisa de organização no sistema funcional. Essa cultura não tem demanda então o produtor fica indeciso se deve plantar ou não”, analisa.
Cardoso informou que neste ano o governo do Estado deve investir R$ 800 mil em aquisição de sementes para a safra 2015/2016. O valor do recurso destinado ao projeto junto à Embrapa ainda não foi definido.
O secretário disse que anualmente o Estado demanda entre 50 e 60 toneladas de sementes. Hoje, o armazém da secretaria registra 20 toneladas de sementes. A programação é para o fechamento de 50 toneladas até o final do ano.

Priscila Caldas
[email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar