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Agricultura familiar ganha estímulo no AM

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Projeto de lei que dispensa a licitação para os estabelecimentos penais que comprarem produtos da agricultura familiar, vai facilitar o escoamento da produção de agricultores domiciliados na zona rural de Manaus. O projeto aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

A PL 3821/19 que tramita em caráter de apreciação conclusiva pelas comissões, permite a aquisição governamental de alimentos de agricultores familiares, diretamente ou por meio de associações e cooperativas. Para isso, os preços precisam ser compatíveis com os do mercado.

Segundo o presidente da Comissão da Agricultura Familiar, Agro Extrativismo e Pesca da OAB/AM (Ordem dos Advogados do Amazonas), Serafim José Taveira Júnior, a proposta vai estimular de forma mais rápida a comercialização dos produtos agrícolas de pequenos produtores domiciliados na zona rural de Manaus. Além disso, vai ser uma grande ajuda para acabar com os entraves ao avanço e às dificuldades de escoamento da produção.

“Imagine a dificuldade que existe para o produtor dos municípios da Região Metropolitana de Manaus, mesmo sendo grandes, parecem ser menores do que as dificuldades encontradas por aqueles que estão mais distantes da Região Metropolitana e que não conseguem nenhum escoamento pelo modal rodoviário”, disse.

De acordo com Serafim, as empresas contratadas não possuem vinculação ao que visa o PL 3821/19, mas podem, se entenderem que a compra direta pode ser mais positiva do ponto de vista comercial, executarem a aquisição direta sem qualquer tipo de entrave.

“A Administração Pública Estadual nas unidades que estão sob a sua administração terá um caminho simplificado de forma similar ao que é feito no âmbito do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) na modalidade compra Institucional, a exemplo do que é feito pelas Forças Armadas. Bastará que seja comprovado que a aquisição está condizente com os preços executados no mercado e para isto basta a utilização de uma pesquisa de mercado já existente como é o caso da tabela de preços do PAA executado pela  Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), explicou.

Serafim ressaltou, que o impacto positivo ainda não será visto até que o projeto de lei seja aprovado na Câmara e no Senado, mas já é uma importante sinalização aos agricultores que poderão planejar um aumento da produção a partir da aprovação. Ele explica, que a maioria das instituições prisionais não estão vinculadas a uma legislação que os obrigue a adquirir produtos da agricultura familiar.

“As aquisições normalmente são feitas via distribuidores ou atacadistas em quase todas as instituições que não estão vinculadas a uma legislação que o obrigue a adquirir produtos da agricultura familiar. Ainda mais se o procedimento não puder ser simplificado, hajas vista que é mais comum encontrarmos cooperativas com melhor estrutura operacional, se compararmos com a estrutura das associações; é claro que existem exceções”, disse.

Benefícios

Na semana passada, a Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas) aprovou um projeto de lei que beneficia setor primário, empreendedorismo e cooperativas. A proposta de  autoria do deputado Adjuto Afonso (PDT), dispõe sobre o tratamento diferenciado, às micro e pequenas empresas, sociedades cooperativas, agricultores familiares, produtores rurais e microempreendedores individuais nas contratações públicas realizadas no âmbito da Administração Estadual.

Segundo o deputado Adjuto Afonso, o principal objetivo da lei é promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito local e regional, ampliar a eficiência das políticas públicas, criar ações de melhoria do ambiente de negócios e expansão do mercado e incentivar a inovação tecnológica.

 "Entende-se que políticas públicas nesse cunho igualitário promovem renda, manutenção de empregos, fomentam a economia, geram novas modalidades tecnológicas, portanto, é justo implementar essa lei", disse.

Por dentro

A PL foi proposta pelo deputado Rubens Otoni (PT-GO) e recebeu parecer pela aprovação do relator, deputado Tito (Avante-BA). “Ao permitir a compra direta por estabelecimentos penais, os agricultores familiares, que hoje não possuem capacidade técnica e gerencial de participar de processos licitatórios, passarão a receber os preços de mercado, mais recompensadores que os atuais. Tal medida contribuirá para a geração de emprego e renda no campo”, observou Tito.

De acordo com a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) o Amazonas possui 10 unidades prisionais na capital e 8 unidades no interior. Segundo dados do Siga (Sistema de Informações Governamentais do Amazonas), em 3 unidades da capital a operacionalização e a administração é executada por empresas vencedoras de processo licitatório: Reviver que opera no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), Embrasil na CDP II (Centro de Detenção Provisória de Manaus II) e RH Multi na PFM (Penitenciária Feminina de Manaus).

Segundo dados do  IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 84% dos alimentos que fazem parte da alimentação brasileira são produzidos pela agricultura familiar. E no caso específico do Amazonas, o Censo Agropecuário de 2017 divulgou que o estado tem 330 mil agricultores familiares domiciliados em 80.000 estabelecimentos rurais nos 62 municípios do Estado.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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