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Ações e multimercados serão as opções

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Diante de um cenário em que os juros referenciais de mercado (DI) estão abaixo de 7% ao ano em 2018, o investidor terá como alternativa de diversificação: a aplicação em fundos multimercados ou ações.
Na avaliação do diretor de investimentos do Santander, Gilberto Abreu, mesmo as pessoas físicas de perfil conservador terão que fazer escolhas, pois aquela “tríade” -alta rentabilidade, baixo risco e liquidez diária -que só tinha no Brasil e nenhum outro lugar do mundo, não existirá mais. “Ou se vai correr mais riscos [ações, multimercados], ou ficará em instrumentos mais ilíquidos [títulos de crédito privado ou estruturados] que pagarão um pouco mais, e se quiser se manter absolutamente conservador (CDB DI, fundo DI, poupança ou Tesouro Selic) , abrirá mão de rentabilidade”, afirmou.

Mas segundo Abreu, essa incorporação de risco terá que ser comedida, de acordo com o perfil de risco de cada um. Exemplo, se o conservador comprar 5% ou 6% de multimercados será um caminho. “Coloca uma pimentinha, sem correr grandes riscos”, diz.

A sugestão dele para um cliente arrojado, é que se vá para multimercados (30%), renda variável (16%), ou seja, colocar 45% do portfólio em risco, pois na nossa perspectiva do Santander, a bolsa irá progredir. “Vários investidores já entraram em multimercados, na medida que a queda da taxa de juros demandou isso”, diz.

Hoje, na renda fixa DI, investidores experimentam uma rentabilidade real de 2% ou 3% ao ano. “É praticamente nada, eles vão começar a olhar outras aplicações: ações, debêntures incentivadas e COE. Isso já começou no private banking. A próxima onda já está acontecendo, o varejo alta renda, e logo vamos entrar numa popularização maior”, afirma o diretor.

Mas ele ressalta que, para o conservador que precisa da liquidez diária, a poupança volta a ser uma opção, assim como CDBs de instituições de primeira linha. “E com um pouco mais de prazo (90 dias), LCIs e LCAs, mas possuem um ticket (aporte inicial) mais alto”, diz Abreu.

O especialista de investimentos do Itaú, Martin Iglesias, aponta que o atual ciclo de queda de juros está chegando ao fim, diminuindo as oportunidades de ganho nos prefixados, ao passo em que se mantém os resultados dos pós-fixados bastante baixos. “Ao mesmo tempo, a economia brasileira vem dando sinais de aceleração que podem beneficiar os investimentos de risco em um horizonte de um a dois anos”, disse.

Iglesias diz que os fundos multimercados são conhecidos por serem mais arrojados do que os fundos de renda fixa e mais seguros que os ativos de renda variável. Combinam ativos de diferentes perfis para buscar o melhor equilíbrio entre ganhos e riscos, e por isso podem aproveitar oportunidades táticas em diversos mercados, como juros, câmbio e bolsa de valores, e até mesmo no exterior, em alguns casos. “Podem ser interessantes para quem quer diversificar, mas sem dividir o dinheiro em diversas aplicações”, destaca o especialista.

Porém, Iglesias pondera que mesmo com a queda de juros, os investimentos pós-fixados (DI e Selic) são importantes para qualquer portfólio. “Isso porque eles ajudam a estabilizar o risco dos outros investimentos, ao mesmo tempo em que proporcionam mais flexibilidade de resgate para o investidor aproveitar possíveis oportunidades”, orienta. O gerente executivo da unidade de captação e investimentos do Banco do Brasil, Rodrigo Ayub, também diz que a renda fixa continuará importante dentro da diversificação, pois os juros reais ainda estão num patamar razoável. Mas como 2018 será um ano de muita volatilidade por causa das eleições, Ayub menciona os multimercados como alternativa. “Os multimercados permitem várias estratégias: macro, trading, juros e moedas, e investimento no exterior”, citou.

Na visão da diretora-executiva da BB DTVM, Paula Teixeira, o cenário atual para o médio prazo sinaliza juros abaixo de dois dígitos no horizonte de três anos (2018, 2019 e 2020). “No mundo de prefixados e de títulos de inflação ainda há algum na curva de juros para o curto e o médio prazo. Na ponta longa, o risco é maior”, observa a diretora da BB DTVM.

Em um ano que será marcado pela volatilidade, ela sugere que o investidor dê liberdade para o gestor de fundos. “Multimercados de estratégia macro e livre terão oportunidades de alocação de recursos”, argumenta. Para investidores de perfil conservador, Paula Teixeira sugere fundos de renda fixa ativa; aos de perfil moderado, o aporte em multimercados livre; e aos investidores de perfil mais agressivo, a renda variável (fundos de ações e ações). “Um pouco mais de risco para obter um pouco mais de retorno”, conclui Paula Teixeira.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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