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A arte de decidir

Nossas decisões tornam-se imutáveis com o passar do tempo, mas suas conseqüências podem ser trabalhadas. Uma escolha feita há anos pode ter sido capaz de mudar completamente nossas vidas, mas temos que ter a consciência de que nossos caminhos podem ser retraçados.
Tanto no contexto executivo como no pessoal, é sempre desafiador fazer escolhas sem saber ao certo qual será seu “eco” em nosso futuro. Na esfera profissional, há sempre a dúvida se vamos ou não optar pela carreira certa ou se a empresa que estamos escolhendo para trabalhar vai mesmo suprir nossas expectativas. Na vida a dois, saber momento exato de casar, de ter filhos ou mesmo de se separar é um período delicado em que um passo em falso pode nos colocar frente a algumas perdas irreparáveis. Talvez por essas circunstâncias, uma importante postura seja compartilhar esses momentos com um profissional especializado, que possa nos auxiliar a enxergar cada situação por ângulos que, sozinhos, não conseguiríamos.
Podemos citar como exemplo o atual drama do jogador Ronaldo. Em 2000, quando ele operou o joelho, muitos acreditavam que sua carreira estava acabada. E como a Fênix, ave mítica que renasce das cinzas, ele não apenas retornou aos gramados, como ainda ajudou o Brasil a ser pentacampeão do mundo em 2002, sendo o artilheiro da Copa.
E agora, quando uma lesão semelhante aconteceu, com uma idade mais avançada, ele tem que tomar uma importante decisão mais uma vez: parar ou não com a sua carreira de jogador? Mesmo alegando que será seu corpo, e não sua mente, que responderá isso, sabemos que essa não é uma decisão tão cartesiana; tão simples de ser tomada.
Quando estava no time do Cruzeiro atuando como Coach Esportivo, presenciei inúmeros casos de atletas com sérias contusões. Posso destacar o caso do jogador Kerlon, conhecido como “foquinha” que, com menos de 20 anos, sofreu sua terceira lesão no joelho. Durante o trabalho, conversava constantemente com ele e com outros atletas que passaram por situação semelhante, auxiliando-os a enfrentar o momento dentro de uma perspectiva mais fortalecedora.
A palavra-chave para se reencontrar dentro dessa perspectiva é adaptação. Aprender a comportar-se em situações de incerteza e tomar decisões lúcidas, mesmo quando inseguro, é uma habilidade crucial para termos equilíbrio em uma vida tão instável. Trabalhos recentes na área da psicologia positiva, como o realizado pelo psicólogo húngar-americano Mihaly Csikszentmihalyi da Universidade de Chicago, mostram que quanto maior a capacidade das pessoas de transcender suas dúvidas e receios encontrando um ambiente mental de equilíbrio e bem estar, maiores serão as suas chances de ser feliz.
E como já disse anteriormente, a procura de um profissional especializado em dar suporte às pessoas para explorar seus potenciais inexplorados é algo de extrema importância.
Ao longo dos anos, encontrei pessoas incríveis que tinham perdido a fé em si mesmas e na capacidade de terem sucesso novamente. Após o acompanhamento e os trabalhos de direcionamento feitos por um profissional, é visível o retorno do sentimento de vitória, de capacidade de superar as dificuldades e o mais importante: a aceitação do que se fez de errado como uma lição, e não uma derrota.
Motivação, segurança e direcionamento, quando bem trabalhados, representam a fórmula de uma vida promissora no campo pessoal e profissional; ainda mais atualmente, quando parece ser mais difícil separar esses dois lados do dia-a-dia.
Só nos resta batalhar para que esses dois lados consigam ter a melhor conciliação possível, nessa eterna busca pela felicidade. E no labutar dessa busca, nada é imutável.

RICARDO MELO é escritor, especialista em Coaching profissionaL, trainer em Programação Neurolinguística e diretor do Instituto Ricardo Melo. www.institutoricardomelo.com.br

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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