Mesmo com as quedas nos números de carros vendidos, a categoria ‘premium’ acelera e passa a frente dos populares. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as cinco grandes empresas de automóveis instaladas no país que apostam no segmento luxo, têm motivos para comemorar o primeiro semestre de 2014. O crescimento foi alavancado pela alemã Audi que registrou alta de 105% nas vendas do primeiro trimestre do ano comparado com o mesmo período de 2013, com 2.819 veículos emplacados segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). O pódio é dividido com as também alemãs BMW e Mercedes Benz com 28% e 18% respectivamente, seguidas pela britânica Land Rover com 3,5% de alta. Em baixa neste primeiro semestre, as gigantes Volkswagen e Fiat registraram quedas de 13,5% e 3%, na sequência.
Manaus confirma as estatísticas da Anfavea e as concessionárias locais enxergam uma estrada sem barreiras. A facilidade de crédito, a prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até o fim do ano e a chegada de novas montadoras ao país estão entre os principais fatores que justificam os bons números, conta o executivo de vendas da BMW Group /Braga Motors, Luíz Queiroz. “Manaus conta com as vendas diretas que barateiam e dão mais garantias; e a chegada das montadoras cria um clima de confiança e a certeza de que as peças para reposição estarão disponíveis. Tudo isso cria um mercado atraente, para um público que já tem um histórico de ser bom comprador”, disse Queiroz.
Segundo o executivo, aos poucos o público vai tendo a ideia de que comprar um “premium” está cada vez mais acessível e as vendas tendem a aumentar. “Com as campanhas, o consumidor descobre que os valores não são tão absurdos e que até entre os “premium” existem populares. Temos aí o IPI zero e estamos atingindo mais pessoas com o crédito facilitado. Para o segundo semestre esperamos por mais vendas que recuperem o mercado que andou em baixa com a Copa do Mundo”, explica.
Seminovos no ranking
No ramo de seminovos a Cicar Veículos credita o plus nas vendas ao IPI zero que deu ao consumidor a chance de guiar um carro “premium” pagando o preço real. O consumidor deste segmento tem “nome limpo” na praça e é apaixonado pelas marcas, conta a gerente de vendas, Kátia Nogueira. “São bons negócios que se fazem aqui. O cliente é fiel e tem o crédito automático ao entrar na loja e sai com um carro dos sonhos e pagando barato, pois já vem com IPVA pago e depreciado em relação a um zero”, resume.
A chegada de montadoras ao país pode dar um novo gás aos negócios. A prorrogação da ZFM também é lembrada como fator de aquecimento do mercado. “Manaus ainda representa muito para a economia do país e os incentivos fiscais são atrativos para novos negócios. Uma montadora aqui iria representar muito para o mercado”, fecha Kátia.
Novos consumidores
Os atuais modelos de financiamento tem facilitado a aquisição dos ‘carrões’ pela classe B e as linhas de crédito fazem a cabeça dos emergentes, explica o economista Marcus Evangelista. “O banco facilita, pois o próprio bem fica como garantia. Essa segurança permite ao banco expandir as parcelas e atrair o consumidor”. Segundo Evangelista algumas regras antigas servem para esse novo consumidor, “O consumidor deve estar atento às taxas de juros e os altos impostos, evitando comprar por impulso e não fechar como primeiro banco”, orienta.
