Imagine uma área de alta relevância estratégica para o Brasil, com uma das maiores diversidades étnicas, nascentes hídricas intocadas, altíssima diversidade biológica e vastos recursos naturais. Essa é a região do Alto Rio Negro no Amazonas que, com todo esse potencial, apresenta um longo caminho para as pesquisas sobre recursos naturais, sua dinâmica e sobre a relação entre ambiente e populações locais.
Para encontrar respostas para tudo isso, um grupo de quase cem pesquisadores atua no “Programa de Pesquisa do Alto Rio Negro”, conhecido como “Projeto Fronteira”. Atualmente já estão em desenvolvimento cerca de 22 subprojetos coordenados por pesquisadores do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), voltados para a criação de infraestrutura logística e laboratorial, na forma de um núcleo de pesquisa em São Gabriel da Cachoeira (a 858 km de Manaus).
Segundo a coordenadora do projeto e pesquisadora da CPAQ/Inpa (Coordenação de Pesquisas em Aquicultura), Elizabeth Gusmão Affonso, as populações locais precisam de alternativas e soluções que promovam a qualidade de vida na região. “É fundamental que o Brasil inicie uma ação coordenada na região voltada para o estudo dos recursos naturais, de sua dinâmica e da relação entre o ambiente e as populações humanas locais”, destacou.
A pesquisadora disse ainda que, a presença do Estado na região pode ser grandemente auxiliada pela pesquisa científica em várias áreas do conhecimento, especialmente em saúde, produção de alimentos e geração de tecnologias adaptadas a região. “Também pode-se assumir que a presença maciça de pesquisadores na região, oferecendo cursos e treinamentos nas suas respectivas áreas de especialização, vai gerar um importante benefício, especialmente porque as populações locais, indígenas ou não, estão carentes de informação e alternativas que venham proporcionar novas e melhores formas de utilização dos recursos naturais da região. O desenvolvimento sustentável depende da pesquisa científica”, afirmou.
De cunho multidisciplinar e multi-institucional, são priorizados os campos temáticos: biodiversidade, biotecnologia, recursos hídricos, meio ambiente, recursos minerais, defesa e cidadania, cultura indígena, e segurança. Também ganha destaque a oferta de cursos e treinamentos para as comunidades locais, em toda as áreas de pesquisas financiadas.
Previsto para ser concluído em 2010, o projeto deve contribuir para o conhecimento da biodiversidade da região, bem como implantar sistemas de produção agropecuário, principalmente nas comunidades indígenas em áreas distantes da zona urbana.
“Além disso, vai contribuir com as políticas públicas para a região do Alto Rio Negro, capacitar pessoal local (produtores, técnicos, alunos, professores e comunidade indígena) para dar continuidade às atividades implementadas na região, fortalecer parcerias com as instituições locais para futuros projetos de pesquisa, ensino e extensão, assim como com a prefeitura e demais entidades”, explicou.
A participação da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas) é voltada para o fomento de bolsas para os 22 subprojetos, em modalidades como pós-graduação (mestrado e doutorado), Pibic e Pibic jr, esta última para estudantes da Escola Agrotécnica Federal de São Gabriel da Cachoeira, em parceria com o Inpa, e bolsas de fixação de pesquisadores na região.
Alto Rio Negro na mira dos cientistas
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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