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Arte do bem servir

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Bom atendimento e qualidade dos produtos são os principais itens para se conquistar clientes, mas parece que muitos proprietários de bares e restaurantes manauaras não dão a devida atenção para essas duas questões tão importantes para a manutenção do seu empreendimento. Existem bares e restaurantes, em Manaus, que funcionam há décadas e mesmo cobrando preços considerados caros, por alguns, permanecem lotados com clientes fidelizados, que preferem pagar mais para receber atenção e consumir produtos de qualidade. Foi pensando em melhorar o nível, principalmente de atendimento, que o chef Éber Leão, o chef Leão, resolveu criar a ACAG-AM (Associação de Cozinheiros, Auxiliares de Cozinha e Garçons do Amazonas), que deverá entrar em atividades em novembro com promoção de cursos rápidos para essas três categorias profissionais.

“O objetivo da Associação, ao menos nesse primeiro momento, não é formar profissionais, mas reciclar os que estão em atuação e atualizá-los profissionalmente. Eu frequento muito os bares e restaurantes de Manaus exatamente para observar como é o atendimento e a qualidade do que é servido aos clientes”, falou.

“Bons serviços e qualidade dos produtos precisam andar juntos. Um até pode existir sem o outro mas, com certeza, não conseguem fidelizar clientes. Um cliente que é bem atendido, mas a comida do estabelecimento é ruim ou, ao contrário, a comida é boa, mas ele é mal atendido, dificilmente volta naquele mesmo lugar, a não ser que goste de sofrer”, brincou.

“Quem não gosta de atenção? Um cliente quando procura um bar ou restaurante, chega com fome, então quer ser atendido logo, e com atenção e educação durante todo o tempo que estiver no estabelecimento. Isso é o básico que um local prestador de serviços precisa oferecer aos seus clientes”, ensinou.

O lucro é consequência

Para o chef Leão a questão principal desses problemas é que muita gente que abre um bar ou restaurante, é autodidata. Não é profissional da área e faz funcionar o local apenas visando o lucro.

“O lucro é a consequência e não deve ser pensado em primeiro lugar sob o risco de o empreendimento fracassar em pouco tempo. Eu gosto muito de comer naqueles estabelecimentos do entorno do Mercado Adolpho Lisboa e o que mais eu noto é a pouca importância que é dada à higiene tanto dos locais quanto dos alimentos. Os funcionários manipulam os alimentos sem a devida higiene das mãos e muitas vezes dos produtos”, alertou.

“O cozinheiro e o auxiliar de cozinha devem estar impecavelmente limpos, tal qual a cozinha onde trabalham. E não é bem assim em muitos daqueles estabelecimentos”, informou.

Outro fator que Leão destaca é o funcionário ter amor pela profissão e entender que, na realidade, o cliente é o patrão dele. É de onde vem o dinheiro que irá pagar o seu salário no final do mês.

“Todo cliente é exigente e o funcionário precisa saber que deve atender essas exigências”, disse.

“Nos cursos vamos procurar descobrir se realmente é aquela profissão mesmo que determinado aluno deseja exercer na vida. Se não, é melhor procurar outra atividade, ou sempre atenderá mal o cliente. Para começar esse aluno, enquanto profissional, precisa ter amor pela profissão e ser responsável pelo que faz. Pretendemos trabalhar sua autoestima e mostrar as melhores perspectivas para a sua vida”, adiantou.

Valores simbólicos

Para chef Leão, antes de tudo o profissional precisa dar valor à sua profissão.

“Eu me coloco como exemplo. Aprendi gastronomia com o grande mestre Pereira, me especializei no Senac e desde então exerço a profissão. Sou um apaixonado pela culinária amazônica. Já tive boas oportunidades fora de Manaus, mas resolvi voltar para cá porque, como cantou Roberto Carlos, “aqui é o meu lugar”, onde amo exercer minha profissão”, declarou.

“Idealizei a ACAG-AM como forma de deixar um legado para o Amazonas”, completou.

Os cursos promovidos pela ACAG-AM terão valores simbólicos para atrair o máximo possível de interessados. O foco será exatamente nos problemas identificados pelo chef Leão nos estabelecimentos gastronômicos que frequenta. Também haverá aulas básicas de inglês e espanhol. Num primeiro momento os cursos serão voltados apenas para profissionais, mas num futuro breve deverão ser direcionados a iniciantes que queiram se profissionalizar, inclusive com cursos de gastronomia.

“Por enquanto estou tendo o apoio do Sesc/Senac/Fecomércio e Casa das Correias, mas estamos abertos a receber apoio de qualquer empresa que veja na nossa iniciativa um incentivo ao desenvolvimento do Estado. Os manauaras, e os turistas que visitam a nossa cidade, só tem a ganhar com o aperfeiçoamento dos profissionais que trabalham nos setores de bares e restaurantes”, finalizou.

Em setembro, durante a ‘Feijoada dos Amigos do Chef Leão’, que ele realiza todo final de mês, a ACAG-AM será lançada oficialmente.

Informações: 9 9179-2706.                     

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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