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Rodrigo Pereira explica diversidade das criptomoedas

As criptomoedas são moedas digitais. Isso significa que não existem fisicamente, estão presentes apenas no ambiente virtual. Cada país tem uma legislação diferente em relação às criptomoedas. No Japão, já são aceitas como forma legal de pagamento. No Brasil, as criptomoedas são classificadas como bens, como um carro ou uma casa, por exemplo, mas não como moeda. Por isso, há cobrança de imposto em cima do valor informado na declaração anual do Imposto de Renda. A primeira criptomoeda a surgir foi o Bitcoin, criada pelo japonês Satoshi Nakamoto, em 2008, depois da crise econômica mundial.

Em 2020, o Bitcoin se tornou um dos melhores ativos do mundo, chamando a atenção dos investidores. Blockchain, tokens, mineração, entre outros, são termos que acompanham essa nova tecnologia que neste treze anos só tem evoluído.

Desde então, utilizando a mesma tecnologia, foram criadas milhares de criptomoedas, conforme explicou ao Jornal do Commercio, direto da Argentina, o economista Rodrigo Pereira, graduado em Gestão de Investimento e gestor financeiro do projeto Delfos Defi. Acompanhando a tendência mundial no mundo dos negócios, Rodrigo se tornou palestrante sobre tecnologia Blockchain e criptomoedas para iniciantes.

Jornal do Commercio: O que são criptomoedas?

Rodrigo Pereira: Bitcoin foi a primeira criptomoeda, criada há mais de dez anos, por isso é a mais famosa. Atualmente existem cerca de dez mil criptomoedas diferentes. A criptomoeda é um meio de troca que substitui o tradicional método bancário por outra tecnologia chamada de Blockchain. O Blockchain é uma forma computacional infinitamente mais segura do que a bancária, com garantia de anonimato, veloz e barata, que elimina os bancos das transações.

JC: Como acreditar numa moeda que você não vê e não pode tocar?

RP: Realmente você não vê dinheiro em espécie, em 99% do tempo, pois ele é virtual. A credibilidade nessa moeda reside na fé do saldo que o banco te mostra, e na regulação dela. A mecânica de valor é a mesma do dinheiro em espécie. A diferença é que os bancos e governos não estão vinculados ao sistema criptografado, o que está mudando totalmente o sistema econômico atual.

JC: Então é verdade que governos do mundo estão com medo das criptomoedas por não poderem controlá-las?

RP: Estão com medo não por isso, mas por ser iminente a substituição do sistema atual pelo da tecnologia Blockchain e, consequentemente, as criptomoedas, por isso recentemente lançaram o Open Finance, uma forma de ser semelhante à liberdade financeira cripto, sem deixar de ter um Banco Central por trás. Os governos, se quiserem, podem controlar as criptomoedas, só não da mesma forma que controlam as moedas atuais. A tecnologia impõe limites, que geralmente não são respeitados pelos governos, porém, eles não conseguem passar por essa linha, com o Blockchain, devido ser uma tecnologia que está muito além do que já foi visto até hoje.    

JC: Qualquer pessoa pode criar uma criptomoeda?

RP: Não é bem assim. As criptomoedas são donas da tecnologia Blockchain em sua rede, e essa tecnologia envolve muitas pessoas, dezenas de milhares. Já um token (uma linguagem de programação), que utiliza uma Blockchain já existente, este sim, pode ser criado.

JC: Como fugir desses golpes que estão sendo aplicados com criptomoedas?

RP: Não existe dinheiro fácil. Desconfie de tudo que prometa ganhos absurdos. Criptomoedas têm porcentagens maiores do que o mercado comum oferece, mas nenhuma boa moeda vai te oferecer ganhos que te enriqueçam de uma hora para outra. Existem documentos legais, como o whitepaper, que uma criptomoeda deve ter para provar seu objetivo. Sempre se pergunte: qual o objetivo claro dessa criptomoeda? Se a resposta não for nada inovadora, ou que melhore algo já existente, desconfie.   

JC: Quem controla a compra, venda e circulação das criptomoedas?

RP: O mercado, apenas, e a tecnologia descentralizada, o Blockchain, de cada criptomoeda circulante. Por isso as margens de lucro são tão altas, porque não há interferência do mercado, sem oscilações para cima e para baixo.

JC: O que significa minerar, no universo das criptomoedas?

RP: Mineração é um jargão que está sendo utilizado dentro desse universo. Os donos de computadores que ajudam a Blockchain existir são recompensados nas criptomoedas que ajudam a compartilhar aos demais através da força de sua rede de computadores. Essa utilização da rede é o que se chama minerar, porque eles ganham ao ‘colocar’ moedas no mercado. Atualmente, o minerador que conseguir validar uma transação envolvendo Bitcoin recebe, como recompensa, 6,25 Bitcoins, sendo que 1 Bitcoin vale em torno de US$ 43 mil de acordo com a cotação em 27 de setembro.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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