Educação financeira pode ser alternativa para solucionar prática

A inadimplência é o principal fator por trás dos altos juros bancários vigentes no país, que acumularam 37% ao ano em junho. Essa é a conclusão de um estudo do Banco Central ao mostrar que, em 2006, nas operações de juros prefixados, a inadimplência respondeu por 43,4% do spread bancário. Em 2001, o peso da inadimplência era de 30,7%; em 2005, de 35,9%.
“O brasileiro, pela primeira vez em muitos anos, está podendo comprar uma TV ou geladeira porque consegue parcelar as dívidas. Porém, ele não aprendeu o limite dos gastos e compromete grande parte da sua receita com empréstimos e financiamentos”, disse o presidente do Sicoob/Central Cecresp (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil/Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo), Manoel Messias da Silva.
Na opinião dele, “a inadimplência é, em muitas vezes, resultado de uma má orientação ou falta de conhecimento sobre as possibilidades do orçamento pessoal”. A solução para fazer frente à grande oferta de empréstimos em condições facilitadas é investir em educação financeira e na cultura de poupança. A prática é incentivada nas cooperativas de crédito.
A Credirhodia, que atende os funcionários da Rhodia, por exemplo, nasceu devido às dificuldades apresentadas por muitos associados em administrar seu dinheiro. Hoje, foca sua atuação na educação financeira dos cooperados e promove palestras de orientação sobre planejamento orçamentário. Com o propósito de orientar seus cooperados e familiares, a Cooperembraer, dos funcionários da Embraer, criou, em 2003, o SOF (Serviço de Orientação Financeira), um programa racional de administração do orçamento doméstico que possibilita a descoberta de oportunidades e define antecipadamente as estratégias para o cooperado enfrentar cada situação.