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‘Temos que afastar o ‘quarteto fantástico’’ diz Alfredo Menezes

‘Temos que afastar o ‘quarteto fantástico’’ diz Alfredo Menezes

O coronel Alfredo Menezes é agora pré-candidato a prefeito de Manaus pelo partido Patriota nas próximas eleições municipais e tem como principal objetivo escrever ao que chama hoje de uma “nova política no Estado do Amazonas”. Para o ex-superintendente da Suframa, a população deve aderir às vozes de novas lideranças que clamam por mudanças para substituir o ‘quarteto fantástico’ que domina o poder há décadas e nada fez pelo povo amazonense. “Ao contrário, só defendeu seus próprios interesses escusos”, salienta.

Menezes ressaltou que deixou o cargo na autarquia por decisão própria depois de analisar a sua saída junto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). E revela que sofreu muitas pressões políticas desse ‘quarteto fantástico” que conspirava contra ele nos bastidores, muito antes mesmo de assumir o cargo em 2019. “Por seis meses, esses corruptos tentaram minar a minha gestão e me substituir por pessoas que fazem parte de seu clã de uma política nociva”, afirma.

Alfredo Menezes falou com exclusividade ao Jornal do Commercio. Ele esmiúça suas propostas como pré-candidato à prefeitura e discorre sobre como está desenvolvendo um trabalho que promete quebrar paradigmas na forma de administrar a vida pública no Estado do Amazonas. 

JC – Existem hoje pelo menos 20 pré-candidatos a prefeito de Manaus.  O presidente Jair Bolsonaro tem colocado publicamente que não vai interferir nas eleições, mas um potencial apoio de sua parte vai pesar muito na decisão do eleitorado na capital. Será um grande diferencial?

AM – Não tenho dúvida nenhuma. Como também deve acontecer em todo o Brasil. Vamos ser franco favoritos. Recentemente, uma pesquisa aponta que o presidente tem 70% de aceitação no Estado. Na eleição passada, tivemos um milhão e 100 mil votos. E praticamente 67% desse total só aqui na cidade de Manaus.  Quem Bolsonaro apoiar já terá de cara pelo menos 30% dos votos e chegará ao segundo turno, com possiblidade de vencer logo no primeiro turno das eleições.

JC – A Action o coloca na última pesquisa estimulada com 2,5% na preferência do eleitorado e na espontânea com 0,6%. Como o sr recebeu essas informações?

AM – Recebi com muita alegria. Fiquei extremamente lisonjeado com a aceitação que a população amazonense me proporcionou. Essa pesquisa foi divulgada uma semana atrás, no dia 13 de julho, e os dados foram levantados de 3 a 7 de julho.  Lancei minha pré-candidatura no dia 17 de julho.  Portanto, poucos sabem ainda, talvez 1% das classes A e B, que o ex-superintendente decidiu ser candidato. Então, nosso grande desafio agora é tornar mais conhecida a minha candidatura junto à população. E 2,5% de preferência para mim é excepcional.

JC – Coronel, o sr. está pré-candidato em seu partido, mas existem outras pessoas que se dizem apoiadores de Bolsonaro e se colocaram como pré-candidatos, como Josué Neto, presidente da Assembleia Legislativa, além do capitão Alberto Neto e do Delegado Pablo….  

AM – Nem me fale do delegado Pablo (rs), envolto em corrupção, porque é complicado aliar a imagem dele à do presidente. Vamos parar de ‘mi-mi-mi’ (mais rs). 

JC – Certo, então vamos nos focar no Capitão Alberto Neto e Josué Neto, que se dizem também apoiadores do presidente….

AM – Vejo da seguinte forma. Quando certo líder político é descoberto estar envolvido em corrupção, os camaradas fazem imediatamente a troca de partido. Não querem se queimar. Isso o presidente deixa claro nas conversas que tenho diariamente com ele. Ele não pode cometer o mesmo erro de 2018, pois muita gente pegou carona no rabo do cometa, que é Bolsonaro, nesse movimento de mudanças, como o Delegado Pablo. Essas figuras públicas foram criadas na casca do alho. Então, o senador da ‘Maus Caminhos’ e o senador da Lava Jato vão dizer que estão com Bolsonaro. É preciso alerta para esse discurso, olhar a trajetória pública dessas pessoas e ver se elas têm alguma coisa que cola com a vida do presidente.

Todos sabem neste Estado que a minha escolha não foi feita pela amizade que tenho com o presidente. E sim pela competência. Antes de assumir a Suframa, passei por uma entrevista no Ministério da Economia. O presidente fez uma indicação e o ministro Paulo Guedes aceitou porque eu passei por um processo de avaliação antes de assumir o cargo. O presidente fez a indicação e o ministro da Economia aceitou. Trouxemos o presidente para a primeira reunião do CAS e de novo para a feira de sustentabilidade.  E ele viu que não foi apenas o Menezes que desenvolveu esse trabalho, mas toda uma equipe de colaboradores, servidores, dedicados. Agora, todo mundo que ser Bolsonaro, mas não tem o DNA do presidente. Temos que deixar isso muito claro. Somos contra todos esses políticos que não têm a coragem moral de assumir posições transparentes e ficam trabalhando no anonimato, nas trevas, por trás das cortinas. Vocês não vão me ver com caras da ‘Maus Caminhos’, com outro que é camaleão da política, outro que tem dez CPFs. E não vão me ver com o cara que já foi preso pela Polícia Federal. Agora todo mundo está pegando carona no rabo do cometa.

JC – Com relação à sua saída da Suframa, ouviu-se muitos burburinhos, inclusive antecipado por muita gente, com uma suposta pressão da bancada que apresentou opções de nomes para sucedê-lo. O  sr. soube se o presidente foi pressionado para substituí-lo – ou se houve uma decisão sua nesse sentido ou se foi trabalhada junto com o presidente?

AM- Eu não tenho ‘mi-mi-mi’. Fui nomeado no dia 15 de fevereiro de 2019, mas havia um grupo político que liderou a Suframa por muito tempo e conspirou contra para que eu não assumisse o cargo. Vamos pegar esses covardes. Eles não queriam a nossa presença na autarquia. Eles tinham um blog que alimentavam essa discórdia contra mim em defesa de seus interesses escusos. Quando eu estava indo para a Suframa, esse político da ‘Maus Caminhos’ disse que esse cara vai ser exonerado. Esse senador é covarde, não queria que a gente assumisse. Eles queriam manter o status quo. Fizemos em um ano e seis meses o que eles não fizeram em 15 anos.

Fui o superintendente da Suframa que deixou um legado escrito nas páginas da autarquia, que esmiúça todo o nosso trabalho. Os números não mentem. É só consultá-los. Trabalhamos com apoio de servidores e da mídia séria. Esses camaradas da ‘Maus Caminhos’ têm que ser extirpados da sociedade amazonense. Só ficam falando falácias. Então, minha saída do cargo foi uma combinação de pressão e também da minha própria decisão. Sempre falei ao presidente que sou um grão de areia nessa praia e, se sentir que estamos incomodando, o senhor nomeou e pode exonerar. Então, eu decidi sair. Se for consultado, o presidente repetirá a mesma coisa que eu disse. Queremos construir uma nova história, a população não deve se deixar enganar. O momento é para afastar esses políticos nocivos que nos últimos 30 anos vêm dominando o Amazonas. E também por culpa da própria sociedade porque em geral sempre os reelegem.

JC – Bom, parece que a Suframa é agora uma página virada em sua vida. Governar é gerir prioridades. Se eleito prefeito de Manaus, vai pegar uma cidade com problemas de mobilidade, crescimento desordenado. Quais serão suas principais medidas?

AM – Primeira coisa, é que todo gestor tem que saber o quanto ele tem de recursos. Eu gostaria de ter uma frente diferente da cidade, um novo visual, que viria desde o Tupé e das Lajes. Temos que mudar isso. A mobilidade urbana tem que ser muito bem pensada. Onde quer que estejamos, principalmente na Ásia, iremos encontrar uma via exclusiva para ônibus. Aqui não temos. É o momento de pensarmos nessas questões de uma forma macro.

Sabemos que a Covid-19 mata. Temos que tomar cuidado com a saúde. É uma grande necessidade da população clamar por um melhor atendimento. A saúde também está ligada à educação. Manaus precisa ainda do turismo. Você vê Dubai e Los Angeles, que tinham um camelo e colocaram um deserto no camelo.  Aqui temos um deserto no camelo, que é muito mais amplo, ele está aí e é nativo, in natura. E não conseguimos trazer o camelo, que são as pessoas. Vamos transformar as zonas norte e a leste, não deixando acontecer as invasões. Aprendi uma coisa quando morei fora do País e trabalhei na ONU. Conheci um gringo que me disse ser fácil conhecer um país de terceiro mundo só pela inexistência de calçadas. Uma coisa básica. Muitos não têm vontade de fazer porque não querem perder apoio político, não querem se queimar. Na questão de segurança, nem tanto, porque é uma questão do Estado, mas o povo está pedindo segurança na saúde, na escola e dentro dos ônibus, pedindo o que a prefeitura tem em seu rol de atribuições. Não é um projeto fácil, exige muito recurso. E não se pode fazer em quatro anos, mas tem que ser iniciado.

JC – O sr. passou 16 meses à frente da Suframa e viu de perto algumas dos grandes entraves para o desenvolvimento. Como vemos no imbróglio sobre o CBA e a BR-319. Por que o governo federal não consegue destravar essas questões?

AM – Conheço muito bem a região. Cursei a Escola Superior de Guerra. Somos o país do futuro. Temos mais recursos naturais e minerais do que os Estados Unidos, União Soviética e China juntos. Somos o país do déjà vu. Temos que mudar nossa cultura em relação a determinados segmentos sectários da sociedade e também a uma classe política que defende somente seus interesses. Eles olham mais o umbigo do que as reais necessidades do País ou do Estado como um todo. 

O presidente Bolsonaro quer o que todo o povo quer, que é a recuperação da BR-319. Já disponibilizou os recursos. E o vice, general Mourão, também é favorável. Recuperar a estrada é uma promessa de campanha do presidente. O problema é que muitos políticos do Estado do Amazonas, os caras da ‘Maus Caminhos’, da Lava Jato, inclusive um foi ministro dos Transporte, nada fizeram porque defenderam só interesses de grupos de balseiros. O presidente quer fazer, mas vêm alguns ambientalistas, alguns órgãos que não permitem a realização das obras.

JC – Com seus 56 anos de idade, isso quer dizer que sua disposição dá mais do que um caldo…..?

AM – Claro, evidente (rs). A Bíblia fala em Coríntios que tem que ter tempo para tudo. Precisamos de um gestor que tenha disciplina, saúde e energia. Não podemos voltar ao sectarismo. E achar que uma pessoa que está debilitada e com idade muita avançada vai resolver os problemas. Quem acredita nisso está se enganando. Vamos ter pé no chão e ser racionais para construir uma história politica nova. Queremos construir e fazer parte de um grupo político de mudanças e afastar esse ‘quarteto fantástico’ nocivo que domina a política do Amazonas há muito tempo.  Queremos mudar. O castigo dos bons que não gostam de política é serem governados pelos maus.

Veja a íntegra da entrevista com o Coronel Menezes

Marcelo Peres

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