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Sócrates Bomfim, um homem à frente de seu tempo

No próximo dia 30, se vivo estivesse, Sócrates Bomfim estaria completando 100 anos de idade, porém, nos 76 anos em que viveu, esse caboclo amazonense nascido em um seringal localizado no rio Juruá mostrou que os sonhos podem ser não apenas sonhados, mas transformados em realidade.
Sócrates Bomfim nasceu num povoado, às margens do rio Eiru, o qual fazia confluência com o Juruá, em 30 de maio de 1908, período em que o comércio da borracha estava no auge e prestes a entrar em decadência. Décadas depois o povoado de Eiru seria transformado na cidade de Eirunepé.
Seus pais eram o cearense Francisco Laurentino do Bomfim, que atuava como Juiz de Paz na região; e a mãe Maria Arauz do Bomfim, tinha origem boliviana e foi quem ensinou os filhos a ler e escrever. O casal teve quatro filhos: Lília, Péricles, Aristóteles e Sócrates. Pelo nome dos filhos pode-se deduzir o gosto de Francisco, ou Maria Arauz, pela filosofia.
Após os aprendizados iniciais na família, ainda adolescente, Sócrates foi enviado para a cidade do pai, Fortaleza, onde concluiu os primeiros anos de sua vida escolar.
De volta a Manaus, o rapaz entrou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais na qual cursou Direito, bacharelando-se em 23 de dezembro de 1930. A partir daí foi ser professor na própria faculdade lecionando Direito Industrial e Legislação do Trabalho. De 1931 a 1941 foi procurador fiscal do Estado.
Em 22 de novembro de 1933, três anos depois de colar grau, Sócrates Bomfim inscreveu-se na Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Amazonas, sob o número 82. Nessa época ocupou o cargo de secretario geral na prefeitura de Manaus e, de 1933 até1934, com apenas 25 anos de idade, foi prefeito da capital amazonense, nomeado pelo interventor capitão-tenente Antonio Rogério Coimbra.
É a partir da década de 1950 que vai surgir o Sócrates Bomfim idealista, empreendedor e sonhador, empolgado com a idéia de ver os minérios existentes no subsolo amazonense gerando riquezas para o Estado.

Feitos são pioneiros

Bancando pesquisas na região do rio Aripuanã, descobriu jazidas de manganês. Seu objetivo passou a ser, então, explorar essas jazidas. Para facilitar o trabalho de angariar adeptos para a sua causa, Sócrates Bomfim publicou em livros, artigos e ensaios os resultados de seus estudos e pesquisas. Foi assim que surgiu “A Valorização da Amazônia e sua Comissão de Planejamento”, de 1958; “Um Esboço da Vida Amazônica”, de 1960; “Projeto Siderama”, de 1965; e “Proposição de uma Política Mineral para o Estado do Amazonas”, de 1966, entre outros.
Ele ainda fundou a Siderama (Companhia Siderúrgica da Amazônia) em 1961, pretendendo fabricar e exportar 28 mil toneladas anuais de laminados de aço com matéria-prima extraída de solo amazonense. De acordo com pesquisas feitas por Ruy Alberto da Costa Lins, “o empreendimento de Sócrates Bomfim poderia até ter dado certo se investimentos necessários para o desenvolvimento da siderúrgica não estivessem apoiados principalmente no aporte de incentivos financeiros da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), que não conseguia cumprir o seu próprio cronograma de desembolso, sem falar da inflação em alta no país.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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