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Rumo às profundezas das águas amazônicas

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Quando vemos documentários de natureza, com mergulhos subaquáticos, daqueles onde peixes e outros animais nadam tranquilamente, imaginamos que essa atividade fica distante de nossas possibilidades. Engano. No dia 28 passado a Aquarium Scuba, escola de mergulho, completou quatro anos e já formou dezenas de mergulhadores aptos a desvendar os mistérios de alguns rios amazônicos.

“Já formei quase 100 alunos e expedi mais de 200 certificados de cursos diversos de mergulho”, acrescentou o paulista Eduardo Carrilho, proprietário e instrutor da Aquarium Scuba.  

“Sempre gostei de ensinar as pessoas. Já fui professor de informática, de monitoramento na faculdade, e sempre dou treinamentos em outra empresa onde trabalho, quanto a mergulhar, é uma atividade que pratico desde 2007, quando fiz meu primeiro curso. Num belo dia, surgiu a oportunidade de eu dar aula, aí veio a escola”, contou.

“Tudo começou ainda em São Paulo. Eu havia feito um curso de graduação, de tecnólogo em construção naval. No último semestre, antes de me formar, fui contratado como estagiário para atuar numa empresa que faz vistorias de embarcações”, lembrou. “Um ano e meio depois eles me transferiram para Manaus onde haviam aberto uma filial. Mais três anos e me tornei sócio proprietário da empresa, que abriu mais três unidades no Norte, em Santarém, Belém e Macapá”, revelou.

No caso de Eduardo, ele começou a mergulhar, primeiro porque gostava, depois porque arrumou um emprego de mergulhador, mas cada pessoa pode ter um motivo.

“Cada pessoa descobre no mergulho alguma coisa diferente. Uns vão para enfrentar a si mesmos e seus medos, medo de água, ou de lugares pequenos; outros vão pela aventura, por querer pertencer a um grupo diferente de amigos, para viajar, para conhecer as belezas do mar, ou dos rios, por insistência de amigos, e por aí vai”, disse.

Em Balbina, as melhores águas

Voltando aos documentários de natureza, lá observamos águas cristalinas, onde se consegue ver a metros de distância. E aqui no Amazonas, com as águas barrentas do Solimões, e as escuras do Negro?

“Realmente o Negro, e o Tarumã, são rios muito ruins de visibilidade. Os mais próximos de Manaus, bons para a prática do mergulho, ficam em Balbina e Presidente Figueiredo, chegando a quatro metros de distância a visibilidade, a cerca de dez metros de profundidade. É uma visibilidade excelente para se treinar, pois qualifica o mergulhador com muito mais realidade do que no mar. Criei até um ditado: quem mergulha em Balbina, mergulha em qualquer lugar”, riu.

“Já me disseram que, em Balbina, existem pedreiras, onde são acumuladas águas de chuva e por isto são bastante cristalinas, mas nunca conheci uma fonte confiável, que pudesse me mostrar esses locais ou autorizar o mergulho lá”, explicou.

Um dado que pode interessar a quem trabalha com turismo de selva. O lago Paranoá, em Brasília, tem águas menos transparentes se comparadas às dos rios de Balbina, no entanto, “lá é uma das áreas do Brasil com maior concentração de escolas de mergulho, e um atrativo para os turistas. Meu próximo projeto é desenvolver o turismo de mergulho aqui no Amazonas”, adiantou.

“Quanto ao Solimões, não aconselho ninguém a mergulhar nele, ao menos por esporte. É um rio muito perigoso e com visibilidade zero. Somente mergulhadores experientes para realizar trabalhos nas suas águas”, avisou.

Os benefícios do mergulho

Outra atividade para quem mergulha é a pesca subaquática. “E ela já é muito praticada aqui no Amazonas, mas tem uma diferença do mergulho autônomo, que é o mergulho com cilindro, como ensinamos na Aquarium Scuba. Pelas leis brasileiras não se pode fazer pesca subaquática com cilindro. A pessoa que desejar praticar este esporte precisa fazê-lo apenas com o fôlego, com o máximo que o pulmão aguentar”, revelou.

Para quem já ficou interessado em começar suas aulas de mergulho, Eduardo acrescenta mais alguns benefícios.

“A prática constante do mergulho pode ajudar pessoas com ansiedade a se controlar, a enfrentar os medos, pois é uma atividade relaxante, que distrai o praticante, melhora a saúde do corpo, a respiração e traz muita paz”, garantiu.

Pelas regras das certificadoras de mergulho internacional, crianças com oito anos podem iniciar o mergulho na piscina, e a partir dos dez anos estão aptas a ir para as águas abertas (rio ou mar). “Mas mergulhar na piscina já é incrível, e tem muitas brincadeiras para todos, de crianças a adultos”, adiantou.

Sobre os cursos, Eduardo informou: “a logística normal, sem alterações, dura dois finais de semana. Inicio as aulas numa sexta feira à noite, depois continuam no sábado e no domingo, o dia todo, revezando entre aulas teóricas e aulas em piscina, das 9h às 18h, na média”, explicou.

“No final de semana seguinte, fazemos uma viagem até Balbina, partindo no sábado de manhã. Dormimos lá e voltamos domingo, às 18h. É um final de semana em contato com a natureza, afastado das redes sociais, em vila onde a calmaria reina, um lugar tranquilo para recarregar as energias. O curso tem certificação internacional, mais material didático”, revelou.

Outras informações podem ser obtidas diretamente na Aquarium Scuba, av. Leonardo Malcher, 1731, Centro, fone: 9 8402-7861.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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