Pesquisar
Close this search box.

Produtos ilegais ainda dominam vendas

https://www.jcam.com.br/PGB4_2605_012.bmp

Consumo de bens não originais causa rombo de R$ 30 bilhões na economia

Piratas, alternativos, paralelos ou do Paraguai. Independente dos nomes populares como são conhecidos, os produtos falsificados, ou réplicas, fazem parte do cotidiano dos brasileiros e estão em todos os aspectos de sua vida, seja como entretenimento, vestimenta ou utilidades do lar.
De acordo com um estudo realizado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), 69% dos consumidores brasileiros admitem ter comprado produtos falsificados –número que representa mais de 45 milhões de pessoas. Entre os itens mais consumidos estão roupas (39%), acessórios (24%), calçados (22%), eletrônicos (17%) e perfumes (14%). Já as marcas mais cobiçadas são Nike (33%), Adidas (30%), Lacoste (29%), Ray-ban (21%), Louis Vuitton (20%) e Samsung (20%). O perfil do consumidor de falsificados é tão vasto quanto à diversidade de produtos no mercado negro. No entanto, se destaca o jovem de baixa escolaridade e pertencente à classe C.
A principal justificativa para a compra de produtos piratas é o baixo valor, principalmente quando comparado ao preço do produto original. A compra também implica um fator social.
“Para quem tem recursos financeiros inferiores aos valores dos produtos de luxo, a compra de falsificados é um dos mecanismos encontrados para inserir-se no mercado de marcas famosas”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Esse fenômeno apontado pela economista pode ser observado no cotidiano das metrópoles. Em São Paulo, por exemplo, houve a recente popularização do chamado “Funk Ostentação”. Jovens cantam músicas que enaltecem bens materiais para um público que, muitas vezes, ainda não possui condições financeiras para tamanho consumo. Um exemplo é uma letra do cantor MC Guimê que diz: “contando os plaque de 100 [notas de dinheiro], dentro de um Citroen.” A música, lançada em 2012, soma mais de 58 milhões de visualizações no canal oficial do funkeiro no YouTube.
Nesse caso, ostentar peças de marca, que podem não ser originais, é questão de status. Cerca de metade dos consumidores de produtos falsificados esconde a procedência do produto. Desses, 24% ficariam muito constrangidos e envergonhados se alguém descobrisse que eles usam produtos não originais. Ou seja, não querem arranhar a sua imagem. O consumo de bens não originais também traz prejuízos à economia. Estima-se que o mercado perca R$ 30 bilhões com a venda ilegal de produtos piratas, segundo o Fórum Nacional de Combate à Pirataria. Os prejuízos estão ligadas à sonegação de impostos e à perda de empregos formais.
Outro problema é a relação entre pirataria e outros crimes. Estimativa da Polícia Rodoviária Federal aponta que, somente em estradas federais, cerca de 40% dos veículos apreendidos com mercadorias ilegais são roubados ou possuem restrições judiciais. No município de São Paulo, os números também são inquietantes. Entre 2010 e 2012, foram apreendidos mais de R$ 2 bilhões em mercadorias ilegais na cidade.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar