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Produção de motocicletas do PIM superou em 10,3% primeiro trimestre de 2023

O segmento motorizado do polo de duas rodas do PIM renovou recorde ao final do primeiro trimestre. No período, o Polo Industrial de Manaus fabricou 438.038 motocicletas, gerando uma escalada de 10,3% sobre o patamar do mesmo mês do ano passado (397.070), na melhor marca para o período desde 2012. Dispondo de três dias úteis a mais, a variação mensal acelerou 10,59%, de 139.767 para 156.322 unidades. Já o aumento no confronto com igual intervalo de 2023 (152.450) foi mais modesto e ficou em 2,5%.

Os emplacamentos tiveram performance semelhante, com 279.683 unidades comercializadas em três meses, o melhor número em 13 anos. As exportações avançaram em março, mas seguem negativas no acumulado. Os dados foram divulgados nesta quarta (10), pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), em coletiva de imprensa. A entidade manteve as projeções para 2024, de produção (+7,4% e 1,69 milhão de unidades), licenciamentos (+7,5% e 1,70 milhão) e vendas externas (+6,3% e 35.000).

“Tivemos um crescimento o PIB, uma desaceleração da inflação, e uma queda do desemprego e da taxa de juros. São fatores que têm colaborado para o crescimento do mercado. Existe ainda uma demanda por mobilidade urbana, com destaque especialmente para o delivery. Isso gera potencial de crescimento da produção, destaque também para as vendas financiadas, que subiram de 34% para 37% do total, entre 2022 e 2023. Na mesma comparação, a modalidade de consórcio cresceu de 30% para 35%”, analisou o presidente da entidade empresarial, Marcos Bento.

Reforma e vazante

O dirigente lembrou que o segmento colecionou números positivos em 2023, a despeito da crise da vazante e das oscilações na economia brasileira. Ao citar números da Suframa, ele lembrou que o polo de duas rodas fechou o ano com R$ 30,8 bilhões de faturamento, 17 mil trabalhadores diretos, e capacidade produtiva de 1,8 milhão de motocicletas por ano. O subsetor é responsável também por mais de 150 mil empregos diretos em todo o país, contando com 7.800 pontos de venda no Brasil e 1.500 fornecedores de componentes.

O presidente da Abraciclo salientou que a entidade está de olho nas discussões sobre reforma Tributária no Congresso, para garantir a segurança jurídica conquistada pela ZFM no texto da Emenda Constitucional 132, aprovada em dezembro. “Estamos e aguardando o projeto que o governo federal encaminhará, em relação às leis complementares, que são muito importantes. A Abraciclo tem acompanhado e trabalhado ativamente, com o objetivo de assegurar a competitividade do segmento de duas rodas”, afiançou.

Ao responder perguntas dos jornalistas a respeito das expectativas de uma nova estiagem severa para este ano, o executivo lembrou que 2023 foi um “ano dramático”, com paralisações de fábricas e aumento do custo do frete. “Temos acompanhado com ansiedade essa situação, visto que o nível dos rios continua abaixo do registrado no ano anterior. Agradecemos as ações dos governos federal e estadual no ano passado, e vemos uma movimentação de ambos para tomar providências, principalmente na dragagem. Nossa expectativa, além das ações tomadas por cada associado, é evitar [novas situações de] alto custo e paralisações, que muito nos prejudicam”, enfatizou

Durante sua participação na coletiva de imprensa, Marcos Bento também celebrou os 48 anos da Abraciclo, “que desde 1976 promove o desenvolvimento e a defesa da indústria nacional de duas rodas”, agradecendo associados, fornecedores, colaboradores e consumidores. E ainda deu boas vindas à nova empresa associada à entidade e atuante no PIM, a montadora indiana Bajaj.  

Varejo e aquecido

O volume de motos do PIM comercializado no varejo interno expandiu 12,02% entre fevereiro (136.326) e março (152.719). A comparação com o terceiro mês do exercício anterior (136.300) apontou para um incremento de 4,6%. De janeiro a março, o polo de motocicletas da Zona Franca de Manaus conseguiu vender 433.402 motocicletas em todo o país, 21,1% a mais do que o patamar atingido em igual acumulado do ano passado. Foi a melhor marca das montadoras para o período, nos últimos 13 anos.

O Sudeste concentrou 38,9% (166.700) das vendas do acumulado dos três primeiros meses de 2024. Na sequência estão o Nordeste (29,6% e 126.700), o Norte (12,8% e 54.900), o Centro-Oeste (10,4% e 44.700) e o Sul (9,2% e 39.400). Assim como ocorrido em fevereiro, a maior taxa de crescimento de volume comercializado veio dos Estados do Centro-Oeste (+28,8%), com Sudeste (+20,9%) e Norte (+20,1%) nas posições seguintes.

Motos de baixa cilindrada (até 160) representaram 79,7% (348.900) da oferta do trimestre – e também a maior alta (+11,2%). Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam por 17,6% (77.000). Os veículos acima de 450 cilindradas são 2,8% (12.100) do total e amargaram queda de 5,5%. A categoria Street respondeu por 48,9% (214.200) da oferta, sendo seguida pela Trail (18,9% e 82.600) e pela Motoneta (17% e 74.600). Em torno de 65% (284.500) da produção do PIM é de modelos bicombustível (etanol/gasolina), e os 35% restantes (153.000) são movidos exclusivamente a gasolina.

Indagado sobre os planos do PIM para motocicletas elétricas, Marcos Bento disse que o segmento é importante e está na pauta de todos os fabricantes. “Hoje, esse mercado representa em torno de 0,5%. Acredito que essa é uma tendência dos lançamentos ao redor do mundo, em marcas que também estão presentes no Brasil. Esse fator é uma opção de cada fabricante, mas como eles detêm a tecnologia, isso pode ser uma tendência para os próximos anos”, encerrou.

Boxe ou coordenada: Exportações ensaiam recuperação

As exportações esboçaram reação, no mês passado. Foi registrado um aquecimento de 46,18%, entre fevereiro (2.800) e março (4.093), e uma expansão de 45,5%, frente ao mesmo mês de 2023. No trimestre, no entanto, as vendas externas seguem negativas em 8,7%, com apenas 9.379 unidades embarcadas. A  Abraciclo não informou quais foram os principais destinos da produção do PIM. Dados do portal Comex Stat revelam que, em três meses, os principais mercados para a exportação de motocicletas ‘made in ZFM’ foram Argentina (US$ 12.91 milhões), Estados Unidos (US$ 8.80 milhão) e Colômbia (US$ 4.32 milhões), em uma lista de 19 países.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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