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Preços dos imóveis de Manaus aceleram mais em novembro

O metro quadrado dos imóveis de Manaus emendou sua oitava rodada mensal seguida de elevação nos preços médios, na passagem de outubro para novembro. E também voltou a acelerar. A variação foi positiva em 1,30%, elevando o valor de R$ 5.579 para R$ 5.652, em movimento mais acentuado do que o anterior (+1,13%), e novamente bem acima da média brasileira (+0,53%). É o que apontam os dados mais recentes do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

Na média nacional, o Índice FipeZap de novembro (+0,53%) bateu o dado de outubro (+0,43%), mas segue distante do recorde de julho deste ano (+0,64%). Também ficou aquém do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) aguardado pelo mercado financeiro para o mesmo mês (+1,03%), apontado na pesquisa Focus/BC. Em 11 meses, as respectivas variações percentuais foram +4,78% e +9,35%. O dado anualizado também apresentou alta nominal média significativa para os imóveis em todo o país (+5,27%) e igualmente abaixo da inflação oficial projetada pelo mercado financeiro (+10,83%).

A alta mensal fez Manaus seguir na quinta colocação do ranking das 16 capitais sondadas pelo Fipezap – que se baseou em 1.440 anúncios imobiliários locais. Só perdeu para Maceió (+1,63%), Brasília (+1,46%), Curitiba (+1,45%) e Goiânia (+1,35%). Em contrapartida, Florianópolis (+1,22%), Campo Grande (+0,97%), João Pessoa (+0,89%), Vitória (+0,85%), Fortaleza (+0,76%), Recife (+0,60%), Belo Horizonte (+047%), São Paulo (+0,35%), Porto Alegre (+0,19%) e Rio de Janeiro (+0,16%) tiveram altas inferiores à da capital amazonense. O único dado negativo veio de Salvador (-0,11%).

No acumulado do ano, Manaus (+10,75%) se segurou na sexta posição, com mais do que o dobro do número brasileiro (+4,78%). Vitória (+18,55%) ainda lidera a lista, enquanto Maceió (+15,99%), Curitiba (+13,98%), Florianópolis (+13,95%) e Goiânia (+12,43%) também aparecem à frente da capital amazonense. Abaixo desse patamar estão Brasília (+8,70%), João Pessoa (+7,48%), Porto Alegre (+5,15%), Campo Grande (+5,07%), Fortaleza (+4,76%), São Paulo (+3,75%), Recife (+3,76%), Belo Horizonte (+2,75%), Rio de Janeiro (+1,96%) e Salvador (+1,37%), em uma lista sem retrações. 

Na variação de 12 meses, a capital amazonense (+13,69%) ainda está na quarta colocação entre as capitais brasileira e seu índice corresponde a quase o triplo do dado nacional (+5,27%). Foi superada somente por Vitória (+20,52%), Maceió (+18,13%), Florianópolis (+15,12%) e Curitiba (+14,65%). Nas posições abaixo de Manaus estão Goiânia (+13,37%), Brasília (+8,66%), João Pessoa (+8,50%), Porto Alegre (+5,99%), Campo Grande (+5,98%), Fortaleza (+5,93%), Recife (+4,37%), São Paulo (+4,14%), Belo Horizonte (+2,98%), Rio de Janeiro (+2,26%) e Salvador (+1,74%). 

Bairros em alta

Pelo terceiro mês seguido o bairro Ponta Negra (R$ 6.501) – na zona Oeste – figurou na liderança do ranking do metro quadrado mais caro de Manaus. O Aleixo (R$ 6.224) ultrapassou o Adrianópolis (R$ 6.205) – ambos na zona Centro-Sul. Nossa Senhora das Graças (R$ 5.828) – na mesma zona da cidade – e Dom Pedro (R$ 5.627) – na zona Centro-Oeste – vieram em seguida, sem alterações nas colocações em relação a outubro. Em 12 meses, as respectivas variações foram +14,6%, +25,2%, -0,7%, +5,3% e +20,2%.

No sexto lugar ainda está o Parque 10 de Novembro (R$ 4.835), seguido por Flores (R$ 4.530) – os dois localizados na zona Centro-Sul. A Compensa (R$ 4.460) – na zona Oeste – caiu da sétima para a oitava colocação. Já o Centro (R$ 3.748) –zona Sul – foi deixado para trás pela Chapada (R$ 3.796) – zona Centro-Sul –, trocando as posições do levantamento anterior. Na comparação com os valores registrados no mesmo mês do ano passado, os três primeiros apresentaram valorização (+12,8%, +23,1% e +27,1%, na ordem), enquanto os demais sofreram decréscimos (-8% e -0,2%, respectivamente).

A despeito da nova alta, o preço médio do metro quadrado manauense (R$ 5.652) está 27,90% aquém do valor da média nacional (R$ 7.839) – embora essa margem venha sendo reduzida mês a mês. O valor local está próximo a cidades médias do Sudeste, a exemplo de Campinas (R$ 5.486), São José dos Campos (R$ 5.415) e Vila Velha (R$ 5.882). Manaus segue em 12º lugar entre as 16 capitais listadas pelo FipeZap, à frente de Salvador (R$ 5.321), Goiânia (R$ 5.057), João Pessoa (R$ 4.849) e Campo Grande (R$ 4.530), ficando logo atrás de Maceió (R$ 6.138). Os valores mais elevados estão em São Paulo (R$ 9.673), Rio de Janeiro (R$ 9.631) e Brasília (R$ 8.743). 

Custos e lançamentos

Em entrevistas anteriores à reportagem do Jornal do Commercio, o diretor da Comissão da Indústria Imobiliária da Ademi-AM (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas), Henrique Medina, ressaltou que as elevações sucessivas no preço do metro quadrado local estão “alinhadas com o resto do Brasil”. O dirigente avaliou que Manaus vem estabilizando preços e que os aumentos mais recentes se deram em virtude dos lançamentos imobiliários, que adotaram novos custos de produção e preços de venda.

Os dados mais recentes do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) indicam, contudo, que o custo da construção civil no Amazonas voltou a aumentar, entre setembro e outubro, mas desacelerou. Segundo o IBGE, o indicador subiu 0,74%, em alta mais amena que a anterior (+3,11%). O dado perdeu para o número brasileiro (+1,01%) e para a inflação do período (+1,25%). Mas, voltou a ser impactado pelos dispêndios com materiais, onde o incremento foi de 1,21% – contra os +0,47% anteriores.

Henrique Medina não deixou de apontar também que as altas dos combustíveis e do dólar “preocupam muito”, em face de seus impactos nos preços do setor e no seu potencial de se reproduzir em novas altas. “Nós, do Amazonas, sofremos um pouco mais com a inflação dos combustíveis, porque a grande maioria dos insumos que vem para nossa região chega por modal rodoviário, assim como por transporte marítimo ou fluvial, que aumentaram sobremaneira”, concluiu. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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