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Preço de imóveis em Manaus volta a subir em abril

O preço médio do metro quadrado dos imóveis de Manaus interrompeu uma série de duas quedas seguidas e voltou a subir, entre março e abril. A capital amazonense seguiu em trajetória inversa à registrada no mês anterior (-0,65%) e avançou com mais ímpeto do que a média brasileira (+0,30%), reforçando a alta acumulada no ano. O valor subiu 0,49% na variação mensal, passando de R$ 5.137 para R$ 5.162. Os dados são do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

O incremento de Manaus (+0,49%) foi o oitavo maior, no ranking das 16 capitais brasileiras analisadas mensalmente pelo indicador – que tomou como base 1.440 anúncios imobiliários locais. As maiores altas ficaram em Maceió (+1,50%) e Florianópolis (+1,16%), João Pessoa (+0,90%), Vitória (+0,88%), Campo Grande (+0,79%), Belo Horizonte (+0,74%), Salvador (+0,64%). A capital amazonense ficou à frente de Curitiba (+0,43%), Goiânia (+0,40%), Recife (+0,29%), São Paulo (+0,26%), Rio de Janeiro e Porto Alegre (ambos com +0,16%). Apenas duas capitais tiveram retrações mensais: Brasília (-0,01%) e Fortaleza (-0,06%). 

No acumulado do ano, a capital amazonense (+1,15%) ainda está na 11ª posição, mas já acima do número brasileiro (+1,10%). Maceió (+6,32%) lidera a lista, sendo seguida de longe por Florianópolis, Vitória (ambas com +3,79%) Curitiba (+3,43%), João Pessoa (+3,09%), Goiânia (+2,08%), Porto Alegre (+1,64%), Brasília, Campo Grande (as duas com +1,53%) e São Paulo (+1,51%). Em contrapartida, Rio de Janeiro (+0,76%), Salvador (+0,47%) e Recife (+0,33%) ficaram aquém de Manaus, enquanto Fortaleza (-0,84%) e Belo Horizonte (-0,36%) pontuaram quedas.

Na análise dos últimos 12 meses, Manaus (+9,83%) detém o quarto maior percentual de elevação de preços do mercado imobiliário nacional, entre as capitais, sendo superada apenas por Maceió (+12,76%), Vitória (+10,04%) e Curitiba (+9,99%). Na sequência, estão Brasília (+9,23%), João Pessoa (+8,12%), Florianópolis (+7,65%), Goiânia (+6,36%), Campo Grande (+5,88%), São Paulo (+4,32%), Porto Alegre (+3,79%), Salvador (+3,48%), Fortaleza (+3,35%), Belo Horizonte (+2,71%) e Rio de Janeiro (2,13%). 

Na média nacional, o Índice FipeZap (+0,30%) acelerou ante os resultados de março (+0,18%) e fevereiro (+0,26%), mas não em relação a janeiro (+0,35%). A variação ficou perto do  IPCA de abril (+0,32%), conforme a pesquisa Focus, do Banco Central. Para o quadrimestre, os respectivos percentuais foram +1,10% e +2,38%. “Confirmada essa variação dos preços ao consumidor, calcula-se que o preço médio de venda residencial encerrará abril próximo da estabilidade, em termos reais (-0,02%)”, assinalou o texto da pesquisa, acrescentando que o valor médio do metro quadrado deve recuar 1,24% no acumulado do ano, descontada a inflação. 

Bairros em alta

O bairro Adrianópolis (R$ 6.100), na zona Centro-Sul da cidade, se manteve na primeira posição no ranking dos valores de metro quadrado mais caros de Manaus, em abril. O bairro Ponta Negra (R$ 5.870), na zona Oeste, se segurou no segundo lugar. Foi seguido, mais uma vez, por São Jorge (R$ 5.733), também na zona Oeste, e pelo Aleixo (R$ 5.266), na zona Centro-Sul – que ultrapassou o bairro Nossa Senhora das Graças. Os preços dos dois primeiros caíram, enquanto o do terceiro ficou estagnado.

Na outra ponta, o Japiim (R$ 2.881), na zona Sul, tomou o lugar do Lago Azul (R$ 2.924), na zona Norte, ao despontar como o bairro mais barato da cidade. Em seguida, vieram Tarumã (R$ 3.137) e Tarumã Açú (R$ 3.293), ambos na zona Oeste, e o São José Operário (R$ 3.736), na zona Leste. O único bairro que registrou diminuição de preço no metro quadrado foi o Japiim.

O metro quadrado de Manaus (R$ 5.162) está 31,92% aquém da média nacional (R$ 7.582), com preço próximo a cidades médias, como Vila Velha (R$ 5.159), Diadema (R$ 5.117), Guarulhos (R$ 5.104) e São Bernardo do Campo (R$ 5.101). Está em 13º lugar entre as 16 capitais brasileiras listadas pelo FipeZap, ficando à frente de João Pessoa (R$ 4.651), Goiânia (R$ 4.592) e Campo Grande (R$ 4.377), mas atrás de Salvador (R$ 5.273), Maceió (R$ 5.627) e Fortaleza (R$ 5.920). Rio de Janeiro, por outro lado, voltou a encabeçar o ranking, com o metro quadrado mais caro (R$ 9.518), sendo seguido por São Paulo (R$ 9.464) e Brasília (R$ 8.166). 

Demanda e oferta

O Presidente do Creci AM/RR (Conselho Regional de Corretores de Imóveis dos Estados do Amazonas e Roraima – 18ª Região), Paulo Carvalho Mota Junior, observa que os valores de metro quadrado seguem alinhados com a flutuação de demanda e oferta. Segundo o dirigente, nos primeiros meses do ano, quando a cidade ainda estava na curva ascendente da covid, a escalada de mortes pela doença contribuiu para o aumento desta última.

“Muitas famílias perderam seus entes queridos para a pandemia e tiveram de colocar seus bens à venda, inclusive imóveis. Com isso, aumentou a necessidade de avaliações mercadológicas e levantamento de bens, aquecendo o mercado de perícia”, explicou, acrescentando que esse fator pode ter ajudado na queda de preços por metro quadrado nos meses anteriores.

Paulo Carvalho Mota Junior ressalta, contudo, que a demanda voltando a aquecer e já está em equilíbrio com a oferta. Para os compradores com mais capital a disposição, os bairros mais procurados são Ponta Negra, Adrianópolis, Tarumã e Dom Pedro, entre outros, assinala o presidente do Creci AM/RR. Torquato e bairros das zonas Leste e Norte, por outro lado, são a preferência de clientes com menor poder aquisitivo. 

“O mercado não está parando. Tanto é que os incorporadores estão atrás de áreas para lançar novos empreendimentos, devido à grande demanda. A pandemia e a necessidade de ficar mais em casa fez com que as pessoas buscassem imóveis maiores e melhores. Tanto que, em bairros como o Adrianópolis e o Aleixo, os preços dos terrenos estão subindo muito e geram maior necessidade de negociação, já que as empresas não querem ter de cobrar um preço ainda mais alto para o comprador do imóvel. O que ainda atrapalha é a burocracia para a liberação de projetos na Prefeitura”, encerrou.    

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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