Pesquisar
Close this search box.

Preço médio dos imóveis de Manaus cai novamente em março

O preço médio do metro quadrado dos imóveis de Manaus caiu pelo segundo mês seguido, entre fevereiro para março, fazendo a cidade despencar novamente no ranking nacional. O corte foi de 0,65%, reduzindo o valor de R$ 5.171 para R$ 5.137. A capital amazonense seguiu em trajetória inversa à da média brasileira (+0,18%), na variação mensal, mas segue com altas, nos acumulados. Os dados são do Índice FipeZap, estudo mensal da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) que acompanha as flutuações do mercado imobiliário de 50 cidades brasileiras.  

Manaus (-0,65%) sofreu o maior decréscimo mensal no ranking das 16 capitais brasileiras analisadas mensalmente pelo indicador – que tomou como base 1.440 anúncios imobiliários locais. Fortaleza (-0,44%) e Belo Horizonte (-0,38%) também apresentaram quedas. Em contraste, 13 cidades apresentaram aumentos, com destaque para Maceió (+1,38%), Vitória (+1,11%), Florianópolis (+0,82%), Curitiba (+0,82%) e Goiânia (+0,67%). São Paulo e Rio de Janeiro encerram o mês com incrementos médios de 0,38% e de 0,10%, em números inferiores aos de fevereiro (+0,40% e +0,25%).

No acumulado do ano, a capital amazonense (+0,66%) está na 11ª posição e abaixo do número brasileiro (+0,80%). Maceió (+4,75%) lidera a lista, sendo seguido de longe por Curitiba (+2,99%), Vitória (+2,89%), Florianópolis (+2,60%) e João Pessoa (2,18%). Belo Horizonte (-1,09%), Fortaleza (-0,77%) e Salvador (-0,17%) seguiram caminho inverso. Já as capitais paulista e carioca pontuaram +1,25% e +0,60%, respectivamente.

Na análise dos últimos 12 meses, Manaus (+9,91%) detém o terceiro maior percentual de elevação de preços do mercado imobiliário nacional, sendo superada apenas por Maceió (+11,58%) e Curitiba (+10,59%). Em seguida, estão Brasília (+9,39%), Vitória (+9,17%), Florianópolis (+7,41%) e João Pessoa (+6,80%). São Paulo e Rio de Janeiro tiveram altas respectivas de 4,27% e de 2,12%, em uma lista sem nenhum decréscimo. 

Bairros em alta

O bairro Adrianópolis (R$ 6.273), na zona Centro-Sul da cidade, se manteve na primeira posição no ranking dos valores de metro quadrado mais caros de Manaus, em março. O Ponta Negra (R$ 5.946), na zona Oeste, se segurou no segundo lugar. Foi seguido, mais uma vez, por São Jorge (R$ 5.733), também na zona Oeste, e Nossa Senhora das Graças (R$ 5.266), igualmente na zona Centro-Sul. Dos quatro, apenas o São Jorge registrou valorização mensal.

Na outra ponta, o Lago Azul (R$ 2.892), na zona Norte, despontou novamente como o bairro mais barato da cidade. Em seguida, vieram Japiim (R$ 2.982), na zona Sul, e Tarumã (R$ 3.020), na zona Oeste. O Tarumã Açú (R$ 3.273), igualmente na zona Oeste, se manteve no quarto lugar, enquanto o São José Operário, na zona Leste, cedeu lugar para o Bairro da Paz (R$ 3.593), na zona Centro-Oeste. Apenas Tarumã e Japiim tiveram valorização.

Na média nacional, o Índice FipeZap (+0,18%) desacelerou ante os resultados dos últimos três meses e a variação ficou novamente abaixo do IPCA do mesmo período (+0,95%), conforme a pesquisa Focus, do Banco Central. Para o trimestre, os respectivos percentuais foram +0,80% e +2,07%. “Confirmada essa variação dos preços ao consumidor, calcula-se que o preço médio de venda de imóveis residenciais encerrará março com queda real de 0,76%”, assinalou o texto da pesquisa, acrescentando que o valor médio do metro quadrado deve recuar 1,25% no acumulado do ano, descontada a inflação. 

Apesar das elevações acumuladas, a capital amazonense ainda mantém valor médio de metro quadrado (R$ 5.137) bem aquém da média nacional (R$ 7.561), por uma diferença de 32,06%. De acordo com a base de dados da sondagem, Manaus ainda tem preço médio próximo ao de cidades paulistas – Guarulhos (R$ 5.070), Diadema (R$ 5.109) e São Bernardo do Campo (R$ 5.090) – e do Espírito Santo – Vila Velha (R$ 5.113). 

A cidade ainda está em 13º lugar entre as 16 capitais brasileiras listadas pelo indicador FipeZap, ficando à frente apenas de João Pessoa (R$ 4.610), Goiânia (R$ 4.573) e Campo Grande (R$ 4.343), e logo atrás de Salvador (R$ 5.240) e Maceió (R$ 5.544). Rio de Janeiro, por outro lado, voltou a encabeçar o ranking, com o metro quadrado mais caro (R$ 9.503), sendo seguido por São Paulo (R$ 9.439) e Brasília (R$ 8.167). 

“Realidade de mercado”

O Presidente do Creci AM/RR (Conselho Regional de Corretores de Imóveis dos Estados do Amazonas e Roraima – 18ª Região), Paulo Carvalho Mota Junior, estranhou os números e ressaltou que o mercado imobiliário local não parou nem mesmo com as restrições impostas pela pandemia. Um reflexo disso seria que o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) – que regula a maioria dos contratos de locação de imóveis – está “lá em cima”. Para o dirigente, as diferenças podem ocorrer justamente porque a pesquisa se baseou em valores imobiliários publicados em anúncios.  

“O anúncio é uma coisa, mas a venda é outra. Tudo depende da negociação. O cliente pode pedir o valor de seus sonhos pelo imóvel, mas será que a realidade de mercado é essa? Nesse caso, sugerimos que, além do valor pedido, destaque que ‘aceita negociação’. De uma forma geral, o mercado ainda está aquecido. Às vezes, faltam imóveis com regularização, mas o fato é que a procura aumentou com a pandemia, porque muita gente está ficando mais em casa e querendo morar melhor”, ponderou.

O presidente do Creci AM/RR reforçou que a localização é o fator preponderante para a procura e a valorização do imóvel, por isso considerou que o fato de bairros como Adrianópolis, Ponta Negra e Nossa Senhora das Graças estarem entre os mais valorizados não é novidade, mas não deixou de estranhar a presença do São Jorge na mesma lista. “O bairro tem uma localização central, mas o fato é que não vemos tanta procura por lá”, justificou.  

No caso das localidades menos valorizadas, Paulo Carvalho Mota Junior diz que os valores de metro quadrado podem estar sofrendo o efeito de uma oferta mais forte, a exemplo do Lago Azul, Japiim e Tarumã. “Há muitos empreendimentos nesses bairros, então o preço acaba sendo mais em conta. Mas, o Tarumã tem uma tendência de valorização, por causa da duplicação da avenida do Turismo. Já o Bairro da Paz, assim como outros, enfrenta problemas de segurança em alguns trechos. E o cliente busca principalmente isso, quando quer comprar um imóvel. Tanto é que a preferencia ainda é pelos condomínios fechados”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar