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PIM entregou 121.403 unidades de motocicletas em fevereiro

As linhas de produção de motocicletas do PIM aceleraram, em fevereiro, e chegaram ao melhor resultado em dez anos. O Polo Industrial de Manaus entregou 121.403 unidades, 13,4% a mais do que no mesmo mês de 2022 (85.117 unidades). Houve retração de 1,2% ante janeiro (122.917), em função do Carnaval e da menor quantidade de dias úteis. Mas, o segmento já acumula 28,1% de alta no bimestre (244.320) – em que pese o enfraquecimento da base de comparação pela terceira onda. Os números foram divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), nesta segunda (13).

As projeções para 2023 foram mantidas, mais uma vez. A estimativa é que o Polo deve fabricar 1.550.000 motocicletas até dezembro, o que representam uma elevação anual de 9,7%. A mesma base de dados confirmou nova evolução no ritmo das vendas domésticas, embora o mesmo não possa ser dito das exportações. A Abraciclo projeta 1.490.000 emplacamentos para este ano, 9,4% a mais do que o apresentado em 2022. O cálculo sobre as vendas externas ainda vislumbra um aumento de 6,6% (59.000) na mesma comparação.

Em texto distribuído pela assessoria de imprensa da Abraciclo, o presidente da entidade, Marcos Fermanian, comemorou o desempenho e assinalou que assim como em janeiro, as unidades fabris do PIM operaram normalmente e em ritmo ampliado de trabalho, no mês passado. “O segmento iniciou 2023 acelerando a produção. Com a tendência de alta nos próximos meses, vamos em busca do equilíbrio entre oferta e demanda com os consumidores”, celebrou.

Na avaliação do dirigente, o mercado de motocicletas deve seguir aquecido nos próximos meses, seja pelas vantagens inerentes ao produto, seja pela atual dinâmica do mercado interno, que ainda tende a favorecer os serviços delivery no curto prazo. “O segmento deverá manter a tendência de alta nos próximos meses. Afinal, hoje a motocicleta representa uma opção de deslocamento rápido e econômico, e pode ser utilizada como instrumento de trabalho para quem atua nos serviços de entrega ou quer complementar a renda”, salientou.

Vendas e exportações

No mês passado, foram licenciadas 100.613 motocicletas, volume 34,2% superior de fevereiro de 2022 (74.972), embora o quantitativo tenha ficado 9% abaixo de janeiro de 2023 (11-0.561). Ainda assim, este foi o melhor resultado do varejo doméstico de motocicletas para os meses de janeiro, na última década. A média de emplacamentos do mês, que teve 18 dias úteis, foi de 5.590 unidades por dia. Em relação ao mesmo mês de 2022, que teve dois úteis a mais, houve alta de 49,1% (3.749). Na comparação com janeiro, que contou com 22 dias úteis, foi registrada queda de 11,2% (5.026). 

A região brasileira com mais emplacamentos ainda é o Sudeste (39.174), o que representa 38,9% do mercado. Na sequência estão o Nordeste (28.695 e 28,5%), Norte (13.224 e 13,1%), Centro-Oeste (10.376 e 10,3%) e Sul (9.144 e 9,1%). As posições foram mantidas no bimestre. A Street se manteve como a categoria mais licenciada no mês, com 58.474 unidades e 52,2% de participação no mercado, sendo seguida de longe pela Trail (18.335 e 18,2% de participação) e pela Motoneta (14.039 e 14%). 

As motocicletas de baixa cilindrada (até 160) representaram 82,5% (83.042) das vendas de fevereiro. Os modelos de 161 a 449 cilindradas responderam 14,5% (14.595) e as motos acima de 450 cilindradas contribuíram com apenas 3% (2.976). “A compra de modelos de média cilindrada cresceu 42,5% em um ano, enquanto a de alta cilindrada aumentou 11,5%. São pessoas que utilizam a motocicleta principalmente para o lazer”, salientou o presidente da Abraciclo.

Já as exportações tombaram 25%, entre janeiro (4.265) e fevereiro de 2023 (3.198), além de terem retrocedido 3,5% ante o dado de 12 meses atrás (3.315). Conforme o portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, os embarques foram liderados pela Colômbia (1.806), que respondeu por 37,8% do total. Na sequência vieram os Estados Unidos (699 e 14,6%) e Austrália (512 e 10,7%). De janeiro a fevereiro, as vendas externas subiram 12,3% (7.463), sendo que os destinos preferenciais foram Colômbia (2.810 e 25,6%), Argentina (2.740 e 25%) e EUA (1.315 e 12%).

Logística e crédito

A Abraciclo informa que a Yamaha alcançou altas anuais de 13,41%, em fevereiro (121.403), e de 28,06%, no bimestre (244.320). Por meio de sua assessoria de imprensa, o gerente de Relações Institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino, destacou à reportagem do Jornal do Commercio que o resultado está dentro do previsto. “O mercado segue em alta, que se iniciou ainda antes da pandemia, e em crescimento gradual. A Yamaha vem trabalhando em três turnos para atender à demanda e, embora ainda tenhamos algumas dificuldades com o fornecimento de insumos do exterior, estamos dentro dos volumes programados”, ponderou.

O executivo frisa que, ainda que o fluxo de insumos sofra reflexos da pandemia, não há previsão de paradas de produção, pois a empresa vem rearranjando suas linhas de produção e otimizando as disponibilidades de peças. “A previsão para 2023 é de alta de 5% e 10%. O mercado segue aquecido, e os produtos da Yamaha atendem as preferências dos consumidores. No entanto, as aprovações de crédito nas instituições financeiras ainda estão na faixa de 20% em relação à procura. Lembrando que 70% das motos vendidas dependem de CDC e, devido à alta inadimplência, os bancos seguem mais criteriosos nas concessões. A procura é bem maior que a oferta e isso pode é um limitador nas vendas”, alertou.

A Honda Motos informa, por meio de sua assessoria, que a fábrica de Manaus produziu 181.255 motocicletas e teve alta de 21% no primeiro bimestre. Em fevereiro, a produção chegou a 93.385 unidades, o melhor número desde 2015. A empresa considera que a produção acompanhou a tendência comercial, uma vez que a demanda segue aquecida. Também acrescenta que os impactos da pandemia nas cadeias globais de suprimentos ainda geram desafios, mas ressalta que a empresa trabalha “continuamente” junto aos fornecedores para manter os volumes estabelecidos. 

“A Honda trabalhou com aumento de estoque, rotas alternativas, fortalecimento da comunicação com os principais portos e maior controle logístico. Também adotamos um plano de flexibilização na produção, ajustando a sequência de modelos, versões e cores dia a dia, com o apoio dos fornecedores”, listou. “A projeção para 2023 é de um crescimento gradual e consistente, com volume mais de 10% superior ao de 2022. Seguimos confiantes no mercado brasileiro, mas sempre lembrando que existem desafios econômicos, políticos e de abastecimento que tornam difíceis as projeções nesse ambiente de negócios”, finalizou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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