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Pianista Victor Lins anda no caminho de grandes mestres

Os grandes mestres das músicas clássicas sempre tiveram alguém que, no começo de suas carreiras, lhes estendeu a mão a fim de que chegassem ao sucesso e ao reconhecimento do seu trabalho. Mozart, ainda adolescente, foi contratado como músico da corte, em Salzburgo, na Áustria. O conde de Waldstein encomendou várias obras ao jovem Bethoven, e uma de suas composições mais famosas, ‘Waldstein’, homenageia o mecenas. Quando o compositor alemão resolveu ir morar em Viena, o grande centro musical da época, foram os contatos na cidade, dados pelo conde, que o ajudaram a triunfar. Tchaikovsky, durante 14 anos, recebeu dinheiro de Nadejda Filaretovna von Meck, uma viúva milionária, apenas para compor. Detalhe, ambos moravam em Moscou, mas nunca se viram pessoalmente. Era uma condição imposta pela viúva.

Em Manaus, quem está passando por esse processo de apoio à sua carreira musical é o pianista Victor Lins, de apenas 16 anos. Além de músico, Victor também é compositor. Sua primeira obra é ‘Rapsódia amazônica’, que ele acabou de gravar e já está tendo alcance e reconhecimento internacional.

A partir da intermediação da Casa Som Amazônia, que o levou a São Paulo, o garoto prodígio está vendo se abrirem as portas do sucesso.

Em São Paulo, pronto para gravar suas composições – Foto: Divulgação

“A produção de mais três composições de Victor é assinada pela Casa Som Amazônia. Ele está em São Paulo gravando essas três obras para piano e cello”, falou Anderson Farias, um dos diretores da Casa Som Amazônia.      

A gravação aconteceu no final da semana passada, no estúdio Arsis, e teve a participação do violoncelista Raiff Dantas, primeiro violoncelo da orquestra do Teatro Municipal de São Paulo.

Rachmaninov, o favorito

“Um dia, ainda criança, eu estava na Internet e vi uma orquestra tocando. Achei lindo e me emocionei. Nós tínhamos um piano em casa, que era do meu avô, e eu resolvi tocar, e me apaixonei pelo som. A partir dali, minha mãe me colocou para estudar piano e, com o tempo, me interessei em compor, também”, recordou Victor.

“A ‘Rapsódia amazônica’ foi minha primeira obra. Foram quase dois meses entre compor e transcrever a partitura. Era uma obra extensa e com certo grau de dificuldade. Me inspirei no meu compositor favorito, Rachmaninov, que é um compositor russo e um dos que mais me identifico. A inspiração da obra teve muito a ver com o momento que eu estava vivenciando”, contou.

Michelle Lins, mãe de Victor, procurou a Casa Som Amazônia para falar sobre o processo de composição do filho, que estava em fase de germinação. Anderson, que é baterista, teve um encontro com o garoto. Viu e ouviu pessoalmente seu trabalho.

“Nessa primeira visita iniciamos um processo de aproximação e começamos a realizar o processo de acompanhamento para que a primeira composição de Victor fosse concluída. Aconteceram vários encontros entre eu e ele, posteriormente com a contribuição do maestro Hilo Carriel”, falou Anderson. 

Após a fase de finalização da composição, com participação da cantora e compositora Ellen Fernandes, também sócia da Casa Som Amazônia, foi iniciado o processo de produção do audiovisual de ‘Rapsódia amazônica’, envolvendo mais profissionais.

No palco do Teatro Amazonas – Foto: Divulgação

Jovem e experiente

“Victor tem uma habilidade e conhecimento musical de alguém com bastante experiência. Isso é possível perceber através do repertório que ele reproduz, o qual demanda conhecimento técnico e grande apuro musical. Isso é possível por uma habilidade e facilidade que o acompanha, mas, principalmente, por uma dedicação que foi possível através do investimento da família nessa formação e dedicação de horas que o jovem pode ter tido no instrumento”, explicou Anderson.

‘Song without words’ são as próximas composições de Victor a serem gravadas. Trata-se de uma obra composta por três opus, com aproximadamente quatro minutos de duração cada um. Também terão a participação de Raiff Dantas, além de vários outros músicos da orquestra do Teatro Municipal de São Paulo. 

“Meu sonho, enquanto músico, é me expressar através da minha arte, é dar vida às obras dentro de mim, e que as pessoas possam entender minha música. São muitas horas de estudo e dedicação onde a música tem um papel de grande importância para mim. Meu sonho é ser ouvido e compreendido através de sons, sem palavras”, revelou Victor.

“Proporcionar esse intercâmbio entre Manaus e São Paulo, representa reconhecer a imensa possibilidade de alcance da diversidade sonora da Amazônia”, concluiu Ellen.

O lançamento das músicas de Victor Lins acontecerá em novembro, nos canais da Casa Som Amazônia.

O que é a Casa?

A Casa Som Amazônia é um espaço cultural privado voltado a cursos, mentoria artística e produção artística e musical administrada por Anderson Farias, Ellen Fernandes e Anderson Cerdeira. A Casa recebe visitas de acordo com agendamentos, que podem ser realizados através do telefone 9 8415-4544. Os profissionais da Casa norteiam a melhor forma de atuar a cada um que busca na música, tanto profissionais quanto não profissionais, ter o reconhecimento pelo seu trabalho.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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