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Pesquisador do Inpa é agraciado pelo imperador

Evaldo Ferreira

Insta: @evaldo.am

Em cerimônia realizada na sexta-feira, 22, em sua residência, o cônsul geral do Japão, em Manaus, Masahiro Ogino, outorgou a condecoração Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Laço ao pesquisador do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Niro Higuchi. Niro foi o condecorado de Outono do 5º Ano da Era Reiwa, em novembro passado, no Japão. A condecoração reconhece a participação e contribuição do pesquisador, há muitos anos, em projetos bilaterais entre o Japão e o Brasil sobre a floresta amazônica.

A Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Laço é concedida às personalidades que tenham realizado contribuições notáveis e se destacado na promoção da amizade com o Japão, e é agraciada pelo imperador do Japão.

Niro Higuchi é mundialmente renomado na área de manejo e conservação florestal, tendo recebido o Prêmio Nobel da Paz, em 2007, como um dos membros do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas.

Estiveram presentes ao evento, o diretor do Inpa, Henrique dos Santos Pereira, vários pesquisadores da instituição, parentes e amigos do homenageado.

Nascido em Jacarezinho/PR, Niro Higuchi é casado, pai de três filhos e avô de cinco netos. Engenheiro Florestal (UFPR-1975), Mestre (UFPR-1978), Doutor (Michigan State University-1987) e Pós-doutorado (University of Oxford-1998), é pesquisador do Inpa, no Laboratório de Manejo Florestal, desde 1980, com passagem pela Universidade Federal de Mato Grosso (1978/1979). Atua principalmente na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Inventário e Manejo Florestal. É responsável pela disciplina de Manejo Florestal do curso de PG em Ciências de Florestas Tropicais do Inpa e membro titular da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Brasileira de Ciências.

Mais 40 anos

Em 1980, Niro foi contratado pelo Inpa para executar a parte de manejo florestal de um projeto institucional que envolvia manejo florestal, tecnologia da madeira e ecologia. “Vim acreditando que o Manejo Florestal Sustentável dependia de pesquisas para a sua consolidação na Amazônia. Em 1994, com a minha ajuda, foi aprovado o projeto da Mil Madeiras, em Itacoatiara, que hoje maneja mais de 300 mil hectares de floresta. Em 1998, nós publicamos um achado sobre as idades das árvores que estão sendo manejadas no Amazonas: 500 anos, em média. Com ajuda de colaboradores locais, nacionais e internacionais, o nosso foco é agregar mais valor à madeira com os serviços ecossistêmicos prestados pela floresta (ciclagens de água e de carbono, principalmente) e utilizar a tecnologia da madeira para ampliar o número de espécies florestais no mercado, melhorando o rendimento das árvores”, falou.

“Para o filho de um humilde casal de japoneses radicado no Brasil, receber uma condecoração dessas tem um significado que transcende o sentimento. Quando fui ao Japão, pela primeira vez, sob um programa de treinamento para pesquisadores nikkeis, achava que eu era 51% japonês e 49% brasileiro, mas descobri que eu sou, na verdade, quase 100% brasileiro. Então, para uma positiva interação com o Japão e suas instituições, a lógica só poderia estar associada à condição de ser o melhor brasileiro possível”, contou. 

“Trabalhar na Amazônia e no Inpa também facilitou a minha interação com o Japão. Sempre tive uma boa relação com a Jica (agência do governo japonês responsável pela implementação da assistência oficial para o desenvolvimento que busca contribuir para a construção da paz e o desenvolvimento da sociedade internacional) e com o Consulado Geral do Japão, em Manaus. Graças a essas duas instituições, ajudei a aprovar vários projetos e a enviar alunos nossos para treinamentos no Japão”, revelou.

“Me aposento daqui a três anos, mas meu objetivo, minha meta e meu sonho é manter as nossas pesquisas iniciadas em 1980. Estou batalhando para garantir mais 40 anos de pesquisas, com gente e dinheiro”, concluiu.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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