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Pesquisa Ifpeam mostra 96% dos entrevistados vão comprar presentes para o Dia das Mães neste ano

O comércio de Manaus conta os dias para o Dia das Mães. Um dado que anima os lojistas é que nove em cada dez consumidores manifesta intenção de comprar naquela que é a segunda data comemorativa mais forte do setor. Mas, o manauense novamente sinaliza querer gastar pouco: 72% esperam limitar o valor a R$ 250, priorizando bens não duráveis ou semiduráveis. E, apesar da lenta e gradual queda dos juros, a preferência por compras a crédito vem perdendo força. A conclusão vem dos dados de uma pesquisa do Ifpeam (Instituto Fecomercio de Pesquisas Empresariais do Amazonas).

A melhor notícia do levantamento é que 96% dos entrevistados informam que vão comprar algum presente, um percentual ainda maior do que o capturado no Dia das Mães de 2023 (92%). Em contraste, sinalizando as dificuldades orçamentárias das famílias, o percentual de entrevistados dispostos a limitar as compras a somente um presente subiu de 53% para 57%, na mesma comparação. Em seguida estão aqueles que pretendem gastar um pouco mais, adquirindo dois (27%), três (10%), quatro (3%) ou cinco (2%) presentes.

O consumidor que já se decidiu pela compra justifica sua escolha dizendo que a presenteada “merece e fez muito por mim” (58%); “considera um gesto importante” (35%); e “tenho costume de presentear as pessoas que amo” (6%). Embora mães sejam 72% das presenteadas neste ano, esposas (22%), sogras (16%), irmãs (10%), filhas (9%), avós (8%), noras (4%), tias (3%), namoradas (3%) e cunhadas (3%) também estão na lista. 

Valor agregado

A maioria dos consumidores está disposta a gastar de R$ 151 a R$ 250 (30%), mas 25% esperam limitar o dispêndio entre R$ 81 e R$ 150 (26%), ou não ir além de R$ 80 (17%). Outros 17% estimam ficar entre R$ 251 e R$ 400 (21,9%) e só 10% garantem estar dispostos a extrapolar além dessa marca. A parcela dos indecisos se limita a 1%. 

Na lista de compras, predominam itens tradicionais e de menor valor agregado, como roupas, calçados e acessórios (52%), perfumes (40%) e cosméticos (24%). Há quem escolha almoço/jantar em um restaurante (18%) ou dar flores (10%), maquiagens (8%) e utensílios (8%). Quem está disposto a gastar mais, aponta eletrodomésticos (5%) e celulares (7%). Em torno de 16% apontam “outras” opções não definidas. 

Questionadas sobre o que gostariam de ganhar, as mães ouvidas pelo Ifpeam também colocam vestuário, calçados e acessórios (28%), assim como perfumes (28%) e cosméticos (17%), no topo de suas preferências. Mas, também indicam tratamentos de beleza (11%), passeios/viagens (9%) e eletrônicos (2%). O Ifpeam destaca que ambas as listas não fecham em 100% porque o entrevistado pode escolher mais de uma opção.   

O cartão de crédito ainda é o meio de pagamento preferido, mas sua participação nas intenções de compras caiu de 58,2% para 46%, na comparação com o Dia das Mães do ano passado. Outras opções de crédito, como crediários, carnês e cartões de lojas (13%), também perderam adeptos. Em contrapartida, a aumentou a proporção de entrevistados dispostos a pagar à vista, seja com dinheiro/Pix (30%), seja com cartão de débito (10%).

Locais e motivos

Outra boa notícia para os comerciantes é que, apesar das mudanças de comportamento adquiridas a partir da pandemia, 94% dos entrevistados confirmam que vão fazer suas compras de forma presencial. Os locais preferidos ainda são os shoppings (67%), seguidos de longe pelas lojas de rua e de bairros (20%), Centro da cidade (12%) e hipermercados (1%). Entre os 4% que manifestaram intenção de comprar online, estão aqueles que optam por internet/sites/lojas virtuais (45%), Instagram (32%), WhatsApp (15%) e Facebook (8%). 

Os principais fatores que influenciam a escolha do local de compras, ainda são “promoções e descontos”, uma escolha de todos os entrevistados. Mas, assim como ocorrido nas últimas pesquisas da entidade, o fator “qualidade do produto” vem ganhando mais adeptos e já é apontado por 70% dos consumidores – que puderam escolher mais de uma alternativa nesse quesito também. Outros diferenciais listados são pronta entrega (26%), diversidade de produtos (19%), localização (14%), segurança (12%), facilidade de pagamento (12%), frete grátis (8%), climatização (7%) e delivery (3%).

Indagados sobre os principais motivos para a desistência da compra, os entrevistados colocaram o mau atendimento (79%) no topo do rol, que incluiu ainda “lojas ou sites não confiáveis” (36%), “prazos elevados ou prazos de entrega muito longos” (27%), “reputação ruim em sites ou redes sociais” (25%) e “falta de informação dos produtos” (15%). Conforme o Ifpeam, esta foi outra questão em que o consumidor poderia apontar mais de uma opção.

“Cauteloso e comedido”

Na avaliação do presidente da Assembleia Geral da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antonio Filho, o fato de o Dia das Mães ser a segunda data mais importante do calendário do setor, eleva as expectativas de aumento de vendas para o pequeno, médio e grande varejo. O dirigente ressalva, no entanto, que consumidor ainda veste o perfil “cauteloso e comedido” nas compras, que emergiu após os anos de pandemia.

“Embora ávido por compras, o consumidor optou por valores módicos, em produtos de baixo valor e de fácil acesso, como roupas, acessórios, perfumes e calçados. Verifica-se a quase ausência de bens duráveis, como eletrodomésticos, automotivos e artigos eletrônicos. Além disso, muitos vão optar pela modalidade de cartão de crédito à vista, sinalizando cautela com o endividamento. E uma parcela significativa prefere comprar no Pix ou no dinheiro, evitando linhas de crédito de longo prazo”, avaliou.

Em entrevistas recentes à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, assinalou que a recuperação do setor vem se dando a conta-gotas, com o “consumidor ainda combalido pelo endividamento e juros” e os empresários “reprogramando compras” para evitar riscos de desabastecimento. “Vivemos a diminuição contínua da inadimplência das famílias, novas oportunidades de emprego começam a surgir, e já saímos do pior período do ano. Há a perspectiva preocupante de uma nova estiagem severa mais adiante, mas nossas expectativas são positivas”, finalizou.

Boxe ou coordenada: Saiba mais sobre a pesquisa

A pesquisa foi realizada com 1.200 consumidores de Manaus, entre 11 e 12 de março, via Google Forms, aplicativo de mensagens instantâneas e entrevistas pessoais em locais de “grande fluxo” de público. Mulheres são 66% e homens, 34%. São residentes nas zonas Leste (53%), Norte (21%), Sul (12%), Oeste (7%), Centro-Oeste (2%) e Centro-Sul (1%). A faixa etária predominante é a de 35 a 44 anos (32%), seguida pelos grupos de 25 a 34 anos (29%), entre 45 e 59 anos (19%), de 18 a 24 anos (17%), e de 60 anos em diante (3%).

A maioria dos consumidores tem renda familiar de um a dois salários mínimos (38%). Na sequência estão os que ganham acima de quatro mínimos (22%), entre dois e quatro mínimos (21%) e até um mínimo (19%). Em termos de escolaridade, 56% contam com o ensino médio. Mas, há também quem tenha ensino superior (22%), esteja limitado ao ensino fundamental (14%), ou conte com pós-graduação (7).

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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