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‘Omar e Braga não têm moral para falar do meu governo’ diz Jair Bolsonaro

Em sua quarta viagem ao Amazonas só neste ano, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a CPI da Pandemia que incluiu o seu nome no relatório final, propondo o indiciamento de 79 pessoas e ainda de duas empresas.

O presidente diz que as manobras contra o seu governo são engendradas principalmente pelo grupo G7 (senadores independentes) da comissão, tendo como principal articulador o senador Omar Aziz (PSD-AM). E, ainda, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), duas lideranças do Amazonas que respondem a dezenas de processos por desvio de recursos e outros crimes contra o poder público, segundo ele.

“Omar e Braga não têm moral para falar do meu governo. Eles estiveram na CPI só para angariar votos visando às eleições do próximo ano. O povo sabe hoje quem é corrupto e quem não é. Esses corruptos que estão aí querem continuar usufruindo de forma ilegal dos recursos públicos a qualquer custo”, protestou o presidente.

Bolsonaro disse que deu todo o apoio financeiro e logístico para prefeitos e governadores enfrentarem a crise sanitária. Mas a adoção de medidas, como restringir as atividades econômicas, se reflete hoje na situação de miséria que atinge pelo menos 38 milhões de brasileiros.

“É o resultado do fica em casa que impacta diretamente na inflação, no aumento do preço dos alimentos e de outras demandas. Vai demorar muito para a recuperação da economia. Eu avisei. Deu toda a liberdade para os Estados decidirem como enfrentar a pandemia, mas não apoiei que a paralisação fosse tanta e afetasse toda a vida econômica”, acrescentou.

O presidente também atribuiu aos governadores os aumentos constantes no preço dos combustíveis, uma situação que não tem só como causas a variação dos valores do barril do petróleo no mercado internacional e a oscilação do dólar.

Para ele, o maior problema está no diferencial do ICMS (imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que oscila de acordo com a taxação adotada em cada Estado.

“Mandei congelar todos os impostos federais no preço dos combustíveis. Mas os Estados insistem em adotar uma política diferenciada de indexação do ICMS que vem aumentando astronomicamente as suas arrecadações”, questiona. Com uma ação junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), o presidente afirma que tenta, agora, unificar o ICMS em todo o Brasil.

Na sua nova visita ao Amazonas, ele falou à imprensa.

A CPI da Pandemia propõe o indiciamento de 81 nomes. E o senhor encabeça essa lista…

Jair Bolsonaro – Inicialmente, apontaram 11 supostos crimes meus, mas agora reduziram para nove. Desde genocídio a extermínio de índios. Um absurdo.

Nós demos todo o apoio aos índios que estão todos vacinados. Demos todos os recursos financeiros que precisavam os municípios e Estados. Hoje em dia já distribuímos mais de 300 milhões de vacinas. Praticamente só não está vacinado quem não quer.

Se depender de nós, a vacinação é facultativa, só se vacina quem quiser. Não entendemos como aquelas 40 milhões de pessoas foram obrigadas a ficar em casa com a política do ‘fica em casa’.

Nós demos o auxílio emergencial que, no ano passado, foi o equivalente a 13 anos de Bolsa Família. Foram quase 300 bilhões de reais em auxilio. Fizemos tudo. E outra, respeitamos a autonomia do médico.

Nunca falei ‘isso e aquilo’. O médico é que decide. Pra prescrever o melhor remédio e o tratamento para os doentes.

A CPI chegou depois. O G7, tem dois folgados aqui do Amazonas (Omar Aziz e Eduardo Braga), para fazer política já com o relatório pronto e começa a torturar muitas pessoas com informações erradas, pretensiosas.

Interrogaram o que bem entendiam, o tempo todo conduzindo os depoimentos. Isso atrapalha a imagem do Brasil. Prejudica os nossos negócios. O pessoal de fora está pensando que somos um país sem lei. Um presidente genocida.

O único país  do mundo do qual tomamos conhecimento que o presidente foi investigado foi o nosso. É uma coisa horrível o que aconteceu.

Você pode ver, o Omar Aziz, daqui do Amazonas, apresentou uma emenda a uma medida provisória nossa cujo relator era o senador Randolph Rodrigues, do Amapá, propondo que qualquer prefeito ou governador podia comprar qualquer vacina em qualquer lugar do mundo sem licitação da justiça e qualquer outro tipo de licitação.

Imagina a festa que ia ser. Barramos isso lá, mas eles cobraram. É a mesma emenda que o irmão do Renan Calheiros também apresentou. Essa foi a CPI. Não investigaram o tal de Carlos Garbas, que era o operador do consórcio Nordeste, e sumiu com 48 milhões de reais, não adquiriram um só respirador.

Houve mais de 100 operações da Polícia Federal em cima desse pessoal. A CPI não apurou nada. E num primeiro momento, o próprio Renan Calheiros disse ‘nós não vamos apurar desvio de recursos’. Foi uma CPI para blindar os amigos e acusar quem trabalhou.

Já são 11 aumentos de gasolina só neste ano. De quem é a culpa, presidente?

Jair Bolsonaro – A Petrobras é autônoma, não posso chegar e dizer não vai aumentar o preço. Variou o preço do petróleo no mercado internacional e a oscilação do dólar, aumenta.

O ICMS dos governadores incide no preço médio da bomba, na margem do lucro do posto, no transporte e em cima do próprio ICMS, impactando no preço final. Mandei congelar os impostos federais, mas os governadores não.

Entrei com uma ação no Supremo, mas o tribunal não se manifesta. Quero fazer cumprir o dispositivo que fala que o valor do ICMS tem que ser nominal. O meu é nominal. Você sabe quanto o governo federal arrecada com o preço da gasolina, do diesel e do álcool.

O imposto estadual varia de acordo com o aumento do petróleo no mercado internacional e com a oscilação do dólar. É tudo bitributado.

A privatização seria a solução….?

Jair Bolsonaro – No passado, eu era contra a privatização. Hoje em dia falei com o Paulo Guedes e vamos começar a estudar esse negócio. A privatização de uma estatal não é você colocar na prateleira e amanhã estar vendido.

É uma complicação enorme. Tem que passar pelo Supremo e quem diz que pode ser privatizado ou não é o Congresso. E aí entra lobby. O petróleo é nosso, mas de quem, oh, cara pálida!

Quem tem ações na Petrobras não perde nunca. E quem acaba pagando a conta sou eu. Eu só sirvo para levar pancadas por causa da Petrobras. Então, temos que partir para acabar com o monopólio e não deixar surgir outro monopólio. Pra ter mais concorrência.

A inflação já atingiu 10%. E o povo está pedindo socorro….

Jair Bolsonaro – Esta inflação está no mundo todo. Chegou agora a conta da  política do ‘fica em casa e a economia que vem depois’. O que ocasionou isso tudo? Muito comércio, muitas empresas e outros empreendimentos quebraram. E pra voltar ao que eram antes é difícil.

Quebrar é mole. Agora, fazer funcionar novamente, não é mole. Então, essas cadeias têm que ser refeitas. Eu fiz tudo pra que isso não fosse quebrado. Apanhei muito. Combati muito.

Falei ‘temos que combater o vírus e combater o desemprego’. Os dois matam. Me acusaram de só defender os empresários. Agora, pega os informais, os que vendem churrasquinhos de gato, água no sinal, a manicure, esse pessoal ficou em casa.

Esse pessoal trabalhava de manhã para comer de noite com suas famílias. Nós socorremos esse pessoal com o auxílio emergencial. Vocês viram umas imagens com fotografias, do pessoal pegando osso pra comer. E bateram em mim.

E falam ‘olha o povo com fome’. Quando falo que vou dobrar o Bolsa Família de 192 reais em média pra mais de 400 reais, falam ‘ele é irresponsável’. Se eu fico quieto, estou matando o povo.

Não tem como tirar o pessoal do Bolsa Família. São 17 milhões de pessoas que não têm como voltar ao mercado de trabalho.

Presidente, o sr. voltou a atacar o PT. Está de olho nas próximas eleições….?

Jair Bolsonaro– Ainda é muito cedo para falar de eleições. É muito problema pra resolver. Só vou pensar nisso a partir de janeiro.

Mas o que a juventude aprendeu com a administração do PT? Estamos hoje nos últimos lugares em interpretação de textos, ciência e matemática. Os garotos não aprenderam nem a tabuada.

O sr. já decidiu PL ou PP?

Jair Bolsonaro – É uma situação difícil. Fui do PP por 20 anos. Lá tem parlamentares com quem me identifico muito. Muitas pessoas que eram do meu partido querem sair de lá.

Presidente, o sr. vem para a reeleição?

Jair Bolsonaro – Eu não gosto de falar de política, de campanha antecipada, porque a gente apanha muito. Isso é mais um complicador dessa série de problemas que enfrentamos no Brasil. Vamos deixar esse assunto para o próximo ano.

Os institutos de pesquisa apontam Lula disparado….O sr. tem pesadelos?

Jair Bolsonaro – Eu ando pelo Brasil e sou muito bem recebido. Ele (Lula) não consegue ir a um botequim e tomar uma branquinha. E sai fora.

Não acha que ele é um candidato forte?

Jair Bolsonaro – Ele tem seguidores, consegue convencer uma parcela da sociedade, apresenta soluções. Agora vem de um partido que nos levou a uma quantidade enorme de problemas, a muita corrupção, com muita gente presa.

Mandou muito dinheiro brasileiro para a Venezuela, Cuba, África, e nunca vão pagar. O Brasil jamais receberá de volta esses recursos. Agora, tem muita gente que quer que esse cara volte….É um absurdo.

Foto/Destaque: Divulgação

Marcelo Peres

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