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Museu do Seringal Paraíso: uma jornada pela história da borracha no Amazonas

Se você é um entusiasta da natureza, cultura e aventura, o Museu do Seringal Vila Paraíso é um destino que não pode deixar de explorar. Este lugar maravilhoso no coração da selva amazônica oferece uma experiência única, permitindo que você percorra trilhas ecológicas, desfrutando da sensação de liberdade e proximidade com a natureza.

No Museu do Seringal, os visitantes podem caminhar entre seringueiras e árvores gigantescas, ouvindo o canto dos pássaros e, com sorte, até avistando macacos bugio e macaquinhos sauim-de-coleira. Mas além dessas belezas naturais, a principal atração deste local é a lição sobre a história dos seringueiros no Amazonas.

Para chegar ao Museu do Seringal, basta dirigir-se à Marina do Davi, a última parada dos ônibus que vão para a Ponta Negra. Lá, você embarcará em uma das 52 lanchas-voadeiras que viajam para o museu, com uma passagem acessível de apenas R$ 21,00 para ida e volta. Mas para visitar o museu propriamente dito, você não  pagará  nada, pois esse é um serviço prestado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas. Com um diferencial: você não estará visitando um museu comum, como tantos outros que existem pelo Brasil e o mundo afora; pelo contrário, é um museu a céu aberto, no meio da mata, em plena selva amazônica, onde você poderá aprender muito com a natureza e, no final de tudo, sair de lá como uma pessoa ou um cidadão mais esclarecido, consciente  e sensível às questões do  meio-ambiente,  educado, ilustrado e bem informado sobre a Amazônia e o Amazonas, em especial. 

As lanchas-voadeiras partem da Marina do Davi às sete horas da manhã e proporcionam uma viagem segura e cênica ao longo do majestoso Rio Negro. Os motoristas têm um cuidado especial para que os passageiros desfrutem das vistas panorâmicas de Manaus e suas paisagens icônicas.

Quem recebe os turistas e visitantes é a sorridente e simpática guia de turismo Marilene Souza, que faz esse mesmo trabalho há mais de 10 anos. Ela é funcionária da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas. Após os cumprimentos e saudações de costume, Mari conduz os turistas e visitantes direto para um caminho que dá acesso a uma trilha ecológica, que é um lugar limpo, quase plano e que não oferece nenhum perigo de alguém ser atacado por uma cobra peçonhenta ou qualquer outro animal. 

Caminhando pela trilha, ela aponta uma árvore de seringueira que já foi cortada e produziu o leite para o “fabrico” de borracha. A árvore se mostra toda entrecortada de riscos feitos à base de machadinha ou de faca. Ela explica para o grupo que esses cortes não eram muito rasos e nem  profundos, já que, se caso atingissem o cerne ou qualquer outra  parte mais interna do tronco,  a árvore podia secar, parar de produzir leite  e até morrer. Ela explica ainda, nesse sentido, que esse era um problema que preocupava muito  os donos de seringais, no passado, uma vez que alguns  imigrantes  nordestinos demoravam muito tempo para aprender a fazer esse trabalho de uma forma correta. 

Foi por esse motivo que muitos imigrantes nordestinos que se tornaram soldados da borracha, durante a Segunda Guerra Mundial, eram chamados de “brabos”, já que também não sabiam andar na selva e se perdiam na mata  com muita facilidade. Acostumados a viver numa região onde não havia nem água para beber e “matar  a sede”, como era o sertão do Nordeste, no Brasil, eles também não sabiam nadar e nem fazer canoa para enfrentar os rios da Amazônia.

O museu revela detalhes da vida dos seringueiros, desde o processo de coleta da borracha até os desafios que enfrentavam, como o desconto chamado de “tara” e o corte de madeira na selva. Você também conhecerá as condições precárias em que viviam, representadas pela Casa do Seringueiro.

No Cemitério dos Seringueiros, algumas cruzes de madeira humildes relembram os sacrifícios desses trabalhadores, que continuaram lutando mesmo após o fim da Segunda Guerra Mundial.

A visita termina na Casa do Coronel, que contrasta com as condições dos seringueiros, exibindo luxo e riqueza. O piano de cauda, mobílias e louças finas são testemunhos do poder do coronel.

O Museu do Seringal é uma experiência enriquecedora que conecta você à história da borracha e dos seringueiros na Amazônia. Conheça esse museu a céu aberto e descubra detalhes fascinantes sobre a vida e o trabalho na selva. Aprenda com o passado para entender melhor o presente da Amazônia, uma terra mágica e verde, onde a natureza se entrelaça com a história.

A visita termina na Casa do Coronel

Origem

O Museu do Seringal foi inspirado no livro “A Selva” de autoria do escritor português José Maria Ferreira de Castro, que se tornou mundialmente famoso após trabalhar como seringueiro no Amazonas. O museu foi criado a partir do cenário do filme baseado no livro e é uma oportunidade única de mergulhar na história da borracha e dos seringueiros na região. Recomendamos a leitura do livro e a visita a esse museu para uma compreensão mais profunda da vida e do trabalho na selva amazônica.

Visite o Museu do Seringal e embarque em uma jornada fascinante pela história do Amazonas e da borracha.

Por Adolfo Péres – @adolfo.peres

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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