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Muita concorrência, pouco espaço

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O cafezinho faz parte do dia a dia dos brasileiros. Pode ser logo pela manhã para espantar o sono, depois do almoço para melhorar a digestão ou no meio da tarde para relaxar e descontrair.

Por isso, as cafeterias são quase obrigatórias dentro dos shoppings. Nos últimos cinco anos, no entanto, os lojistas observam uma proliferação excessiva de espaços de café dentro desses centros comerciais.
Não são apenas as tradicionais lojas especializadas na bebida que expandiram o número de unidades. Os espaços que vendem doces, como brigadeiros, bolos, sorvetes e cookies, também entraram na competição.

Em São Paulo, maior centro econômico do país, no Morumbi Shopping, a média é de um local que serve café a cada 20.

“Esse cenário prejudica todo mundo. Ninguém consegue vender bem”, afirma Adriana Lima, diretora de operações do Rei do Mate, rede de franquias que tem como carro-chefe chá, pão de queijo e, claro, o cafezinho. “Os consumidores ficam dispersos com tantas opções dentro dos shoppings”.

A empresa tem 310 unidades, sendo que 156 estão espalhadas nesses centros comerciais.
De acordo com Adriana, o fenômeno das cafeterias começou em São Paulo, mas se alastrou para outras cidades. “Há um shopping no Rio Grande do Sul que abriu as portas com 14 locais que servem café”, afirma.

André Luiz Cardoso, gerente de operações da Francap e responsável pela consultoria das franquias da marca Café do Ponto, também acredita que essa proliferação se tornou um desafio para o setor.
“Com a popularização das máquinas de cápsula, até lojas de calçados estão oferecendo cafés para os clientes”, afirma Cardoso.  O Café do Ponto tem 60 unidades, cerca de 55 ficam no shoppings.

Cenário

Para evitar a grande concorrência, as administradoras de shoppings geralmente não permitem que os restaurantes fast-food sirvam café nas praças de alimentação.
 
Mas a regra não se aplica a todos os shoppings. A rede McDonald’s, por exemplo, já instalou o seu McCafé em diversas unidades, engrossando ainda mais o número de opções.

As explicações para esse aumento são diversas. Os representantes das redes acreditam que três fatores contribuíram para esse cenário.

O primeiro é a recessão da econômica que fez com que diversos desempregados virassem empreendedores e investissem suas economias em pequenas lojas e quiosques
.  
O segundo fator é o preço reduzido de algumas franquias de café e doces. Há opções,  como a oferecida pela rede Icemellow, em com investimento inicial de R$ 55 mil.

E, por último, a alta vacância nos shoppings, principalmente nos que ainda não estão consolidados.  As administradoras com muitos espaços livres acabaram abrigando a esses novos empreendedores, mesmo que já existisse um grande número de concorrentes.

Já para Michel Cutait, especialista em shopping center e varejo, e diretor da consultoria Make it Work, a explicação é outra: a mudança do perfil dos shoppings.

Com a popularização das vendas online, os shoppings estão mudando sua vocação para se tornarem um polo de lazer, entretenimento, serviços e alimentação. Essa grande transformação já está acontecendo nos centros comerciais ao redor do mundo e começa a aparecer no Brasil.

A criação de Food Halls, espaços de alimentação que privilegiam interação e sociabilidade, é um exemplo dessa tendência.

Independente da explicação, o fato é que as redes têm de se adaptar ao novo momento. Para se diferenciar, muitas estão apostando no mix de produtos.
 
O Rei do Mate, por exemplo, oferece um cardápio diversificado, com sucos, sobremesas, salgados e lanches. Já o Café do Ponto pretende se notabilizar pela qualidade e variedade das bebidas. As informações são do Diário do Comercio.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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