Pesquisar
Close this search box.

Messi chega em alta e aciona versão “Maradona” para buscar a Copa

Quinta Copa do Mundo, e talvez a última. Aos 35 anos, Lionel Messi pode começar nesta terça-feira a sua última participação em Copas do Mundo. Já veterano, o craque, capitão e camisa 10 desembarca em alta no Catar, tanto individualmente quanto coletivamente.

Na seleção, o atacante pode ter a grande chance de preencher sua única lacuna do currículo, assumindo um papel de liderança praticamente unânime, algo inédito na carreira.

Vice-campeão em 2014, quando recebeu o prêmio de craque do Mundial, Messi hoje comanda em campo uma geração responsável por tirar a Argentina da fila. Foram 28 anos de jejum até o título da Copa América de 2021, que deixou o craque e todo um elenco “muito mais leve”.

Essa leveza se reproduz em Messi às vésperas desta Copa, a que apresentará a versão mais “Maradoniana” do líder do time – referência a Diego Maradona, que morreu em 2020, ídolo máximo da Argentina, campeão do mundo em 1986 e acostumado a ser voz e alma da seleção durante toda sua carreira.

Quem conhece o craque enxerga um camisa 10 muito mais tranquilo no Catar, comparando com as versões 2006, 2010, 2014 e 2018 do atacante.

“Vejo Messi muito bem, contente e tranquilo. Creio que chegou em um momento de vida em que tem o reconhecimento do futebol mundial e isso, na minha visão, dá uma tranquilidade extra”, afirmou à “TyC” Mascherano, ex-volante e um dos atletas mais próximos de Messi na carreira.

O camisa 10 desembarca no Catar com bons números no Paris Saint-Germain. Depois de uma primeira temporada abaixo da crítica, Messi embalou neste primeiro semestre. São 19 partidas, 12 gols e 14 assistências pelo clube francês, números que ratificam o quanto o atacante vem sendo participativo e decisivo.

Porém, o que empolga mais os argentinos nesta chamada “última dança” é a versão mais recente de Messi com a camisa da alviceleste. O título da Copa América e relatos dos bastidores fazem, enfim, o camisa 10 ser praticamente uma unanimidade no país, algo talvez até inédito.

A Argentina estreia nesta terça-feira, a partir das 7h (de Brasília), no estádio Lusail, diante da Arábia Saudita. Além dos sauditas, os argentinos encaram México e Polônia no Grupo C da Copa do Catar.

Messi “maradoniano”

Messi chega para a Copa do Mundo de 2022 na versão mais “maradoniana” apresentada pela seleção. O título da Copa América, sucedido de lágrimas no Maracanã, ratificou uma mudança de comportamento percebida no último ciclo de Mundial.

Desde 2019, Messi passou a falar mais. O craque deixou a Copa América de 2019, na qual os argentinos terminaram com o bronze, protestando contra a organização. Incomodado com arbitragem e sugerindo favorecimentos, o craque sequer subiu para receber a medalha.

O auge desta versão “maradoniana” veio dois anos depois e ganhou um novo capítulo recentemente, com a viralização de um vídeo dos bastidores do título da Copa América de 2021. A quebra do jejum de quase três décadas sem títulos da Argentina teve um discurso dele como peça central.

“Messi, como nunca, hoje gera um consenso. Em 2014 era discutido ainda sobe sua grande versão, sem falar antes, e Leo foi encantando. O discurso que viralizou pela série da Netflix potencializou esse carinho”, comentou Nico Berardo, jornalista do “Olé”.

“As pessoas viram um Messi “maradoniano”, um Messi que é líder, que guia, que não silencia, que faz um discurso emotivo. Um líder”, acrescentou o jornalista.

A versão mais recente do craque encanta Lionel Scaloni. Até o técnico tratou de comentar sobre o discurso de Messi nos vestiários do Maracanã, antes de a Argentina derrotar o Brasil e se sagrar campeã da Copa América de 2021.

“Foi bom que essas imagens transcendessem, para que as pessoas entendessem como ele [Messi] é. Essa ‘arenga’, como tantas outras, é tudo o que ele transmite. O que ele transmite quando você o vê e fica arrepiado e o que ele transmite aos seus companheiros. Ele sempre foi assim, com a palavra certa”, comentou em entrevista ao “Olé”.

Messi, com a postura mais brigadora, menos blasé, alcançou algo próximo da unanimidade na terra em que nasceu. Todo o distanciamento pela criação futebolística na Espanha terminou, e o camisa 10 chega ao Catar “mais argentino” para aquela que pode ser a última dança.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar