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Mercado interno deixa produção local equilibrada

O primeiro trimestre de 2009 foi considerado ‘equilibrado’ por algumas empresas do segmento de cosméticos -fitoterápicos e fitocosméticos- do Estado do Amazonas. Apesar dos abalos da crise financeira, que suspendeu encomendas de alguns fabricantes, encolhendo suas vendas em torno de 20% para mercados internacionais, a exemplo dos Estados Unidos e o Canadá, os negócios continuam fluindo no mercado interno. Há quem diga que a indústria da beleza não para.
O proprietário da Pharmakos d’Amazônia, Schubert Pinto, que é professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), admite que os pedidos tenham encolhido no primeiro bimestre de 2009, mas que começaram a ser normalizados em março. “Não tenho do que me queixar, a Pharmakos d’ Amazônia já ganhou vários prêmios de inovação, dentre eles o 1º lugar no Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal)”.
A Pharmakos d’ Amazônia, que atende 12 Estados brasileiros com uma vasta linha de produtos fitoterápicos e fitocosméticos, se faz presente em todos os Estados da região Norte e Nordeste e está entrando no mercado do Sul, especialmente São Paulo. Entre os produtos vendidos pela fabricante estão o Ice-gel, o antiinflamatório reumat-gel, o sabonete íntimo de crajirú feminino, o óvulo de crajirú – produto inédito usado no tratamento das cervicites, vaginites e cervico-vaginites -, e a parafina bronzeadora com óleo de urucum.

Mudas medicinais

Desde 2008, a Pharmacos da Amazônia está desenvolvendo o Projeto Abonari, que atualmente possui 10 mil mudas de plantas medicinais amazônicas certificadas. São mudas de mangarataia, crajiru, amor crescido, urucu e matruz, que são as mais requisitadas pelo mercado. Financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e projetos), por meio do Pappe (Programa de Apoio à Pesquisa na Pequena Empresa), o programa conta com o apoio do governo do Estado.
Atualmente a empresa possui 40 colaboradores, entre vendedores, promotores, gerentes, além de administrativos e os que atuam na produção.
Graças ao Projeto Abonari, que tem como principal cliente a Pharmakos, Schubert Pinto disse que sua empresa só importa matéria-prima como cânfora e mentol da Índia e China, enquanto os regionais como óleo de copaíba, andiroba, mangarataia, urucu e crajirú –o mais usado- e pau-rosa são oriundos do projeto Abonari, resultado de um investimento de R$ 200 mil, oriundo da Sect (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia), Fapeam e uma parte do Finep, em recursos não-reembolsáveis, projetos que apresentem inovações tecnológicas em produtos, processos ou serviços oferecidos por empresas instaladas no Estado do Amazonas.

Dimpe I abriga seis empresas de fármacos

A Gotas da Amazônia é uma das empresas do setor que estão atuando no Dimpe (I Distrito Industrial de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Amazonas) Ozias Monteiro, implantado pelo governo do Estado no dia 12 de dezembro do ano passado, com nove empresas do setor de madeira-móveis, fito-fármaco e fito-cosméticos. Atualmente estão instaladas 15 empresas, sendo seis de fármacos e cosméticos e nove de madeira e móveis. Recentemente foram selecionadas as empresas AG Gama Lopes para a fabricação de escultura em madeira; Amazon Trade Company que atua na produção e comer­cialização de óleos essenciais naturais, Helvétia Abrasivos da Amazônia que atuará na produção de lixas, cintas, discos e folhas especializadas em madeira; Móveis Gomes para a produção de móveis de madeira.

Fibras têxteis

Também passaram pela seleção a Refiam Reciclagem e Fibras da Amazônia para a produção de papéis a partir de fibras têxteis naturais; UGD da Amazônia para a fabricação de móveis de madeira e Sanar Cidadania Ambiental para produção de tanques para tratamento de esgoto sanitário. O edital com a relação das empresas foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 19 de março.
O administrador do Dimpe, Jorge Franco de Sá, informou que o empreendimento é tido como uma grande iniciativa no desenvolvimento do setor de micro e pequenas empresas porque abre aos empreendedores perspectivas de capacitação de mão-de-obra, oferta e qualidade de matéria-prima e inovação em design. “Inicialmente essas empresas deverão passar cinco anos desenvolvendo seus produtos, mas esse prazo poderá ser dilatado para até dez anos”, informou o administrador.
O Dimpe é bancado por uma rede de órgãos da esfera estadual, federal como Seplan, Ciama e Suframa além do Sebrae. O Dimpe demandou investimentos de R$ 14 milhões, e oferece infraestrutura de apoio para facilitar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas tornando mais acessível às oportunidades de negócios, mercado, crédito e capita­lização, legislação ambiental e pesquisas técnicas.

Fábrica mantém projeto que faz insumos bioativos da floresta amazônica

A intenção é vender essas matérias-primas para outras empresas locais que atuam no ramo de ervas medicinais, disse o empresário, ressaltando que o Abonari é um embrião da Santos Floral do Paraná, um das indústrias fornecedora de matéria-prima para fabricar fitoterápicos no mercado local, nacional e internacional. “É um projeto que faz insumos bioativos da floresta amazônica, fornecendo principalmente alcaxofra e boldo”, completou.
A Pharmacos, que nasceu no Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial de Manaus em 1999, mantém convênios de parcerias também com a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e o CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia). Sediada em Manaus, no Distrito Industrial, a Pharmacos nasceu em 1999, a partir da experiência e empreendedorismo de seu diretor Schubert Pinto, pesquisador da Ufam. “Trabalhando com bioativos, estamos gerando trabalho e tributos para o Estado”, disse.

Exportações prejudicadas

A Gotas da Amazônia teve queda de 20% no primeiro trimestre deste ano no número de pedidos em relação aos seis meses anteriores – a empresa está atuando há mais de dois anos no mercado de cosméticos, mas somente há 9 meses vinha atuando com vendas externas. “As exportações que iria efetuar para um grupo português, que atua nos EUA e Canadá no valor de R$ 450 mil, foram suspensas por conta da crise econômica”, contou um dos proprietários da empresa, Veronil Luiz Coser, informando que a empresa tinha desembolsado R$ 50 mil para aquisição de matéria-prima para atender à demanda de pedidos do grupo.
Na opinião do empresário, o mercado de cosméticos é promissor, deu uma encolhida por conta do cenário de crise mundial, mas aos poucos vai voltar a normalidade. Ele lamentou ainda não ter produção suficiente para atender à demanda desse mercado, que segundo ele não para de crescer.
A Gotas da Amazônia que atua com produtos como shampoo, hidratantes, entre outros à base de açaí, cupuaçu, buriti e guaraná tem clientes na Itália, França e Suriname. A empresa trabalha com nove funcionários, mas tenciona dobrar esse número quando as vendas voltarem à normalidade.
Segundo Veronil Coser, o atual PPB (Processo Produtivo Básico) dos biocosméticos, aprovado no fim de 2007, ajudou o setor porque trouxe mais empresas de matéria-prima e de embalagens para o Estado. Além disso, as mudanças aprovadas colocou o Amazonas em posição favorável ao restante do mundo quando se trata de cosméticos.
Vale destacar que a mudança no PPB dos Biocosméticos trouxe como mudança principal a introdução do critério de valor agregado mínimo de matéria-prima regional na composição do produto final que poderá variar até 20%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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