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Mais 3.620 empregos abertos no Amazonas

Comércio e serviços puxam empregos no Amazonas em outubro
Comércio e serviços puxam empregos no Amazonas em outubro

Marco Dassori

Twitter: @marco.dassori   Face: @jcommercio

O Amazonas abriu 3.620 empregos com carteira assinada, em julho. Pelo sétimo mês seguido, as admissões (+21.760) bateram as demissões (-18.140), permitindo acréscimo de 0,78% sobre o estoque anterior. O desempenho, no entanto, veio mais fraco do que os registros de junho (+5.235 vagas), maio (+4.159) e abril (+3.715). A diferença é ainda maior em relação a julho de 2021 (+7.491). Quase todos os setores conseguiram criar empregos, com destaque para comércio e indústria, já que os serviços sofreram desaceleração. A maior parte das novas ocupações veio de Manaus (+0,72% e +3.061).

A alta proporcional de criação de postos de trabalho formais no Amazonas (+0,78%) voltou a superar a média nacional (+0,52%), mas desta vez veio pouco aquém da região Norte (+0,80%). Com o novo incremento mensal, o Estado também se manteve no azul nos acumulados dos sete meses iniciais do ano (+4,95% e +21.987) e dos últimos 12 meses (+8,55% e +36.742). O estoque –que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos – chegou a 466.756 ocupações formais. É o que revelam os números do “Novo Caged”, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, nesta segunda (29).

Em paralelo, o Brasil gerou 218.02 empregos celetistas, no mês passado, com 1.886.537 contratações e 1.667.635 desligamentos, e incremento mensal de 0,52%. O número também ficou abaixo dos de junho (277.944) e maio (+277.018) e ainda mais distante do patamar apresentado em julho do ano passado (+316.725). Em sete meses, foram criados 1.560.896 postos de trabalho em todo o país, situando o estoque brasileiro em 42.269.059 vínculos empregatícios. Todos os setores econômicos e regiões brasileiras avançaram, com destaque para os serviços (+81.873), a indústria (+50.503) e a região Norte.

Comércio e indústria

Diferente do ocorrido em âmbito nacional, apenas três das cinco atividades econômicas fecharam em junho no campo positivo, no Amazonas. Outro ponto de divergência foi que o setor de serviços (+0,41e +889) descambou da primeira para a terceira posição do ranking de geração local de empregos, ao vir em ritmo muito inferior ao de junho (+2.020), maio (+2.730) e abril (+2.994). Em termos absolutos, os destaques vieram dos segmentos de transporte, armazenagem e correio (+200), de atividades profissionais, científicas e técnicas (+133), de alimentação fora do lar (+131), e de arte, cultura, esporte e recreação (+128).

Mesmo em um mês sem datas comemorativas, e ainda distante do Dia dos Pais, coube ao grupo que inclui comércio e reparação de veículos (+1,51% e +1.615) a primazia na geração de postos de trabalho com carteira assinada no Amazonas, em julho. Foi o sexto mês consecutivo de crescimento, com resultado bem mais encorpado do que o captado no mês anterior (+748). O maior impulso continuou vindo do varejo (+888), sendo seguido de longe pelo atacado (+549) e pelo segmento de reparação de automóveis e motocicletas (+178). 

A indústria em geral emendou seu terceiro mês seguido no azul e criou 1.370 vagas celetistas, gerando variação positiva de 1,18% na comparação com o estoque anterior. O saldo veio pouco abaixo do alcançado em junho (+1,28% e +1.472) e foi puxado principalmente pelo reforço nas linhas de produção das indústrias de transformação (+1,32% e +1.406). Todos os demais segmentos foram na direção contrária, especialmente das atividades de eletricidade e gás (-30), mas também de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-4), e da indústria extrativa (-2).

Depois de subir da quarta para a terceira posição, em junho, a construção (-0,96% e -245) voltou ao campo negativo, no mês passado. A poucos meses da eleição, a atividade segue favorecida atipicamente pelas obras de infraestrutura (+279), mas mergulhou nos serviços especializados para o setor (-347) e na construção de edifícios (-177). Já a agropecuária (-0,25% e -9) interrompeu uma série de meses de alta nas contratações, para um predomínio nas demissões, especialmente na produção de lavouras temporárias de cana-de-açúcar (-21).

No acumulado do ano, por outro lado, quatro dos cinco setores conseguiram saldo positivo no Amazonas. A maior variação no crescimento de empregos gerados ainda vem da construção (+9,04% e +2.099), que foi o penúltimo em números absolutos de oferta local. Serviços (+6,73% e +13.299) e comércio (+4,10% e +4.286) também avançaram e mantiveram a dianteira, seguidos pela indústria (+2,27% e +2.613). Em contraste, a agropecuária (-7,92% e -310) seguiu com dados negativos.

“Constância positiva”

Em entrevistas anteriores, o presidente da Fieam, Antonio Silva, já havia mencionado que o “efeito sanfona” de variações positivas e negativas na geração de empregos formais do setor é reflexo do momento de instabilidade e dos problemas enfrentados pelo segmento produtivo, mas destacou que a sazonalidade favorece o desempenho, no curto prazo. Em nova conversa com a reportagem do Jornal do Commercio avalia que os dados sofreram influência de uma base de comparação mais forte a já indicam perspectivas positivas de curto prazo.

“É natural que os dados estejam abaixo daqueles observados no mesmo período do ano anterior, haja vista que em 2021 estávamos em período de início da retomada econômica. Ressalvo, contudo, a constância positiva desse indicador no que diz respeito ao Amazonas. Além disso, é importante também destacar que a média de postos formais no Estado é superior à média nacional. São números que, diante de um cenário de crise, apresentam-se como sinalização positiva de que houve um estanque do momento mais agudo da crise”, ponderou.

O presidente em exercício da Fecomércio-AM, Aderson Frota, pondera que, apesar das dificuldades impostas pelas altas dos juros e pelo encarecimento dos fretes, entre outras, o setor atravessa um processo de recuperação, após passar dificuldades nos anos anteriores. “O varejo e o atacado são as molas que estão vivas dentro da sociedade. A economia está superando as dificuldades e demonstra que, quando entramos no segundo semestre, temos um desempenho historicamente muito melhor”, afiançou.

Já o presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza, estranhou o dado negativo geral para o setor no mês e enfatizou que o acumulado segue positivo em termos de vagas celetistas. O dirigente também reforçou que, embora o ano seja de eleição, não chega a ser surpresa uma alta nas vagas para obras de infraestrutura, dada a chegada do verão e a escassez das chuvas.

“Os dados de serviços especializados e de construção de edifícios sinalizam que há poucos lançamentos sendo viabilizados. É uma entressafra e um dado pontual. Acredito que pela resposta de mercado do segmento imobiliário, devemos ter alguma estabilidade nos números neste ano. E, apesar da alta, acredito que as obras de infraestrutura até diminuíram em razão das eleições, e se resumem a trabalhos de terraplanagem e preparação de terrenos para novas construções”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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