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Jambu, mais que uma banda

A história dessa banda cabocla é bem parecida com a história de bandas que, hoje, fazem, ou fizeram, sucesso mundial. Eles deixaram tudo para trás e seguiram no rumo do sucesso e até agora, mesmo diante das dificuldades, continuam firmes no seu propósito de vencer: Roberto, o Bob, é guitarrista e vocal; Gustavo, o Guga, é baixista; Yasmin é baterista e vocal; e Gabriel Mar é guitarrista e vocal; e a banda é a Jambu.

“A banda foi criada no final de 2019. Quando fomos escolher o nome, queríamos algo que representasse nossas raízes, que fosse legal de ouvir e falar, mas não queríamos nomes comuns, então escolhemos jambu”, explicou Bob.

O jambu é uma erva típica da região Norte cuja principal característica que a diferencia de outras ervas é possuir a propriedade de fazer tremer a língua ao ser consumida. Tudo a ver com os membros da banda que fazem vibrar suas línguas ao cantar.

Durante três anos a Jambu se apresentou em Manaus, mas eles queriam mais e, no Brasil, o grande mercado para a cultura é São Paulo.

“De vez em quando viajávamos a São Paulo, conhecendo o terreno, mas ainda não tínhamos condições de ficar lá. Foi então que conhecemos o pessoal do selo Balaclava Records e ficamos trocando e-mails até que um dia, em 2022, eles nos convidaram para abrir o show da banda Boy Pablo, da Noruega, e prontamente aceitamos”, contou.

“Ano passado foi a vez da Casa Rocambole nos chamar para participar de um evento, onde conhecemos a banda Fraterna Trip. Nos tornamos amigos e eles nos ajudaram bastante. Desde então passamos a fazer shows em São Paulo. Foi quando decidimos que havia chegado a hora de levantar asas para alçar voos mais altos”, disse.

Todos fazem tudo

Em São Paulo, os jovens não perderam tempo e partiram logo para outros segmentos dentro da área musical.

“Criamos o projeto Jambu Trip, que é documentar em vídeo todas as dificuldades que passamos nessa jornada para o sucesso. Já filmamos nossas idas a São Paulo, Amparo e Santos, onde fizemos shows, e estamos tentando um canal, tipo o Bis, para mostrar esse trabalho”, falou.

“Também fizemos parte de um projeto da TV Globo chamado Alerta Experimental e aparecemos no Multishow. Estamos conseguindo nos manter realizando shows com a banda e fazendo ‘bicos’ na área musical. Cada um de nós se vira dentro de seus conhecimentos, na produção artística, musical, de eventos. É uma verdadeira aventura que estamos vivendo, e não é fácil, por isso comemoramos cada pequena conquista. Estamos passando pelo que muitos outros artistas e bandas passaram antes de atingirem o sucesso. O negócio é não desistir”, ensinou.

Uma característica da Jambu é que eles só tocam e cantam músicas autorais. Desde o começo a proposta da banda foi essa.

“Na banda todos trabalham as músicas: uns fazem a letra, outros a música, outros o arranjo. Estamos sempre nos revezando nas composições para que o resultado final seja de todos e não de apenas um do grupo”, revelou.

Bob classifica o estilo musical da Jambu como indie, um tipo de música underground, que não costuma fazer parte dos hits do momento e nem da cultura mainstream.

Indie, abreviatura de ‘independent’, é sinônimo de independente na linguagem da música. Uma banda indie é considerada independente da indústria musical, não mantendo contratos com gravadoras ou produtoras musicais.

De volta a Manaus

Atualmente a Jambu tem lançados 15 singles, um álbum e dois EPs e, sem esquecer suas raízes, em Manaus, a banda voltou para a capital amazonense há algumas semanas se preparando para um show que acontecerá na noite desta sexta-feira (26), no Atlético Rio Negro Clube, na av. Epaminondas, a partir das 18h.

“Será um show para matar a saudade de Manaus, e que vai varar a madrugada. Deve acabar por volta das 3h. Se apresentarão as bandas Não Existe Saudade Em Inglês, e a Fraterna Trip, que chegou a Manaus na quarta-feira direto de São Paulo. Eles não conheciam nada aqui do Norte e os estamos apresentando para o público manauara assim como eles fizeram conosco, em São Paulo. Também se apresentarão na noite as DJs Nairlê e Venice, além de nós, é claro, por volta das 10h30”, avisou.

E assim como receberam ajuda de várias pessoas, agora os integrantes Jambu pretendem retribuir ajudando artistas e bandas amazonenses que também queiram arriscar novos caminhos em busca do sucesso.

“Criamos o selo Dafolha Produções Artísticas que irá direcionar artistas e bandas que estejam começando. Mostraremos para eles tudo o que devem fazer para, se tiverem talento, deslancharem em suas carreiras. Produziremos seus trabalhos e depois faremos a divulgação nas variadas plataformas musicais, ou seja, esses artistas ou essas bandas que estão começando terão toda uma assessoria para poder se dedicar somente aos seus trabalhos. Já temos artistas locais, que nos procuraram, e estamos abertos a artistas e bandas de todo o país. A Jambu é isso, muito mais do que apenas uma banda formada por manauaras”, finalizou.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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