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Instituto TIM usa abordagem de Harvard

Estimular o aprendizado da matemática de forma didática e participativa, convidando a criança a construir o próprio conhecimento. Esta é a proposta do projeto O Círculo da Matemática, abordagem de ensino criada pelos professores Robert e Ellen Kaplan, da Universidade de Harvard. Implementada no Brasil há dois anos pelo Instituto TIM, a iniciativa já apresenta resultados significativos. Na avaliação anual, concluída este mês, verificou-se que os estudantes que participaram do Círculo tiveram desempenho 7,3% superior no Índice de Competências Matemáticas em relação aos alunos que não frequentaram o projeto no ano passado.
“Esse resultado parece pouco, mas é muito significativo e bem alto em comparação com o histórico do desempenho dos estudantes brasileiros na matemática. Basta lembrar que no último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, divulgado em maio, o Brasil ficou na 60ª posição, entre 76 países participantes no ranking estabelecido com base em resultados de testes de matemática, ciências e leitura. Além disso, mostra que estamos evoluindo no projeto, já que – na avaliação de 2013 – a média foi 5,7%”, explica Flavio Comim, coordenador do projeto no Brasil e responsável pela pesquisa.
O Índice de Competências Matemáticas é um indicador estruturado a partir de perguntas que testam o entendimento dos alunos a respeito de conceitos da disciplina apropriados para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental como escalas numéricas, noção de espaço, habilidade de contar, dentre outros. Foram aplicados mais de 15 mil testes em duas rodadas, nas 10 cidades beneficiadas pelo projeto em 2014. Os resultados mais expressivos foram os dos alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, que apresentaram desempenho 17%, 14% e 13% superior, respectivamente.
Outro indicador utilizado foi a variação entre as notas das provas aplicadas no início e no fim do ciclo anual do projeto. Brasília foi a cidade que teve a maior variação entre as duas nota: a média, praticamente, dobrou, aumentando 99,02%. Duque de Caxias (81,2%), Belém (80,15%) e Fortaleza (73,22%) também foram destaques.
A avaliação trouxe ainda considerações importantes sobre aspectos comportamentais e sociais e mostrou como eles influenciam no aprendizado da matemática. A maior parte das crianças atendidas pelo projeto está em situação de vulnerabilidade – 33% moram em casas de “pau a pique” e 24% vivem perto de lixões ou com esgoto a céu aberto, por exemplo. Mas verificou-se que isso não afeta o engajamento com a disciplina. A principal influência, na verdade, está dentro de casa: o fato dos pais gostarem da matéria é um dos maiores impactos no aprendizado da criança e aptidão do aluno. Crianças que relataram que “a mãe gosta de matemática” e que “alguém lê histórias junto com eles” tiveram melhor desempenho nos testes. O resultado das provas das escolas também é fundamental. Quem não vai bem em matemática desde o começo acaba “abandonando” a disciplina e tendo ainda mais dificuldades.
“Por isso que é tão importante agirmos logo no primeiro ciclo escolar, quando o aluno ainda está conhecendo as disciplinas e se adaptando à rotina de provas e estudos. Temos o compromisso de promover o desenvolvimento humano das futuras gerações e, por meio de projetos como O Círculo da Matemática, conseguimos estimular o interesse e a aptidão pelo conhecimento científico entre crianças pequenas. É preciso olhar com atenção para a alfabetização matemática nas séries iniciais, tão importante quanto a leitura e a escrita, porque recuperar o tempo perdido anos depois sai muito caro para o aluno e também para o país”, explica Manoel Horacio, Presidente do Instituto TIM.

Detalhes do projeto no Brasil
O Círculo da Matemática do Brasil busca o desenvolvimento do raciocínio matemático de alunos do ensino fundamental, com idades entre sete e nove anos. Ele é aplicado em atividades extras da disciplina durante a grade curricular e convida o estudante a construir o seu próprio conhecimento, valorizando o erro como um caminho até encontrar a resposta correta.
Os educadores do projeto recebem capacitação prévia e participam de workshops com os professores Bob e Ellen Kaplan, que acompanham de perto a implantação do projeto no Brasil. O treinamento contempla imersão na abordagem do “The Math Circle”, que considera uma série de atividades que visam instigar o interesse das crianças pela disciplina.
Em 2014, participaram da iniciativa cerca de 8 mil alunos, de 67 escolas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Duque de Caxias (RJ), Brasília (DF), Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Aracaju (SE), Belém (PA) e Porto Velho (RO). Este mês, o casal Kaplan capacitou mais educadores – em um workshop realizado em Porto Alegre entre 06 e 10/06 – com expectativa de ampliar a iniciativa, alcançando 20 cidades e 55 mil estudantes até o fim de 2015.

Sobre o Instituto TIM
Criado em 2013, o Instituto TIM tem como principal objetivo criar e potencializar recursos e estratégias para a democratização da ciência, tecnologia e inovação, promovendo o desenvolvimento humano, utilizando a tecnologia móvel como um dos principais habilitadores. Possui quatro pilares que definem sua atuação: Ensino, que tem como foco a educação e a ciência; Aplicações, com o objetivo de desenvolver novas soluções tecnológicas; Inclusão, com a difusão do conhecimento de tecnologias de informação e de comunicação; e Trabalho, criando novas formas de atuação por meio do conhecimento tecnológico. Até o momento, os projetos do Instituto TIM já envolveram cerca de 300 mil pessoas em mais de 350 municípios de todas as regiões do Brasil.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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