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Indústria naval vê China como aliada

Apesar de a China ser um grande concorrente da indústria amazonense e deixar os empresários da região com ‘fios brancos’. Na contramão da percepção do setor, o polo naval não vê os mesmos efeitos do avanço asiático em suas atividades.
Segundo o presidente em exercício do Sindnaval/AM (Sindicato da Indústria da Construção Naval do Estado do Amazonas), Matheus Araújo, as empresas chinesas do segmento não vêm competir com os estaleiros do Estado, mas complementar as atividades da capital. “Nós produzimos barcos. Já o interesse deles é fabricar navios”, frisou.
O que não quer dizer que os estaleiros tenham que ficar parados a ver os tais ‘navios’, enquanto muitos investidores vêm conhecer as oportunidades oferecidas pela ZFM (Zona Franca de Manaus). Ainda mais quando há uma expectativa de atingir um faturamento em torno de US$ 190 milhões neste ano, alta de 146,84% frente aos dados de 2010 (US$ 76.97 milhões) divulgados pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). “A projeção é de que cada ano supere o outro. Pois, se não houver dados positivos, o governo vai pensar que não é importante para economia”, declarou o presidente.

Mente fechada

Araújo comenta que há necessidade dos empresários amazonenses se conscientizarem para um processo macro, além dos negócios já estabelecidos no Amazonas. Ele ressalta que ainda há muitos empreendedores do nicho amazonense que possuem uma mente fechada para o desenvolvimento, para abertura de novos negócios na região.
“Eles acham que não é preciso mexer no que já têm. Porém, eles precisam conhecer novos mercados, se qualificar, enquanto esperam a definição do Polo, senão eles não vão mais adiante”, esclareceu.
Com as expectativas para que se instale o Polo Naval na região amazonense, surgem então iniciativas para formalizar o setor e profissionalizar os donos dos estaleiros.
Segundo o gerente da unidade de atendimento coletivo do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Carlos Henderson, a proposta da agência é fazer um levantamento das limitações de cada estaleiro ou oficina de manutenção e reparo, e realizar ações de consultoria e mercado para amplificar as atividades do segmento.

Setor deve ganhar maior formalização e oferta de crédito em 2011

De acordo com Matheus Araújo, a ação surgiu por intermédio do Sebrae nacional, que pediu para desenvolver atuações específicas no Amazonas. Além disso, o projeto é resultado dos critérios para se alojar no PIN-Naval, que serão definidos pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). “Isso faz parte da conscientização, exatamente para enfrentar estes critérios. O proprietário não vai pra lá sem estrutura”, argumentou o presidente em exercício do Sindnaval/AM.
O secretário adjunto da Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), Ronney Peixoto, fala que o governo tem procurado capacitação com outras instituições, como Fundação Nokia e UEA (Universidade Estadual do Amazonas). “A universidade já mostrou possibilidade de abrir um curso voltado para qualificação da mão de obra, tanto de nível superior como técnico”, enfatizou.
Com a profissionalização do setor em ambos os lados (patrão e empregado), a perspectiva é que os estaleiros procurem desenvolver mais projetos na região, segundo avaliação do vice-presidente do sindicato patronal do polo naval, Ivan Salmito.
O dirigente salienta que o orçamento do Banco da Amazônia, destinado a projetos do PIM (Polo Industrial de Manaus), gira em torno de R$ 900 milhões este ano. Enquanto, no ano passado, o banco oficial havia fomentado R$ 700 milhões em negócios, sendo utilizados pouco mais de 1% pelo setor. Neste ano, a expectativa é que a demanda deve ultrapassar os 10%.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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