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Indústria e serviços puxam alta do PIB do Amazonas em ritmo acima da média nacional, em 2021

O Amazonas cresceu acima da média nacional, no segundo ano da pandemia. Seu PIB avançou 5,6% entre 2020 e 2021, de R$ 116 bilhões para R$ 131,5 bilhões, após o decréscimo imposto pela crise da Covid-19, no ano anterior (-1,69%). O impulso veio dos serviços e da indústria, que registraram elevações de 6% e 5,2% e a maior parte do Produto Interno Bruto local. De 2022 a 2021, a alta foi de 84,1%, a sétima maior do Brasil. Com isso, o Estado se mantém como a segunda maior economia da região Norte e a 16ª do país, respondendo por 1,5% das riquezas brasileiras.

Os números de 2021 confirmam também que o Amazonas caiu da nona para a 14ª colocação no ranking nacional de renda per capta, em 20 anos, ficando atrás de Rondônia e Tocantins (ambos com 0,8%, cada). O Estado também viu a participação da remuneração dos empregados no PIB recuar para 35,9%, em relação ao primeiro ano da pandemia. O resultado veio em sintonia e abaixo da média nacional (39,2%). Os dados são da pesquisa de Sistema de Contas Regionais – Brasil 2021, e foram compilados pelo IBGE, em parceria com a Sedecti (Secretaria de Desenvolvimento Ciência Tecnologia e Inovação) e a Suframa. 

O PIB do Brasil foi estimado em R$ 9 trilhões em 2021 e subiu 4,8% ante 2020. Os maiores valores vieram de São Paulo (R$ 2,72 trilhões). Todas as 27 unidades federativas avançaram, sendo puxadas pelo Rio Grande do Sul (+9,3%), Tocantins (+9,2%) e Roraima (+8,4%). O crescimento do Amazonas foi o 12º maior do país e o quarto entre as unidades federativas da região Norte, ficando atrás também do Acre (+6,7%).

A agropecuária brasileira ficou estável, enquanto a indústria (+5%) e os serviços (+4,8%) cresceram. Os serviços (66,5%) continuaram majoritários, sendo seguidos por indústria (25,8%) e agropecuária (7,7%). As atividades de maior participação foram administração, defesa e educação (15,8%), a indústria de transformação (13,9%) e o comércio (12,5%). 

Serviços e indústria

Entre 2020 e 2021, houve aumento de participação no Sudeste (+0,4 p.p.) e Sul (+0,1 p.p) e redução no Nordeste (-0,4 p.p.) e Centro-Oeste (-0,1 p.p.), enquanto o Norte se manteve estável, sendo responsável por 6,3% de participação do PIB do Brasil. Apenas Rondônia e Pará oscilaram. O conjunto de Estados nortistas (+5,2%) também alcançou o segundo maior crescimento anual do PIB, perdendo apenas para o Sul (+6,5%). 

O Amazonas se manteve entre as 14 unidades federativas com altas acima da média nacional, sendo o 12º da lista. Em números absolutos, só ficou atrás do Pará (R$ 262,90 bilhões) na região. O setor de serviços (+6% e R$ 61,7 bilhões) foi o que mais cresceu em volume e já responde por 46,94% de sua economia. As maiores participações vieram da administração pública (36,81% e R$ 22,2 bilhões) –assim como ocorrido no Acre, Alagoas, Maranhão, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte –e do comércio (19,47% e R$ 12 bilhões).  

A indústria amazonense (R$ 41,8 bilhões) evoluiu 5,2% e tem fatia de 31,82%. Os destaques vieram da indústria de transformação (R$ 30,1 bilhões e 22,91%) e da construção civil (R$ 3,94 bilhões). O Estado integra o seleto grupo que conta com desempenho acima da média para a atividade, somando-se a Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo e Minas Gerais. 

Já a agropecuária (R$ 5,63 bilhões) subiu 0,4%, em seu segundo ano de alta, contribuindo para 4,29% do Produto Interno Bruto do Estado. Majoritária (48,66%), a agricultura recuou 4,28%, enquanto a pecuária e o grupo que reúne produção florestal, pesca e aquicultura cresceram 7,45% e 5,20%. O Estado acompanhou a média nacional, onde as maiores contribuições do setor vieram do Rio Grande do Sul, Tocantins, Acre e Alagoas. O maior crescimento no PIB do Estado, contudo, veio mesmo da receita tributária, que avançou 11,14%, sustentando 16,95% do PIB estadual. 

Concentração econômica 

De 2002 a 2021, o PIB do Amazonas subiu 3,3% por ano, em média, acumulando uma elevação de 84,1% no período. Foi a sétima maior taxa de expansão do país. Para efeito de comparação, a economia nacional avançou 48,7% na mesma comparação. Tocantins (+4,7% ao ano) registrou o maior destaque nesse cenário, sendo seguido por (+4,5% a.a.), Roraima (+4,2% a.a.), Piauí (+3,5% a.a.) e Maranhão (+3,4% a.a.). Entre as regiões, os maiores ganhos vieram do Centro-Oeste (+1,7 p.p.) e do Norte (+1,6 p.p.) –impulsionado principalmente pela extração de minério no Pará. A única queda veio do Sudeste (-5,1 p.p.).

Em duas décadas, o PIB per capita do Amazonas saltou 318,69%, ao passar de R$ 7.357,15 (2022) para R$ 30.803,56 (2021). Foi um índice muito maior do que o do país (+17,6%), embora o mesmo não possa ser dito sobre o valor (R$ 42.247,52). Ainda assim, o Estado retrocedeu da nona para a 14ª posição. O Distrito Federal (R$ 92.732,27) registrou o maior valor. Tocantins (R$ 32.214,73) e Rondônia (R$ 32.044,73), que ocupam a 12ª e a 13ª posições, lideraram o ranking do Norte, mas também ficaram abaixo da média brasileira.

O PIB de 2021 também marcou o quinto ano seguido de queda de participação na remuneração dos empregados. Essa fatia não passou de 39,2% em todo o país, sendo que essa foi a primeira vez que os rendimentos atingiram nível inferior a 40% do PIB do país. A perda de participação da remuneração dos empregados no PIB foi observada em todo o país. Os maiores percentuais vieram do Distrito Federal (57,6%) e Amapá (53,1%), enquanto os menores ficaram em Mato Grosso (27%) e no Pará (28,9%). No Amazonas, ela não passou de 35,9%, o quinto mais baixo percentual do ranking.

Recuperação da pandemia

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, reforça que a melhora do Estado foi suficiente apenas para manter sua economia no mesmo nível de participação nacional. O pesquisador acrescenta que, em 20 anos, o Amazonas se posiciona entre as unidades federativas que mais cresceram. “Os resultados mostram que 2021 foi considerado um ano positivo para a economia amazonense, indicando que o Estado voltou a crescer depois da pandemia”, ponderou.

Adjalma Jaques acrescenta que o Amazonas está entre os cinco Estados com menor percentual de remuneração dos empregados (35,9%). “É muito comum nivelar os salários com base nas principais atividades. Mas, o PIB inclui todas e, muitas vezes, a principal e que paga os maiores salários, é superada por outras que remuneram menos”, explicou.

Em texto de sua assessoria de imprensa, o titular da Sedecti, Serafim Corrêa, avaliou que o levantamento confirma “papel fundamental” para o Amazonas no contexto econômico brasileiro, além de refletir seu potencial econômico e capacidade de recuperação. “O crescimento de nosso PIB deve-se à recuperação da economia como um todo. Porque, com a pandemia, houve a queda do PIB em 2020. Mas, em 2021, já estávamos em uma situação em que a crise sanitária estava sendo superada pela vacinação, ocasião em que o governo do Amazonas atuou de forma pioneira e muito ousadia”, encerrou. 

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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