Pesquisar
Close this search box.

Honda descarta novas paralisações

A Moto Honda da Amazônia descarta paralisações na produção em outubro, como as verificadas no mês de setembro para ajuste de estoque. De acordo com o gerente de Relações Institucionais da multinacional, Mário Okubo, é possível que a partir de agora haja uma retomada de crescimento no setor. “As restrições de crédito, variações cambiais, inflação, entre outros fatores, vem impactando o mercado de motocicletas, principalmente de baixa cilindrada. Assim, foi necessário realizar paradas de seis dias úteis na produção durante os meses de agosto e setembro com o objetivo de ajustar estoques. Esperamos uma reação do mercado nos próximos meses e até o momento não há previsão de paradas na linha durante o mês de outubro”, finalizou Okubo.Em setembro, o setor registrou perdas em todos os indicadores do segmento de duas rodas – produção, vendas e exportação. De acordo com dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), no mês passado a produção de motocicletas caiu 1,5% em relação a agosto. Neste período foram fabricadas 127.813 motocicletas, ante 129.768 unidades fabricadas no mês anterior. Já na comparação com setembro do ano passado, quando foram produzidas 150.731 unidades, a redução foi de 15,2%.
As vendas no atacado, que em agosto haviam somado 120.936 unidades, recuaram 3,6%, ficando em 116.639 unidades em setembro. O volume é 18,8% menor que o registrado em setembro de 2013 (143.570 unidades).
Já as exportações tiveram uma diminuição de 4,8% na comparação mensal, com 9.075 unidades. Em comparação com setembro de 2013 (8.169 unidades), no entanto, houve evolução de 11,1%.
O desempenho negativo do setor no mês de setembro acompanha o movimento descendente registrado no terceiro trimestre. Segundo os números da Abraciclo, a produção do período contabilizou uma queda de 7,1% frente ao terceiro trimestre de 2013. Foram fabricadas 393.085 motocicletas ante 423.258 unidades no ano passado. No acumulado do ano (janeiro a setembro) a queda registrada foi de 8%, passando de 1.263.203 (2013) para 1.162.698 (2014) unidades.
As vendas no atacado também apresentaram queda de 7,6% frente a 2013. De julho a setembro foram comercializadas 350.598 unidades para as redes de concessionárias, ante 379.308 unidades no mesmo período do ano passado. Já no acumulado, o decréscimo foi de 10,7%, com 1.195.770 motocicletas comercializadas em 2013 ante 1.067.382, em 2014.
Pelo levantamento divulgado pela Abraciclo, as exportações também registraram recuo. O terceiro trimestre de 2014 somou 26.124 motocicletas comercializadas ao mercado externo, volume 17,5% inferior em relação às 31.676 unidades do mesmo período de 2013. No acumulado de janeiro a setembro do ano foram exportadas 71.543 motocicletas, correspondendo a uma queda de 6,4% frente a igual período de 2013, que havia totalizado 76.453 unidades.
Resultado já era esperado
A Abraciclo já previa um ano difícil, porém, a comercialização de motocicletas vem apresentando desempenho aquém do esperado, o que deve resultar em revisões para baixo das projeções para o setor no fechamento deste ano.
De acordo com o presidente, Marcos Fermanian, o principal motivo para a queda foi a diminuição na oferta de crédito, que afeta a classe C e D, camada que representa 85% dos consumidores das motocicletas de baixa cilindrada, modelos mais vendidos no país.
“Precisamos de algum mecanismo que viabilize a venda a prazo para as classes mais baixas. O grande desafio das empresas fabricantes será reposicionar seu ponto de equilíbrio. Elas precisam se adequar a uma nova realidade “, disse Fermanian.
O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antônio Silva confirma o pessimismo. Ele também afirma que a retração já era esperada, devido às dificuldades na concessão de crédito e ao período de indefinição política. Na opinião do presidente da Fieam, o setor tem grandes chances de fechar o ano no vermelho.
“O polo de duas rodas continua sofrendo com os problemas na aprovação de crédito. Acredito que vamos continuar enfrentando esse problema até o fim do exercício de 2014. Não vejo nenhuma luz que possa sinalizar positivamente em função do momento que estamos vivenciando. Com certeza absoluta teremos problemas”, lamentou Silva.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar