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Guerra na Ucrânia deve ter efeito limitado sobre o dólar, diz banco

Os ataques russos a regiões da Ucrânia, iniciados nesta semana, tem provocado grande aversão ao risco entre investidores. Ondas de vendas de ações levaram a perdas severas nas principais bolsas de valores. A busca por proteção também leva a uma maior demanda por dólar no mundo.

O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana frente às principais divisas desenvolvidas, chegou a se aproximar da máxima de julho de 2020.  Apesar da forte valorização do dólar no exterior, a guerra na Ucrânia não deve ter grandes efeitos negativos sobre o real e outras moedas da América Latina, segundo analistas do UBS. Pelo contrário. Para o banco suíço, a valorização de moedas da região, lideradas pela alta de 10% do real no ano, é sustentável.

“Preços elevados das commodities, exacerbados pelas tensões geopolíticas em curso na Ucrânia, estão dando suporte a moedas da região”, escreveu o UBS em relatório. A crise no Leste Europeu tem se refletido principalmente no preço do petróleo, que já subiu cerca de 30% neste ano, superando pela primeira vez desde 2014 a marca dos US$100 por barril. 

O principal risco do câmbio da América Latina, aponta o UBS, é a possibilidade de políticas mais duras do Federal Reserve, o banco central americano –que, de acordo com os analistas, cresceu após o país ter registrado 7,5% de inflação, a maior em 40 anos.

Ainda assim, o banco vê as moedas latino-americanas em posição favorável, já que bancos centrais da região iniciam antes seus ciclos de alta de juros.  O Brasil, em sua última decisão de política monetária, elevou para 10,75% a Selic (taxa básica de juros). As recentes altas, aponta o UBS, “ampliaram drasticamente o diferencial da taxa de juros com os Estados Unidos”.

O diferencial de juros, por sinal, vem sendo apontado como um dos principais motivos para a recente queda do dólar no Brasil. Isso porque quanto maior, mais atrativas são as operações de carry trade, que implica em tomar dinheiro em países com juros mais baixos e aplicar em títulos de países que pagam mais juros, capturando o spread.

Para a reunião de março, o UBS espera que o Federal Reserve (Fed) eleve sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual e promova outras cinco elevações ao longo de 2022. Caso o Fed siga esse plano de voo, o UBS vê efeito apenas limitado sobre as moedas latino-americanas, já que projeta  continuidade do aperto monetário na região –e em ritmo mais acelerado que nos Estados Unidos. “O diferencial da taxa de juros com várias economias da América Latina provavelmente aumentará ainda mais no curto prazo.” As informações são da Exame.

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
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