Pesquisar
Close this search box.

Gerson Mourão: “História do câncer de mama mudou no Amazonas”

Apenas uma medida de gestão está mudando a realidade do tratamento de câncer de mama no Amazonas. O diretor-presidente da FCecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas), mastologista Gerson Mourão, anunciou que, com uma mudança estratégica no fluxo de atendimento e diagnóstico em toda a rede de saúde pública, a população, que antes esperava cerca de 15 meses para um tratamento, hoje espera 90 dias. “É uma revolução no tratamento do câncer no Amazonas. Isso muda tudo e vai causar um impacto positivo em breve na sociedade”, explicou o especialista, em entrevista ao Trends JC, nesta sexta-feira (28).

Para demonstrar a importância desta nova era que está sendo inaugurada, o mastologista explica que a redução do tempo que existe entre a descoberta de um câncer e o início do tratamento pode significar o aumento significativo do índice de cura, ou seja, a redução do número de mortes pela doença. 

“A mulher encontrava um tumor na mama e ia para a porta da FCecon, porque só existia este local pelo SUS. A mulher levava cerca de 8 meses para conseguir entrar na Fundação e depois mais 6 meses (em média) para serem tratadas. Agora, ela vai a uma unidade básica de saúde e, se for necessária uma biópsia, ela já é encaminhada a centros específicos e em 45 dias ela já tem o resultado”, explicou, lembrando que este novo fluxo foi possível a partir de um ajustamento entre Prefeitura de Manaus, governo estadual e o MInistério Público que mediou o entendimento. Por este novo sistema de atendimento, envolvendo toda a rede pública, o tempo de espera das mulheres reduziu de 15 meses para 90 dias, em média. “Não tivemos tecnologias novas e nem recursos milionários para mudar essa realidade. Foi apenas um ajuste no fluxo de atendimento”, comentou.

Para Gerson Mourão, essa novidade pode representar um impacto positivo, não apenas na rede de saúde pública, mas também na sociedade como um todo. “A história do câncer de mama neste Estado mudou. A mulher descobre um pequeno tumor e consegue tratar um pequeno tumor, aumentando as chances. Com isso, podemos ter menos mortes; menos gastos com medicamentos quimioterápicos e a mulher preserva a mama”, disse, lembrando que a demora no tratamento pode levar o câncer a aumentar, o que requer uma intervenção mais difícil.

O mastologista falou ainda sobre a importância da prevenção de doenças e deu dicas para que as mulheres e as famílias estejam bem informadas quanto às questões genéticas e hereditárias. “O câncer é uma doença de gene. Há uma lesão no gene e ele vai desenvolver câncer. Mas também há questões hereditárias. Aquelas que o pai, ou mãe ou algum familiar teve e as pessoas devem estar atentas. Portanto, o importante é que a gente observe o nosso corpo; cuide da nossa saúde e fiquemos atentos aos casos de família”, disse.

O médico deu várias dicas durante a entrevista. Falou do câncer de mama em homens e o quanto esses casos são um alerta grande para as famílias e também orientou para a prevenção de outros cânceres. “A maioria de nós têm genes perfeitos, mas o estilo de vida determina as chances de se desenvolver ou não doenças. Portanto, diminuir açúcar, álcool, fumos e praticar exercícios são ações fundamentais para melhorar nossa qualidade de vida”, ensinou.

SUS 

O mastologista aproveitou o bate-papo para nos lembrar da importância do SUS (Sistema Único de Saúde) para o Brasil. “As pessoas têm que entender que o SUS é o maior projeto médico e de atendimento popular do planeta. A maior parte da população é atendida pelo SUS e, mesmo assim, a saúde complementar e particular se mantém como um ótimo mercado. Portanto, devemos valorizar o SUS”, lembrou.

Atualmente, 85% da população brasileira é atendida pelo SUS. Uma fatia de 14% pelos  planos de saúde e 1% na rede particular, segundo informou o presidente da FCecon. “A pandemia mostrou que o dinheiro não pode comprar tudo e foi o SUS que sustentou a vacinação e a volta da sociedade ao convívio. Cuidem-se, protejam o SUS e previnam-se”, encerrou o médico.

Dentre dicas, orientações, revelações e muita informação, o bate-papo com Gerson Mourão rendeu uma superlive que está gravada e disponível nas redes sociais do JC e no portal JCAM (www.jcam.com.br), acesse e descubra como melhorar sua qualidade de vida.

BOx – Rosa o ano inteiro

O tema da campanha deste ano é “Três perguntas que salvam: você conhece os avanços da ciência contra o câncer de mama?; sabia que descobrir antes aumenta as chances de cura?; e você conhece os tratamentos para cada tipo de câncer?”.

“Minha mensagem às mulheres é que olhem para elas. Neste mês de outubro, procure uma Unidade Básica de Saúde e faça seus exames clínicos e de imagem. É importante detectar precocemente o câncer de mama”, disse a presidente da Rede Feminina, enfermeira oncologista Marília Muniz, que também é coordenadora estadual da Atenção Oncológica.

No Brasil, o Outubro Rosa é organizado pela Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama). No Amazonas, o movimento conta, ainda, com o apoio da LACC (Liga Amazonense Contra o Câncer), SMB-AM (Sociedade Brasileira de Mastologia Regional Amazonas) e do Ciam (Centro de Integração Amigas da Mama).

Por Lilian D’Araujo

@lydcorr

Lílian Araújo

É Jornalista, Artista, Gestora de TI, colunista do JC e editora do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar