O diretor de Assuntos Externos do Fundo, Masood Ahmed, afirmou que “elogiava as ações de quarta-feira, porque elas dão um importante sinal aos mercados de que esses bancos estão trabalhando em conjunto para lidar com o caráter internacional do problema da crise de crédito”.
Ele reafirmou a visão da instituição, de que a oferta de dinheiro para evitar uma crise de liquidez no sistema bancário é uma “alta prioridade”, a fim de permitir que os mercados operem sem interrupções bruscas.
A oferta de liquidez, no entanto, é uma parte “crítica” da solução necessária para os problemas de crédito, disse Ahmed. “Uma ação adotada antecipadamente e com foco na solução é crítica para que se possa seguir adiante e resolver essa crise”.
Na quarta-feira, o Fed e outros quatro bancos centrais anunciaram uma operação conjunta para evitar que a atual crise de crédito tenha efeitos mais graves sobre as economias envolvidas. Os outros bancos são o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra, o Banco do Canadá e o Banco Nacional da Suíça.
O Fed anunciou que injetará dinheiro no sistema financeiro por meio de operações de curto prazo, através dos quais poderá liberar ao menos US$ 40 bilhões em dois leilões a serem realizados na próxima semana (nos dias 17 e 20), a juros menores que a taxa de redesconto (usada pelo Fed para conceder empréstimos de curto prazo a instituições com escassez temporária de liquidez causada por problemas internos ou externos). O Fed ainda criou linhas de swap em moeda estrangeira com o BCE, para uma operação de US$ 20 bilhões, e com o Banco Nacional da Suíça, para mais US$ 4 bilhões. Com essas operações, os dois bancos europeus poderão fazer empréstimos às instituições de seus respectivos sistemas bancários.
Zona do Euro em risco
O BCE alertou para a incerteza que o impacto que o atual “aumento dos riscos nos mercados financeiros’’ pode ter na economia, segundo boletim. No documento, o banco informou que sua política monetária “está preparada para enfrentar os riscos em alta sobre a estabilidade de preços’’ da zona do euro -o que foi visto por analistas como uma abertura para aumentos da taxa de juros (atualmente em 4% ao ano).
No relatório de dezembro, o banco observou que existem “pressões em alta a curto prazo muito fortes sobre a inflação’’, como o Índice de Preços ao Consumidor Harmonizado, que foi de 3% em novembro.
Outros bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, o BC americano), o Banco da Inglaterra e o Banco do Canadá diminuíram as taxas, na tentativa de estimular a economia através da tomada de crédito por parte de consumidores e empresas e evitar que suas economias sofram impactos mais graves.
O diário americano “The Wall Street Journal’’ informou anteontem que o risco de uma recessão nos EUA chegou ao maior nível em mais de três anos.