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Faturamento do PIM avançou perante dezembro, tanto em dólar, quanto em real

Depois de encerrar 2023 abaixo das expectativas, o faturamento do PIM fechou janeiro com uma escala de dois dígitos. Os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, compilados pela Suframa, revelam que as vendas em dólar somaram US$ 3.10 bilhões e decolaram 15,57% frente ao mesmo mês do ano passado (R$ 2.70 bilhões). Na conversão em reais, a alta foi de 12,26%, de R$ 13,66 bilhões (2022) para R$ 15,34 bilhões (2023). Desta vez, os números suplantaram a inflação do IPCA acumulada em 12 meses (+4,62%) e a desvalorização da moeda americana (-2,86%) – conforme o Banco Central.

O desempenho da indústria incentivada em janeiro, também correspondeu a um arranque de magnitude ainda maior na variação mensal, embora parte das empresas ainda vivesse os rescaldos da crise logística decorrente da vazante histórica. Com a vantagem de três dias úteis a mais, o faturamento do PIM avançou perante dezembro (US$ 2.57 bilhões e R$ 12,45 bilhões), tanto em dólar (+20,62%), quanto em real (+23,21%). Os dados da Suframa confirmaram também uma aceleração da mão de obra Polo atípica para o mês, que fechou com 115.244 trabalhadores, entre efetivos, temporários e terceirizados.

O crescimento de vendas, no entanto, foi uma realidade para apenas 15 dos 26 subsetores listados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus, na medida em dólares. As melhores performances proporcionais vieram de divisões minoritárias, como a naval (US$ 9.82 milhões) e a de couros e similares (US$ 745.973), que aumentaram suas vendas em 193,03% e 114,25%, respectivamente. Na outra ponta, os piores tombos ficaram nos segmentos têxtil (-48,06% e US$ 4,26 milhões) e de vestuário e calçados (-42,16% e US$ 565.507).

Somando quase metade das vendas do PIM, os polos de bens de informática e de eletroeletrônicos, desta vez, seguiram na mesma direção. O primeiro aumentou 6,19% (US$ 688.93 milhões), mantendo a maior parcela de faturamento do Polo (22,25%). O segundo teve share de 17,03% e acréscimo de 8,77% (US$ 527.29 milhões). Mais aquecido, o polo de duas rodas avançou 26,71% (US$ 572.57 milhões) e elevou sua fatia para 18,49%, a segunda posição do Polo. O ranking de participações da indústria incentivada se completa com os subsetores de “outros produtos” (16,11% das vendas), químico (11,26%), termoplástico (8,47%) e metalúrgico (6,28%).

Produtos e empregos

Entre os manufaturados produzidos pelo PIM, o maior aumento de produção veio dos receptores de sinal de TV, com 663 mil unidades fabricadas e uma escalada de 179,41%. Outros resultados positivos vieram dos condicionadores de ar split system (+36,84% e 522.539); Aparelhos de áudio não portáteis (+365,9% e 64.402); monitores com tela de LCD para uso em informática (+65,04% e 245.398); fornos microondas (+54,83% e 426.590); motocicletas, motonetas e ciclomotos (+14,77% e 148.327); TVs com tela de LCD e OLED (+14,27% e 1.169.900); e microcomputadores portáteis (+327,03% e 46.534).

O nível de empregos do PIM também melhorou. A média obtida em janeiro foi de 115.244 pessoas, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O número veio 1,77% mais encorpado do que o do mês anterior (113.237) e 3,36% superior ao patamar de janeiro de 2023 (111.495). Essa também foi a melhor média mensal para o conjunto das fábricas do Polo Industrial de Manaus desde setembro do ano passado (115.375) – nos dias que antecederam a crise da vazante.

Os maiores índices de crescimento de empregos vieram dos subsetores de “material de limpeza de velas” (+110% e 84 vagas), naval (+92,69% e 2.293), e relojoeiro (+77,62% e 4.293). Na outra ponta, somente os polos ótico (-0,82% e 364) e de brinquedos (-87,36% e 70) foram na direção oposta. Levando em conta só a movimentação de obra efetiva, o saldo de vagas total do PIM fechou o mês com 207 vagas a mais, confirmando o predomínio das admissões (2.859) sobre as demissões (2.652). 

“Início promissor”

No texto da assessoria de imprensa da Suframa, o titular da autarquia, Bosco Saraiva ressaltou que os números do levantamento apontam um início de ano “proveitoso” para o PIM, tanto no faturamento, quanto na geração de empregos e exportações. “Esperamos que esses bons resultados continuem para que nosso Polo seja cada vez mais fortalecido e capaz de atrair investimentos e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da nossa região e do nosso País como um todo”, comemorou.

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, o presidente da Fieam e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, avaliou que os números da Suframa refletem a força do mercado interno e os efeitos da “implementação de uma política agressiva de comércio externo”. “Verificamos que o percentual de faturamento no mês de janeiro, desde 2016, vem aumentando progressivamente, alcançando este ano o patamar de incremento superior a 205,11% em nove anos”, afiançou, destacando também a expansão do quantitativo de mão de obra do PIM.

No entendimento do dirigente, os números confirmam a solidez do PIM, a despeito das crises. “Tivemos um início de ano promissor e que corrobora com nossas expectativas de que o PIM mantenha uma tendência de crescimento ao longo de 2024, porém em ritmo mais lento. A estiagem e crise logística do final de 2023 resultaram em um panorama de demanda represada que pode ter se refletido ainda no elevado crescimento registrado em janeiro. As perspectivas econômicas positivas também criam um cenário econômico que propicia a produção e reforçam nosso otimismo”, analisou.

O presidente da Aficam, Roberto Moreno, também considera que os Indicadores da Suframa mostram um cenário “bem positivo” para o PIM, e sem “fatores externos significativos” que prejudiquem o desempenho das empresas, como a crise da vazante. “Mesmo com alguma influência do início de atividades após as férias coletivas, tivemos um mês que pode demonstrar a tendência do desempenho a ser obtido durante todo o ano, uma vez que os meses seguintes tem vários dias úteis de trabalho. Os setores que puxam os índices e tem grande representatividade devem continuar a trazer resultados positivos. Vamos esperar que fatores externos à produção não atrapalhem a boa tendência que se desenha”, arrematou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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