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Exposição apresenta e exalta professores-artistas

Preocupados em dar aulas, muitos professores deixam artistas permanecerem adormecidos dentro de si, quem sabe, por toda a vida. Pois foi pensando em trazer à luz esses artistas que as amigas arte-educadoras Polly D’Ávila, Olvídia Dias e Raquel Mattos resolveram criar o projeto ‘Diálogos Artísticos’, no qual despertam a arte nos professores-artistas. Quem quiser conhecer o trabalho de 20 deles pode visitar a exposição ‘Para Todos’, que está acontecendo no Millennium Shopping desde o início do ano e segue até o dia 19, quinta-feira, com entrada gratuita.

“Eu, a Olvídia e a Raquel trabalhávamos na DDPM (Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério), da Semed (Secretaria Municipal de Educação) quando, em 2017, resolvemos criar o ‘Diálogos Artísticos’ com o objetivo de valorizar não só a pedagogia, mas a arte, latente em muitos professores”, falou Polly D’Ávila.

“O trabalho do professor é um trabalho árduo. Têm muitos deles que chegam a dar aulas nos três turnos e não sobra tempo para fazer mais nada além da sala de aula. Com o projeto queríamos apoiar e dar visibilidade ao artista e sua arte”, completou.

Na DDPM, em suas conversas com os professores, Polly D’Ávila, Olvídia e Raquel ouviam sobre suas dúvidas, inquietações e a necessidade de serem valorizados além da sala de aula. Como as três são formadas em Artes, perceberam que uma maneira de resolver esses problemas seria exatamente através da arte.

“Foi então que idealizamos a primeira exposição do projeto, numa sala da DDPM, com o tema ‘Da submissão ao empoderamento feminino’. Divulgamos para os professores e logo surgiram as primeiras interessadas. O evento teve grande retorno com as professoras-artistas vendo seus trabalhos expostos pela primeira vez. Muita gente elogiou, muita gente gostou”, lembrou.

Professores-artistas querem ser valorizados além da sala de aula

Nem pandemia atrapalhou  

Empolgadas com o sucesso da primeira exposição, as três amigas artistas plásticas organizaram a segunda, em 2018, e num espaço bem maior e mais imponente, o Palacete Provincial.

“Desde o começo a ideia era organizá-la em espaços diferentes, para atrair vários públicos. O tema dessa vez foi ‘Expressão, sentimentos, emoções’. Então foram surgindo as mais variadas histórias, comuns à maioria de quem está começando: pintar um quadro e guardá-lo em casa, com vergonha de mostrar para os outros pelo medo de ser ridicularizado. Teve uma professora que foi às lágrimas ao ver seu quadro exposto e admirado pela primeira vez. Já outros professores divulgam seus trabalhos nas redes sociais”, disse.

E o ‘Diálogos Artísticos’ continuou sua trajetória nos anos seguintes. Em 2019 foi para a Ufam, com o tema ‘Arte e resistência’. Nem a pandemia atrapalhou o projeto. Em 2020 com o tema ‘(In) Perspectivas’ a exposição foi realizada no Palácio da Justiça e, em 2021, aconteceu no Palácio Rio Negro, com o tema ‘A natureza que habita em mim’.  

“Não deixamos a pandemia atrapalhar a força da arte. Nos momentos em que a situação arrefeceu, recebemos os visitantes presencialmente; quando tudo teve que fechar, passamos a exibir os quadros online”, contou.

Ano passado, o ‘Diálogos Artísticos’, que tradicionalmente sempre ocorre no final do ano, continuou a partir da exposição de 2021 e permaneceu recebendo visitantes até fevereiro.

“Para não quebrar a trajetória, organizamos a exposição logo no início deste ano de 2023 e, em novembro, ela volta a acontecer normalmente, quando então iremos revelar uma surpresa trabalhada ao longo de todo o ano passado”, avisou.

Mais professores

20 artistas-professores fazem parte da exposição ‘Para Todos’: Bárbara Teófilo, Bráulio Menezes, Carina Navegante, Cinthia Louzada, Cléia Printes, Eliana Chaves, Gisele Riker, Gleici Osório, Jefferson Dornelas, Kinny Derzy, Lorena Lima, Michelle Portugal, Paulo Holanda, Regina Rabello, Ruth Lovie, Veríssima e Willians Martins, além de Polly D’Ávila, Raquel e Olvídia.

“Queremos atrair mais professores-artistas para o grupo. Estes estão desde o começo, mas tenho certeza que existem diversos outros, ainda com seu lado artista adormecido. Nós proporcionamos toda a facilidade para que eles apresentem seu trabalho, pois sabemos como o começo é difícil. Hoje até está mais fácil. Quando eu comecei não conseguia local para expor e até ridicularizavam minha arte”, recordou.

Polly D’Ávila adianta que o projeto ‘Diálogos Artísticos’ está aberto para toda e qualquer arte.

“Já tivemos performance de teatro, apresentação musical, e queremos a participação de qualquer outra linguagem artística como fotografia e colagem, por exemplo”, informou.

Nessa exposição de agora o projeto saiu dos palácios e foi para o shopping, em busca de um novo público.

“Sempre a participação do público foi boa, mas queremos ampliar esse número cada vez mais”, finalizou.

“Estamos bastante animados em receber a exposição e esperamos que nossos clientes não deixem de conferir os trabalhos e olhar a arte de um outro ponto de vista”, destacou Elizandra Xavier, coordenadora de marketing do Millennium.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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