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Expansão da agropecuária eleva nível

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IBGE indica que a produção agrícola foi responsável pela maior parte da queda na vegetação

Apesar de ter trazido um expressivo resultado financeiro para o país nos últimos anos, o avanço da produção agropecuária respondeu pelo desmatamento de cerca de 453,7 mil km² de 2000 a 2012. Só a abertura de novos pastos representou 54,4% do total de 622 mil km² de florestas e pastagens naturais perdidos no período. As informações fazem parte de um levantamento inédito divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última sexta-feira (25). “[O estudo] tem como objetivo monitorar as mudanças na cobertura e uso da terra do Brasil a cada dois anos e possibilitar comparações internacionais”, afirma a entidade em nota. A análise inicial mensurou os anos de 2000 a 2010 e o biênio de 2010 a 2012.
Os dados estão atrelados ao projeto “Mudanças na Cobertura e Uso da Terra” que está inserido no contexto de outras conferências mundiais sobre meio ambiente.

Do outro lado
A princípio, o presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), Gustavo Diniz Junqueira, acredita que este índice de desmatamento seja proveniente de novos e pequenos assentamentos nos entornos da região Norte.
“Nossos trabalhos até agora têm mostrado que o desmatamento acontece por assentados que avançam pelas florestas e, por serem pequenos, não temos como fazer o controle. Também existe a questão fundiária com o governo, que não se resolve. Isso não é avanço da agropecuária”, enfatiza o líder. Já o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, disse ao DCI que a maior causa da perda na vegetação florestal é madeireira. “O que ouço do setor é que, inicialmente, pessoas sem relação com a agropecuária retiram a madeira e como a área fica vazia as pastagens acabam entrando, seguidas pela agricultura”, afirma. Nesta visão, o fato de a agropecuária permanecer na ocupação de antigas florestas faz com que o segmento seja apontado como causa do desmatamento. A Amazônia seria um dos maiores alvos deste processo. Procurada pela reportagem do DCI, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) não se posicionou.
Contudo, as transformações do segmento nos últimos anos foram a estrutura para o que ele representa hoje. Só no acumulado deste ano até agosto, segundo o Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio renderam US$ 50,5 bilhões e responderam por 46,5% do total de vendas externas do país no período. Diante da dimensão que o setor atingiu, Junqueira destaca que está sendo realizado um grande trabalho de mapeamento das áreas agrícolas, dos ativos e passivos ambientais para identificar com maior precisão a origem de problemas como o desmatamento.
Com um investimento de R$ 6 milhões e duração de dois anos, o levantamento da SRB teve início em julho de 2015.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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