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MPEs puxam alta nas contratações no Amazonas até novembro

Os pequenos negócios voltaram a carrear as contratações com carteira assinada, no Amazonas, em novembro. O saldo de empregos acelerou ante o mês anterior e ficou acima da marca registrada em igual intervalo de 2020. Comércio e serviços ainda respondem pela maior parte da oferta, com nova perda de fôlego na indústria. É o que aponta o boletim mensal do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), embasado nos dados do ‘Novo Caged’ (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O saldo mensal das MPEs foi de 3.310 vagas formais, em desempenho mais forte do que o de outubro (+2.187) e setembro (+2.772). Com isso, os pequenos negócios responderam por 68,71% do total de empregos criados no Estado (+4.817). As micro e pequenas empresas amazonenses apresentaram média de 21,53 novos postos de trabalho a cada mil já existentes, situando o Estado na primeira posição do ranking nacional. No mês anterior, essa proporção foi de 14,23 por mil e o Amazonas ficou em quarto lugar.

De janeiro a novembro de 2021, o saldo das pessoas jurídicas amazonenses de pequeno porte (+27.500) respondeu por 72,96% dos postos de trabalho celetistas do Amazonas (+37.691). Em um cenário ainda de refluxo da pandemia, mas já de inflação, juros e dólar em alta, a média de 178,89 empregos por milhar fez o Estado se manter na terceira posição, em todo o Brasil. No confronto dos acumulados do ano, 2021 apresentou resultado três vezes superior ao de 2020 (+9.089), para as MPEs do Estado. 

Na média nacional, os pequenos negócios (+245.568) responderam por uma parcela ainda maior (75,77%) do total dos postos de trabalho gerados (+324.112), em número igualmente melhor do que os capturados em setembro (+318.051) e outubro (+241.766) de 2021. Mas, ao contrário do Amazonas, ficou devendo em relação a novembro de 2020 (+248.218). O acumulado (+2.196.761), por sua vez, ficou bem acima do dado do mesmo período de 2020 (+88.971), representando 73,40% de todos os empregos criados no Brasil.

Médias e grandes

As MGEs (médias e grandes empresas) do Amazonas, por outro lado, subiram com menos a metade da força das MPEs, tanto em novembro (+1.495), quanto no somatório de 11 meses (+10.123) – respondendo por 31,03% e 26,86% do saldo do Estado, respectivamente. A comparação do aglutinado de 2021 com igual intervalo de 2020 – quando as companhias de maior porte geraram apenas 2.151 ocupações – também mostra melhora substancial. A administração pública, por sua vez, amargou corte de 4 empregos, na variação mensal, e criação de 23 vagas, entre janeiro e novembro. 

Na média brasileira, enquanto as micro e pequenas empresas encabeçam a geração de empregos até novembro, as médias e grandes (+84.203) colheram números positivos pelo 11º mês consecutivo, ao contribuir com 33,27% do total (+253.083). Em contraste, a administração pública eliminou 115 empregos no penúltimo mês do ano passado. No acumulado, os números respectivos por rubrica corresponderam a ingressos de 664.308 e de 20.708 trabalhadores.

Comércio e serviços

Em sintonia com os preparativos e contratações para as festas de fim de ano, o comércio (+1.966) ultrapassou o setor de serviços (+1.176) e passou a ser o motor de abertura de empregos nas micro e pequenas empresas do Amazonas, em novembro. Já a indústria de transformação (+85) voltou a desacelerar e caiu do terceiro para o quarto lugar, ficando atrás da construção (+97) e à frente da indústria extrativa mineral (+9). SIUP (Serviços de utilidade pública e agropecuária eliminaram 9 e 14 vagas, na ordem. Nas os respectivos resultados foram +488, +75, +987, -175, +12, +35 e +73.

Em relação ao saldo total dos 11 primeiros meses de 2021, as contratações das micro e pequenas empresas amazonenses seguiram sendo impulsionadas pelos serviços (+12.840). O comércio (+7.557) se manteve na segunda posição, seguido pela indústria de transformação (+4.685). Construção (+2.219), indústria extrativa mineral (+94), agropecuária (+84) e SIUP (+21) ocuparam as demais colocações. As MGEs, por sua vez, pontuaram saldos de +2.692, +699, +4.961, +1.100, +107, +421 e +143, na ordem.

“Peso da importância”

Em todo o país, o comércio (+116.701) também carreou as contratações de novembro nos pequenos negócios, superando os serviços (+98.710), sendo que as posições também se invertem na variação acumulada (+575.122 e +919.667). “Esse bom desempenho do comércio pode sinalizar uma boa expectativa dos empreendedores para as vendas de final de ano. Há alguns meses, os serviços eram o setor que vinha apresentando melhor desempenho, mas em novembro, esse resultado mudou”, reforçou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, em matéria divulgada no site do Sebrae nacional. 

O dirigente ressalta que há 15 meses seguidos os pequenos negócios têm gerado a maioria das vagas de emprego no país, com média mensal superior aos 70%. “Sem esse segmento, o Brasil não estaria reduzindo o nível de desemprego”, enfatizou. Melles destaca que o peso da importância dos pequenos negócios fica mais evidente quando se analisa o acumulado de 2021. “No total, foram criados cerca de 3 milhões de novos postos no país, e 2,2 milhões foram oriundos dos pequenos negócios, o que corresponde a 73,4% do total de vagas”, ressaltou.

“Perspectiva de tempo”

Na mesma linha, a gerente da unidade de Gestão e Estratégia do Sebrae-AM, Socorro Correa, destaca à reportagem do Jornal do Commercio que a pesquisa confirma a relevância dos pequenos negócios em termos de geração de empregos, tanto no Brasil, quanto no Amazonas. No entendimento da executiva, a participação das MPEs em praticamente três a cada empregos gerados no Amazonas se deve também à relativa melhora no panorama econômico nacional, a partir da vacinação em massa, a despeito da conjunção macroeconômica adversa.

“O empresário trabalha com perspectivas. Em 2020, em meio ao furacão não era possível fazer planos, e a questão era sobreviver. No ano passado, vivemos o pior momento da pandemia [durante a segunda onda], mas a vacinação trouxe uma perspectiva de tempo. Ou seja, à medida que o percentual da população vacinada aumentava, o empresário começou fazer planos para recuperar o prejuízo da crise”, analisou.

Socorro Correa frisa que há uma característica peculiar nos pequenos negócios, que seriam os primeiros a sentir o reflexo de crise e da retração do consumo, mas também seriam os primeiros a reagir, quando a maré da economia volta a subir. Indagada sobre perspectivas e se o saldo de empregos mais encorpado do que o dos dois meses anteriores apontariam para uma tendência, a dirigente diz que a maior probabilidade aponta para curvas em “w”, com alternância de meses de maior e menor número de empregos. “O importante é que 2022 apresente um saldo muito superior a 2021, pois temos muitas pessoas desempregadas”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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