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Crescimento de dois dígitos no faturamento do PIM até novembro

O faturamento PIM em dólares e em reais voltou a desacelerar, entre outubro e novembro. Em ambos os casos, contudo, as vendas da indústria incentivada de Manaus mantiveram trajetória ascendente de dois dígitos no acumulado do ano, na comparação com igual intervalo do ano passado. É o que revelam os dados dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta quinta (27). Segundo a autarquia, o resultado em moeda nacional foi recorde. Já a média de empregos também perdeu velocidade, mas voltou a romper a marca de 100 mil vagas. 

As vendas do PIM em moeda americana desaceleraram 4,94% em relação a outubro, de US$ 2.63 bilhões para US$ 2.50 bilhões, mas superaram a marca atingida 12 meses antes (US$ 2.47 bilhões), em 1,21%. Convertido na divisa nacional (R$ 14,07 bilhões), o resultado apontou para decréscimo de 5,12%, ante o mês anterior (R$ 14,83 bilhões), e uma expansão de 6,51% em relação ao mesmo intervalo de 2020 (R$ 13,21 bilhões). O acumulado do ano segue positivo em ambos os casos. Houve uma escalada de 28,93% em dólares (US$ 27,06 bilhões) e uma decolagem de 32,13%, em reais (R$ 145,59 bilhões). 

Em divulgação anterior, a Suframa estimou que o fechamento de 2021, deve superar os R$ 151 bilhões, embora não tenha projetado o resultado em dólares. A Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), por outro lado, calculou que o PIM deve fechar o ano com faturamento de US$ 30,68 bilhões (ou R$ 162,99 bilhões), o que indicaria elevação de 34,03%, em dólares, e incremento de 35,26%, em reais, quando comparado aos números de 2020 (US$ 22,89 bilhões e R$ 120,5 bilhões, respectivamente). A previsão da entidade empresarial é manter o crescimento na escala de dois dígitos (+35,77%), em 2022.

No texto de divulgação do levantamento, a Suframa destaca que os Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus revelam também que as exportações atingiram o volume de R$ 2,2 bilhões (U$ 415.93 milhões), significando aumento de 22,47% em moeda nacional e de 18,84% em dólar, na comparação do aglutinado dos 11 meses iniciais do ano passado com igual período de 2020.

Couros, borracha e têxteis

Na análise em reais, 24 dos 26 subsetores encerraram o acumulado no azul –contra 13, em outubro. As maiores altas proporcionais se deram nos segmentos minoritários do PIM, a exemplo de couros e similares (+112,30% e R$ 51,40 milhões), têxtil (+80,08% e R$ 264,24 milhões) e beneficiamento de borracha (+61,86% e R$ 468,92 milhões). Majoritários, os polos de bens de informática (+37,48% e R$ 39,9 bilhões), eletroeletrônicos (+15,28% e R$ 31,4 bilhões) e de duas rodas (+38,12% e R$ 18,5 bilhões) também avançaram.

Na medida em dólares, por outro lado, 23 subsetores do parque fabril de Manaus fecharam o aglutinado no terreno positivo. Responsáveis por quase metade das vendas do PIM, os polos de bens de informática (US$ 5.84 bilhões e 27,44% do total) e eletroeletrônico (US$ 7.42 bilhões e 21,60% de participação) cresceram 34,95% e 12,43%, respectivamente. Já o polo de duas rodas (US$ 3.45 bilhões) subiu 33,55% em 11 meses, mantendo praticamente a mesma fatia no faturamento global do PIM, entre outubro (12,78%) e novembro (12,76%).

Os principais resultados nas linhas de produção se deram em bens de informática e eletrônicos, até novembro. Os maiores aumentos proporcionais de produção vieram de microcomputadores portáteis (+587,29% e 4.161.331 unidades), tocadores de DVD e Blu-ray (+126,06% e 323.414), tablets (98,69% e 1.781.217) e home theaters (76,99% e 97.972).

Em volume de faturamento, os melhores números vieram das linhas de produção de TVs com tela de cristal líquido (US$ 4.05 bilhões e R$ 21,8 bilhões), motocicletas, motonetas e ciclomotores (US$ 2.61 bilhões e R$ 14,029 bilhões), celulares (US$ 2.60 bilhões e R$ 14,028 bilhões), placas de circuito montadas para uso em informática (US$ 2.01 bilhões e R$ 10,8 bilhões), condicionadores de ar do tipo split system (US$ 1.48 bilhão e R$ 8,02 bilhões), fornos micro-ondas (US$ 370.6 milhões e R$ 1,99 bilhão), relógios de pulso e de bolso (US$ 197.4 milhões e R$ 1,06 bilhão), bicicletas (US$ 194.8 milhões e R$ 1,04 bilhão), auto rádios e aparelhos reprodutores de áudio (US$ 183.3 milhões e R$ 985,9 milhões), e receptores de sinal de televisão (US$ 101.9 milhões e R$ 546.5 milhões).

Empregos desaceleram

A despeito da nova desaceleração mensal no ritmo das contratações, os empregos seguem acima dos 100 mil, a despeito do cenário econômico adverso e da crise da Covid-19. Em novembro, o PIM registrou média de 101.877 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados. O desempenho ficou 1,49% aquém da marca do mesmo mês de 2020 (103.423) e 2,20% abaixo do dado de outubro de 2021 (104.173) –em dado já revisado pela Suframa. Foi o segundo pior número do ano, perdendo apenas para maio (101.815) e ficando muito aquém do pico apresentado em agosto (104.369).

A média mensal de mão de obra segue ascendente no acumulado do ano. No total, foram 103.232 postos de trabalho, 9,05% a mais do que o combalido dado do “ano cheio” de 2020 (94.663) –em dado também revisado. Foi o melhor número desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado distante do patamar de 2015 (105.015) –ano inicial da crise anterior. 

Levando em conta só a mão de obra efetiva, o saldo no aglutinado até novembro de 2021 foi de 7.381 vagas, dado o predomínio das contratações (31.327) sobre os desligamentos (23.946). Também foi o melhor desempenho da série histórica fornecida pela Suframa, iniciada em 2016 (-6.123). No material de divulgação da pesquisa, a autarquia informa que as ocupações diretas em mão de obra representam 81% da geração e manutenção dos empregos na indústria do Estado.

“Ano desafiador”

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, a Suframa avalia que o desempenho positivo registrado pela indústria incentivada de Manaus no penúltimo mês do ano passado é reflexo da mudança de hábitos da população no período de pandemia “da força da indústria da ZFM” em atender a demanda nacional aquecida. “Especialmente o comércio varejista ampliado que, por sua vez, é fruto das medidas do governo federal, como o auxílio emergencial e o Pronampe em 2021”, completou. 

No mesmo texto, o superintendente da Suframa, Algacir Polsin, avalia que os valores recordes apurados nos indicadores de janeiro a novembro, demonstrariam o êxito do esforço coletivo empreendido por trabalhadores, empresários e agentes públicos no propósito de superar obstáculos impostos pela pandemia na atuação da indústria, como a necessidade de períodos de interrupção de produção e o desabastecimento de insumos. “Atingir números recordes em um ano tão desafiador quanto 2021 mostra, mais uma vez, a resiliência e a capacidade de superação do modelo Zona Franca de Manaus”, comemorou.

Na mesma linha, o presidente da Fieam, Antonio Silva, que os números apresentados pelos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus demonstram a pujança e solidez do modelo Zona Franca, frente a um “ano desafiador”. “É importante destacar que os Indicadores refletem uma retomada para os números anteriores à crise sanitária e econômica. Existe uma nítida mudança no hábito do consumidor e uma clara demanda represada em razão dos dois anos de pandemia. Ainda neste sentido, as linhas de auxílios emergenciais dos governos federal, estadual e municipal também foram fundamentais para a sustentação dos bons indicadores industriais”, concluiu.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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