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Eleitor sinaliza estar indignado com tantos insultos na propaganda eleitoral

MARCELO PERES

 Face: marcelo-peres  Insta: @jcommercio 

A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV não consegue a ressonância esperada junto ao eleitorado no Amazonas este ano. Em geral, eleitores têm criticado ataques entre os adversários, envolvendo desde postulantes ao governo, ao Senado e a deputados (estadual e federal).

Ao invés de apresentarem projetos que realmente promovam benefícios à população da região, os oponentes se limitam à troca de ofensas e insultos, corroborando para aumentar mais ainda o ceticismo com a classe política, isso a poucos dias da realização do primeiro turno das eleições.

Aliás, uma situação recorrente em um país marcado pela corrupção desenfreada nas três esferas do poder público – municipal, estadual e federal. “Ninguém mais aposta em propostas ou projetos. O que se vê é uma lavagem de roupa suja nos veículos de comunicação, um desrespeito ao telespectador”, diz Almir Martem, 25, estudante de direito da Ufam (Universidade Federal do Amazonas”. “O povo está cansado de tantas desavenças e tretas entre os políticos que só servem para desacreditar mais ainda a classe no Brasil”, acrescenta ele.

Praticamente, os mesmos personagens continuam atuando no cenário político, muitos suspeitos de participação em desvios de dinheiro e superfaturamento de preços. Mesmo assim, costuraram e conseguiram abrir caminhos, provavelmente com a complacência de certas instâncias judiciais, para voltar a disputar um cargo público ou tentar a reeleição no próximo pleito.

O cientista social Guilherme Dutra atribui o descrédito na política a frequentes escândalos de corrupção nos governos que se revezaram no poder no Estado, algo em que a nova geração se apoia para desbancar os velhos caciques remanescentes do então governador Gilberto Mestrinho, já falecido.

E desse legado surgiram Amazonino Mendes, Eduardo Braga, Omar Aziz, Alfredo Nascimento e tantos outros que ainda permanecem sob os holofotes da política amazonense. E agora, estão no mesmo grupo ou em lados opostos.

“São pessoas que ainda conseguem arrebatar multidões de correligionários em suas bases políticas tanto em Manaus como nos municípios do interior do Estado”, avalia Dutra, que não esconde a sua escolha pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida eleitoral pela Presidência da República, tendo o presidente Jair Bolsonaro (PL) como o seu principal oponente. “Lula é a grande esperança para resgatar as conquistas que o atual governo retirou da população”, ressalta ele.

Saque

Ao contrário, o mecânico Leandro Costa, bolsonarista por ideologia e também por convicção, diz que o Brasil não pode mais conviver com o PT. “Não é um partido, é uma quadrilha que pretende voltar a saquear os cofres do País”, questiona. “E não entendo como Lula teve permissão para voltar a disputar um cargo público onde praticou todo tipo de crimes contra a nação”, frisa ele.

Embora pesquisas apontem um franco favoritismo de Lula na corrida eleitoral, a preferência do eleitorado está dividida, segundo avaliam analistas políticos. O líder da esquerda tem maior feedback na classe menos favorecida, principalmente entre evangélicos de baixa renda. E ainda em estratos sociais que sobrevivem de salário mínimo e do subemprego em Manaus e também nas outras grandes capitais.

Já Bolsonaro, que promete mais combate à corrupção e maior transparência na aplicação dos recursos públicos (propostas que foram o principal foco de sua campanha em 2018), alcança mais ressonância junto ao grande empresariado e a evangélicos de alto poder aquisitivo, com nível de formação superior.

Aliás, o presidente tem sido visto sempre rodeado de fortes empreendedores brasileiros, entre eles o proprietário da Havan, o empresário Luciano Hang, alvo recentemente de uma operação da PF (Polícia Federal), suspeito de orquestrar um novo golpe de Estado em troca de mensagens na mídia social com outros empresários de renome.

Na realidade, o que se observa é um eleitor extremamente cético a menos de uma semana de 2 de outubro, quando acontece o primeiro turno. Estima-se que muitos eleitores decidirão na hora em quem vão votar. Portanto, as urnas eletrônicas reservam muitas surpresas durante a apuração, segundo preveem analistas.

Marcelo Peres

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