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Desafios se apresentam com crescimento na produção de ovos

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Maior produtor da Região Norte e o quinto maior do Brasil, Amazonas prevê crescimento de 28% da produção de ovos para 2020. Segundo as estatísticas do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas), em 2019, o estado produziu cerca de 1,3 milhão de caixas com 360 unidades em cada depósito. O bom desempenho é reflexo da atividade das 444 granjas espalhadas nos municípios. Para a Sepror(Secretaria de Produção Rural do Amazonas), a expectativa é que o cenário atraia novos investidores. Para os avicultores, será um ano de grandes desafios.

Segundo a coordenadora de pecuária da Sepror, Meybe Seixas, pelo fato da avicultura não ocupar grandes áreas na região do Amazonas, a atividade passa a ser uma opção de renda mais eficaz e prática para produtores que possuem pequenas áreas.  Os principais maiores produtores do Amazonas estão localizados nas cidades de Manaus, Rio Preto da Eva, Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara.

“A avicultura, por não ocupar grandes áreas, acaba sendo uma opção muito interessante para quem tem pequenas áreas. Se a gente analisar o estado do Amazonas, a maior parte são pequenas propriedades. Então a tendência de crescimento do setor é muito grande. Nós temos estimativa em torno de 28% de aumento, tanto da produção quanto da parte de novos investidores no mercado. Esperamos esse aumento positivo dentro desses dois aspectos”, disse.

Diante do cenário de grande produção no ano, a Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas) enfatizou a importância dos produtores regularizarem o certificado de seus empreendimentos no (SIE) Serviço de Inspeção Estadual). A marca garante a qualidade do produto, conforme os padrões de segurança alimentar e representa ganhos para os produtores na hora de cadastrar seus serviços e produtos na feira da ADS (Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas). Atualmente, 36 entrepostos de ovos no Amazonas possuem o Selo de Inspeção Estadual (SIE) e cerca de 60 estão em processo de certificação.

“O produtor vai poder colocar o produto nas redes de supermercados, fazer esse produto circular de forma tranquila, sem fugir da fiscalização, além de colocar em outros municípios, nas feiras da ADS, e vender nos empórios. Nós temos mercados muito grandes”, frisou.

Desafios

Apesar do vislumbre de muita produção, alguns avicultores lembram, que ainda existem muitos pontos a serem melhorados dentro do contexto da atividade. O produtor Rui Shimizu, destacou a ausência de uma fiscalização rigorosa no comércio para ter o controle dos produtos que são vendidos nas ruas. Ele explica, que a comercialização de seus produtos acabam sendo afetadas de forma negativa, por empresas que que importam ovos e vendem por um preço muito abaixo do mercado. Ele ressaltou, que a maioria desses produtos não possuem as certificações legais dos órgãos de controle competentes, o que dificulta muito a comercialização de seus produtos.

“O mercado está com uma variação muito grande de preço e vocês precisa acompanhar ele. Existe todo um trabalho de forma correta, pagamos imposto e fazemos tudo o que os órgãos de controle solicitam.  As empresas que não pagam impostos e acabam importando produtos e vendem a um preço muito abaixo do ideal. Não existe fiscalização para frear essa situação nas ruas. É uma situação injusta para quem produz e faz tudo da maneira correta”, disse.

Outra preocupação seria a abertura da BR 319, que segundo o avicultor Nilton Koji Sato, vai facilitar a entrada no estado de ovos importados de forma mais rápida, influenciando no mercado interno e nos preços de sua produção. “A economia está melhorando e isso ajuda na vendas, por enquanto nosso maior vilão é o ovo importado que bate os preços. A BR 319 assusta um pouco, porque a facilidade de entrar ovos importados é muito maior. Mas independente disso, o produtor precisa se preparar para a concorrência. Vai da criatividade de cada um que vai definir a própria sobrevivência. Apesar dos desafios, vamos fazer criar estratégias para valorizar nossa produção”, frisou.

Na análise do especialista em gestão a informação ao agronegócio, Thomaz Meirelles, as granjas que importam produtos para o Amazonas ficam próximas à grande produção de milho e soja do Brasil, situação que facilita a venda do produto final a outros estados por um preço mais barato. ELe ressaltou, que é preciso o governo federal conceder subvenção econômica para os granjeiros do norte acessarem ao estoque de milho da Conab  (Companhia Nacional de Abastecimento), para que eles possam ter um milho mais barato e a possibilidade de concorrência com as granjas de outros estados.

“Essa proximidade com os dois principais insumos para a criação de aves ajuda a baratear o preço. Eles conseguem comprar o insumo mais barato. O que precisamos fazer para proteger as nossas granjas, é buscar mais apoio econômico do governo para as granjas do norte possam ter acesso aos leilões que são muito burocráticos. As granjas do norte precisam ter acesso ao estoque público do milho e não conseguem, devido a distância. O governo federal no momento que vai vender milho do estoque público tem que dá acesso aos nosso granjeiros. O governo tem que dá um diferencial para que as granjas do Amazonas tenham acesso a esses leilões. Esses leilões são muito burocráticos e não existe ajuda financeira para ajudar a escoação da produção para o Amazonas”, disse.

Crescimento e certificação

Em Rio Preto da Eva, terceiro maior polo do Amazonas, estão concentradas cerca de 30 granjas que acompanham a perspectiva de crescimento do setor. Uma dessas unidades é a Granja Vittoria, localizada no Km 91 da rodovia AM-010, que conta, atualmente, com 22 mil galinhas. A expectativa é ampliar em 30% o faturamento de 2020, a partir da aquisição de oito mil novas aves.

No local, são produzidos mais de 14 mil ovos por dia. Em 2019, a produção foi de mais de 5 milhões de unidades. De acordo com o proprietário da granja, Abner Carneiro, a certificação junto à Sepror amplia as possibilidades de comercialização do produto.

“A gente procura entrar num padrão para facilitar as coisas. Comércio, por exemplo. Se você não vende os ovos em uma caixa certificada, você tem dificuldade de entrar em diversos comércios. E também a qualidade dos ovos. É um local certificado, então a gente já sabe que vai um ovo com uma qualidade bem mais alta do que o comum”, frisou o granjeiro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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